5 cervejas especiais para apreciadores
Mestre cervejeira indica tipos especiais para quem está interessado em degustar a bebida ou harmonizá-la com as refeições
Gabriela Ruic
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 18h05.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h32.
São Paulo – Cilene Saorin tem 39 anos e há cerca de 20 fez do hobby de muitos brasileiros uma profissão: é mestre cervejeira, sommelière da bebida e jurada na Beer World Cup, evento anual dedicado à eleição das melhores cervejas do mundo. Em entrevista a EXAME.com, Cilene falou sobre degustação e harmonização de cerveja, algo que tem muito pouco a ver com a quantidade de bebida ingerida. Segundo ela, mais de 120 estilos de cerveja já foram catalogados. Alemanha e Bélgica são consideradas os berços da bebida. As cervejas alemãs são as mais lembradas e costumam ser fabricadas com muita ortodoxia. A bebida é feita a partir de quatro ingredientes básicos: malte, lúpulo, leveduras e água. Já os belgas são conhecidos pela inventividade e criatividade que aplicam na seleção dos ingredientes, muitos deles inusitados, como frutas, flores e condimentos. Nas próximas páginas, a mestre cervejeira indica cinco tipos diferentes de cerveja que todo apreciador deveria conhecer e as marcas que estão disponíveis no Brasil.
De origem alemã, é o mais tradicional do estado da Baviera, internacionalmente conhecido por ser palco da Oktoberfest original. De acordo com Cilene, uma das características principais das cervejas deste tipo é o seu gosto frutado, uma mistura entre banana e cravo, resultante do processo de fermentação. Em relação às melhores marcas para apreciar o estilo, Cilene cita uma cerveja típica da Baviera, a Paulaner, importada para o Brasil pela Casa Flora e que custa em média 11,30 reais por garrafa de 500 ml. Outra indicação da mestre cervejeira, é uma marca nacional, a Bamberg Weizen, que pode ser adquirida por 7 reais a garrafa de 355 ml. A bebida é produzida pela cervejaria Bamberg, de Votorantim (SP).
A Witbier é um estilo de cerveja de origem belga muito similar à alemã Weissbier. Consideradas versáteis, as cervejas Wit podem ser harmonizadas com frutos do mar e peixes. Para quem quiser experimentar um pouco da criatividade que os belgas investiram na elaboração do estilo, Cilene indica dois rótulos. O primeiro é um representante belga, Hoegaarden, que é importado para o Brasil pela Ambev e custa, em média, 3,90 reais cada garrafa com 330 ml. O segundo rótulo é uma cerveja espanhola, Damm Inedit, elaborada por uma equipe que contou com a ajuda de um dos maiores chefs de cozinha do mundo, Ferran Adrià. A importadora BrazilWays é a responsável por sua importação para o país e uma garrafa com 750 ml custa cerca de 60 reais.
De acordo com a mestre cervejeira, o estilo foi criado em cima das premissas da Pale Ale típica inglesa. A necessidade de uma nova cerveja aconteceu nos idos do século XIX, quando os ingleses passavam meses em navegações para a Índia e precisavam, portanto, de uma bebida que fosse mais longeva. Foi aí que se adicionou mais lúpulo à receita da Pale Ale original e que tornou a cerveja mais duradoura - e também mais amarga. O nome India Pale Ale é uma homenagem ao principal foco da navegação da armada inglesa no século XIX, a Índia. Como exemplo de cervejas que representam muito bem o estilo, Cilene cita a inglesa Meantime India Pale Ale. É importada para o Brasil pela BrazilWays e cada garrafa de 750ml custa em média 56 reais. Outro rótulo indicado é brasileiro, a Colorado Indica. Fabricada em Ribeirão Preto, uma garrafa com 600 ml é vendida por 13 reais.
Outro estilo da escola cervejeira inglesa, a Stout é escura e feita com malte de cevada, com alta torrefação. “Esse processo confere as cervejas Stout características de café e chocolate”, explica. Um dos rótulos mais conhecidos e consumidoso no Brasil é a irlandesa Guinness Dry Stout. Importada pela Diageo, uma pint, que equivale a cerca de 470 ml custa cerca de 17 reais. Já quem quer fugir um pouco do óbvio pode escolher a Baden Baden Stout, marca produzida em Campos de Jordão, em São Paulo. A garrafa de 600 ml e teor alcoólico na ordem de 7,5%, custa cerca de 10 reais.
Mais desconhecido do público geral, o estilo Bierre Brut tem o nome por conta do processo produtivo pelo qual passa, o champenoise, tipicamente aplicado na fabricação Champagnes. Cilene recomenda três rótulos com preços também parecidos com o de champagne. O primeiro rótulo é o pioneiro no estilo, o Malheur Brut, produzido na Bélgica. Importado para o Brasil pela Tarantino, uma garrafa com 750 ml custa cerca de 150 reais. As outras duas indicações ficam por conta de duas cervejarias nacionais. Uma delas é a Lust, fabricada pela Eisenbahn. O preço da garrafa de 750 ml é de 83,68 reais, de acordo com informações da cervejaria. Outra indicação vai para a mineira Wäls Brut, cuja garrafa de 750 ml tem preço de 140 reais.
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