9 mitos sobre emagrecimento em que muita gente acredita
Pular refeições, não comer arroz e feijão, e não comer carboidratos à noite são algumas das principais ideias falsas que as pessoas têm para perder peso
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2012 às 13h45.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h17.
São Paulo – Viver em forma é algo que exige esforços, mas muita gente faz coisas que, em vez de ajudar, podem até prejudicar o emagrecimento e, pior, a saúde . Com base em mitos e crenças que não possuem comprovação científica, é comum escolher dietas e tomar atitudes nada recomendadas pelos nutricionistas. Uma delas é pular refeições para perder peso. De acordo com a nutricionista Claudia Coelho, apesar de acreditar que o mito já quase não existe, ainda há pacientes que têm essa ideia. Mas o tiro pode sair pela culatra. “O jejum prolongado pode retardar o metabolismo e prejudicar a perda de peso”, afirma. A nutricionista Rosane França explica: “quando a pessoa fica sem comer, o metabolismo entende que a pessoa está em uma situação de risco e começa a economizar energia. Com isso, o metabolismo fica lento e cada vez a pessoa precisa de menos calorias para manter o peso”.
A ideia de que a natureza só fornece coisas boas e que não faz mal abusar de seus frutos não pode ser levada ao pé da letra. Se alguém tomar suco ou comer frutas em demasia, por exemplo, é possível engordar ao invés de emagrecer, já que esses alimentos contém açúcar, a chamada frutose. “Até água em excesso pode ser prejudicial. Se, durante as grandes refeições, você ingerir uma copo duplo de água, pode prejudicar a digestão”, diz Claudia Coelho.
Segundo a nutricionista Claudia, o metabolismo durante a noite é mais lento e a atividade nesse horário é, em geral, mais moderada, mas isso não significa que as pessoas que têm costume de jantar estão fadadas ao sobrepeso. “Não importa a hora do dia em que você come. É o quanto você come durante todo o dia que pode contribuir com o aumento de peso”, afirma. Ela diz que, para não passar fome à noite, o melhor é consumir alimentos leves, como legumes, sopas, sucos e frutas.
Se quem está de regime já costuma evitar os carboidratos de dia, durante a noite, esses nutrientes são totalmente eliminados da lista de opções. No entanto, a nutricionista Claudia Coelho afirma que não faz sentido demonizar os alimentos desse grupo. “O metabolismo é mais lento à noite, mas isso vale para qualquer alimento, não só carboidratos”. Para que o consumo desse nutriente não prejudique de fato a dieta, é aconselhável moderar as quantidades e dar prioridade aos tipos complexos (como arroz, batata, pão e massas) em vez de tipos simples (como frutas, mel e doces em geral).
Apesar da crença de que beber vinagre pode ajudar a perder alguns quilinhos, Claudia Coelho alerta que não há comprovação científica desse fato e que ainda há riscos de prejudicar a saúde. “Pode causar uma irritação no estômago e levar à formação de úlcera”, afirma. Além disso, ela ainda diz que é preciso tomar cuidado na hora da compra, pois muitas marcas disponíveis no mercado não são vinagre propriamente dito, mas agrim (termo ditado pela Anvisa). A diferença é que o vinagre é o líquido resultado do processo de fermentação, enquanto o agrim é ácido acético diluído.
Por serem fontes de carboidratos, muitas pessoas que desejam emagrecer não titubeiam na hora de eliminar essa combinação tipicamente brasileira, pensando que ela não é estritamente necessária para a saúde. Mas, segundo Claudia, consumir arroz e feijão é importante para a dieta. Isso porque seus nutrientes se completam. Enquanto o arroz apresenta mais metionina do que o feijão, este tem mais lisina do que o arroz. “O consumo desses alimentos em conjunto comtempla a dieta com vitaminas do complexo B, cálcio e ferro”, afirma. Além disso, estudos já comprovaram que o efeito de saciedade que a combinação provoca ajuda a perder peso. O importante é só não exagerar nas quantidades.
Apesar de o nome assustar um pouco, há gorduras que, sim, são benéficas para a dieta e para a saúde. “O lipídio faz parte das membranas celulares. O que devemos é moderar o consumo referente à quantidade, já que cada grama representa nove calorias, mais que o dobro dos carboidratos (quatro calorias)”, afirma Claudia. A nutricionista afirma que acrescentar o óleo de coco e a linhaça germinada ao cardápio pode ajudar, uma vez que são gorduras saudáveis e que são apontadas como boas auxiliares para o emagrecimento. Se associados a uma dieta equilibrada e consumidos com moderação, esses alimentos valem a pena.
Não adianta nada beber água quente em jejum e esperar perder peso com isso. De acordo com a nutricionista Claudia Coelho, esse hábito pode até acelerar o funcionamento dos intestinos, provocando a evacuação, mas não vai derreter nenhuma gordura do organismo. “Queimar gordura e eliminar peso depende da qualidade e quantidade de alimentos ingeridos e o gasto calórico”, afirma. Há alguns alimentos, chamados termogênicos, que desempenham essa função de queimar calorias, como a pimenta, gengibre, canela e chá verde.