48 horas de passeio em Recife e Olinda
Antes e depois de Porto de Galinhas, um roteiro com Gonzagão, Frans Post e bolo de rolo
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2012 às 08h40.
São Paulo - O verão está bombando e brasileiros, brasileiras e gringos estão de malas prontas para passar dias felizes no Nordeste brasileiro. Na mira de muitos está Porto de Galinhas, a queridinha das agências e dos leitores da VT. A vontade de curtir as piscinas naturais em Carneiros e Muro Alto é tanta que muitos ignoram completamente a dupla Recife-Olinda. Sacrilégio! Reserve pelo menos dois dias para curtir a cultura, o patrimônio e os bolos de rolo daqui. Se puder ficar mais, aproveite, você não se arrependerá!
Dia 1
Ah, que sol maravilhoso! Tomar o café-da-manhã de frente para a praia de Boa Viagem dá uma vontade louca de cair na água. Mas, por enquanto, não é hoje que o tubarão vai morder seu pé, pois vamos rapidinho para o bairro de Santo Antônio, no centro. Comece pela Casa da Cultura, um antigo presídio cujas celas hoje abrigam lojinhas variadas. Há de tudo: xilogravuras, cachaças tentadoras, belos bordados, edições antigas de Gilberto Freyre. É uma tentação! De sacolas cheias siga para o Pátio de São Pedro, um pouco de calmaria no calor da cidade. Sob a sombra da catedral de São Pedro dos Clérigos estão dois bem montados museus-memorias de ícones da música local: Luiz Gonzaga e Chico Science. De Asa Branca ao mangue-beat, são duas trajetórias fascinantes. Destaque para algumas fotos da juventude de Gonzagão, quando ele estava mais para Michel Teló do que para Rei do Baião. Caminhe então ao longo do rio Capibaribe, veja as coloridas casinhas da rua Aurora e visite a Capela Dourada, “a” igreja imperdível em Recife.
É hora de fazer uma pausa para o almoço: escolha entre o variado La Douane, no Shopping Paço Alfândega, cheio de muita gente bonita, ou o mitológico Leite e seu monumental bacalhau.
Agora é hora de conhecer o Recife Antigo. O casario colonial e as ruas de paralelepípedos imprimem uma atmosfera quase que interiorana, bucólica, em certos pontos. O Marco Zero, que explode em êxtase no Carnaval, fora deste período é calmo, cercado por antigos edifícios neoclássicos. Do legado do conde holandês Maurício de Nassau também pouco se nota. Alguns de seus passos mais visíveis estão no pragmatismo com o qual recebeu judeus perseguidos pela feroz Inquisição ibérica. A sinagoga Kahal Zur Israel conta um pouco desse percurso que inclui a reconquista da cidade pelos portugueses e a migração de parte da comunidade para Nova York.
Para terminar o dia, visite o estrelado contemporâneo É, do chef Douglas van der Ley, antes de cair na balada no UK Pub, que não é pub, nem britânico, mas reúne uma moçada super bacana.
Dia 2
A praia continua lá nos provocando enquanto tomamos nosso café com bolo de rolo. Como ninguém é de ferro, caímos na água e conhecemos os famosos arrecifes que batizam a cidade. Alma lavada e nenhum tubarão a vista! Seguimos então para Olinda, nos encantar com seu sobe e desce de ladeiras, a poucos quilômetros do centro. A mistura de igrejas barrocas, vistas surpreendentes e casas coloniais criam uma ambiente harmonioso, cheio de charme. O melhor da cidade está em perambular pelas ruas, mas não deixe de checar os fabulosos azulejos do Convento de São Francisco e o adornado altar da Basílica de São Bento.
Pausa para o almoço: considere entre o agradável Beijupirá e o estrelado Oficina do Sabor com seu camarão ao mangue. Dúvida cruel, mas você certamente sairá pimpão de qualquer um dos dois.
De Olinda, tome o rumo do Instituto Ricardo Brennand, em Recife. Sua pinacoteca conta com boa curadoria para a ampla coleção de tapeçarias, óleos e desenhos diversos, com destaque para a obra de Frans Post. Já o anexo Castelo São João é uma experiência mais bizarra, com milhares de espadas, punhais, facas e armaduras atulhados em um castelinho ‘medieval’. Diversão na certa.
No caminho de volta para o centro, passe pela venerável Casa dos Frios para se abastecer com mais bolos de rolos (de novo?) de dona Ana Maria Soares da Silva, dona da célebre receita. Aproveitando que você está por aqui, terá uma boa desculpa para conhecer o variado restaurante Portoferreiro, outro favorito da redação.
