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Daniela Barbosa
Publicado em 20 de agosto de 2017 às 07h55.
Última atualização em 21 de agosto de 2017 às 10h48.
São Paulo – Considerada a dieta da vez, muito tem se falado sobre a dieta cetogênica, que garante perda de peso rápida e no cardápio alimentos com alto teor de gordura – normalmente evitados em tipos de programas alimentares – e o corte quase que total do carboidrato.
Para desmitificar alguns fatos, no entanto, que envolvem a dieta cetogênica, Rodrigo Polesso, fundador do Código Emagrecer de Vez com formação em Nutrição Otimizada para Saúde e Bem-Estar pela Universidade Estadual de San Diego, listou alguns mitos e verdades sobre a dieta mais famosa do momento. Confira a seguir:
Mito - Segundo Polesso, a dieta Cetogênica não é caracterizada necessariamente pela ausência total de carboidratos, até por que isso é quase impossível de se atingir (mesmo com o consumo somente de carnes), mas, sim, é caracterizada pela ingestão bastante baixa deles.
“A ingestão de carboidratos nessa dieta está entre 20 a 30 gramas por dia. Além disso, o programa é caracterizado pela produção de corpos cetônicos pelo corpo para serem usados como energia ao invés da dependência forte em glicose como combustível. Isso só acontece quando o consumo de carboidratos é bastante reduzido”, afirma o especialista.
De acordo com Polesso, os carboidratos desse tipo de dieta geralmente são consumidos na forma de folhas e legumes de baixo índice glicêmico, como brócolis, couve, abobrinha e pimentão
Verdade - A dieta cetogênica correta é baseada em uma alimentação forte, ou seja, no consumo de alimentos reais, nutritivos e não processados, refinados ou modificados. Ou seja, saem os pães, óleos vegetais, massas, farináceos, açúcares e entram as carnes, peixes, frutos do mar, castanhas, ovos e outros tipos de gorduras naturais.
Segundo Polesso, um grande benefício desse tipo de dieta é a queima acelerada de gordura corporal, uma vez que o hormônio insulina tende a voltar a funcionar normalmente com a baixa dos níveis exagerados de glicose. Com a insulina mais baixa, a queima de gordura será promovida.
Verdade – A dieta cetogênica é uma dieta alta em gorduras naturais - tipicamente com 70% ou mais das calorias vindo desse tipo de gordura. O consumo natural de proteínas, independentemente do tipo da dieta, nos estudos se mostra estável na faixa de 18% a 23% das calorias ingeridas. Ou seja, é muito difícil exagerarmos nas proteínas.
“Uma dieta forçadamente alta em proteínas tenderia a não funcionar como cetogênica, pois o corpo transforma o excesso de proteínas em carboidratos internamente, o que acaba prejudicando a produção de corpos cetônicos, que é o que define está dieta”, afirma o especialista.
Exemplos de gorduras naturais: gorduras das carnes de procedência da banha de porco, manteiga, óleo de coco e azeite de oliva.
Mito – Existem gorduras essenciais e aminoácidos essenciais, mas não existem carboidratos essenciais. De acordo com Polesso, mesmo que teoricamente conseguíssemos comer zero carboidratos, o corpo tem a habilidade de criar a quantidade necessária deles através de processos como a gluconeogênese.
Verdade – A maioria das pessoas vêm de décadas de maus hábitos e de um estilo alimentar exagerado em carboidratos. Quando se decide começar uma dieta como a cetogênica, é necessário ter em mente que seu corpo, hormônios e metabolismo precisarão de um tempo para se adaptarem.
“Tipicamente o período de adaptação inicial dura umas duas semanas. Atletas podem levar até alguns meses. Ou seja, se a dieta for iniciada e você não se sentir com energia e bem-disposto, tenha em mente que o seu corpo precisa de tempo para se reorganizar de acordo com este seu novo estilo de vida”, explica.
Verdade – Como a dieta cetogênica prioriza o consumo de gorduras e reduz bastante o consumo de carboidratos, o corpo começa a priorizar os sistemas metabólicos para uso da gordura corporal como combustível e não mais contar unicamente com os carboidratos.
A gordura queimada como energia é na forma de corpos cetônicos, os quais se tornam o novo combustível de alta octanagem tanto para os tecidos do corpo quanto também para o cérebro, que pode consumir até dois terços da sua necessidade energética de corpos cetônicos.
Segundo Polesso, com a adaptação a uma dieta cetogênica, a pessoa tenderá a ter um uso de energia mais eficiente, menos flutuações de fome e gula e mais estabilidade e clareza mental.