De barriga cheia e as sinapses formadas com tanta história e cultura, agora sim é hora de relaxar em Porto.
São Paulo - O verão está bombando e brasileiros, brasileiras e gringos estão de malas prontas para passar dias felizes no Nordeste brasileiro. Na mira de muitos está Porto de Galinhas, a queridinha das agências e dos leitores da VT. A vontade de curtir as piscinas naturais em Carneiros e Muro Alto é tanta que muitos ignoram completamente a dupla Recife-Olinda. Sacrilégio! Reserve pelo menos dois dias para curtir a cultura, o patrimônio e os bolos de rolo daqui. Se puder ficar mais, aproveite, você não se arrependerá!
Dia 1
Ah, que sol maravilhoso! Tomar o café-da-manhã de frente para a praia de Boa Viagem dá uma vontade louca de cair na água. Mas, por enquanto, não é hoje que o tubarão vai morder seu pé, pois vamos rapidinho para o bairro de Santo Antônio, no centro. Comece pela Casa da Cultura, um antigo presídio cujas celas hoje abrigam lojinhas variadas. Há de tudo: xilogravuras, cachaças tentadoras, belos bordados, edições antigas de Gilberto Freyre. É uma tentação! De sacolas cheias siga para o Pátio de São Pedro, um pouco de calmaria no calor da cidade. Sob a sombra da catedral de São Pedro dos Clérigos estão dois bem montados museus-memorias de ícones da música local: Luiz Gonzaga e Chico Science. De Asa Branca ao mangue-beat, são duas trajetórias fascinantes. Destaque para algumas fotos da juventude de Gonzagão, quando ele estava mais para Michel Teló do que para Rei do Baião. Caminhe então ao longo do rio Capibaribe, veja as coloridas casinhas da rua Aurora e visite a Capela Dourada, “a” igreja imperdível em Recife.
É hora de fazer uma pausa para o almoço: escolha entre o variado La Douane, no Shopping Paço Alfândega, cheio de muita gente bonita, ou o mitológico Leite e seu monumental bacalhau.
Agora é hora de conhecer o Recife Antigo. O casario colonial e as ruas de paralelepípedos imprimem uma atmosfera quase que interiorana, bucólica, em certos pontos. O Marco Zero, que explode em êxtase no Carnaval, fora deste período é calmo, cercado por antigos edifícios neoclássicos. Do legado do conde holandês Maurício de Nassau também pouco se nota. Alguns de seus passos mais visíveis estão no pragmatismo com o qual recebeu judeus perseguidos pela feroz Inquisição ibérica. A sinagoga Kahal Zur Israel conta um pouco desse percurso que inclui a reconquista da cidade pelos portugueses e a migração de parte da comunidade para Nova York.
Para terminar o dia, visite o estrelado contemporâneo É, do chef Douglas van der Ley, antes de cair na balada no UK Pub, que não é pub, nem britânico, mas reúne uma moçada super bacana.
Dia 2
A praia continua lá nos provocando enquanto tomamos nosso café com bolo de rolo. Como ninguém é de ferro, caímos na água e conhecemos os famosos arrecifes que batizam a cidade. Alma lavada e nenhum tubarão a vista! Seguimos então para Olinda, nos encantar com seu sobe e desce de ladeiras, a poucos quilômetros do centro. A mistura de igrejas barrocas, vistas surpreendentes e casas coloniais criam uma ambiente harmonioso, cheio de charme. O melhor da cidade está em perambular pelas ruas, mas não deixe de checar os fabulosos azulejos do Convento de São Francisco e o adornado altar da Basílica de São Bento.
Pausa para o almoço: considere entre o agradável Beijupirá e o estrelado Oficina do Sabor com seu camarão ao mangue. Dúvida cruel, mas você certamente sairá pimpão de qualquer um dos dois.
De Olinda, tome o rumo do Instituto Ricardo Brennand, em Recife. Sua pinacoteca conta com boa curadoria para a ampla coleção de tapeçarias, óleos e desenhos diversos, com destaque para a obra de Frans Post. Já o anexo Castelo São João é uma experiência mais bizarra, com milhares de espadas, punhais, facas e armaduras atulhados em um castelinho ‘medieval’. Diversão na certa.
No caminho de volta para o centro, passe pela venerável Casa dos Frios para se abastecer com mais bolos de rolos (de novo?) de dona Ana Maria Soares da Silva, dona da célebre receita. Aproveitando que você está por aqui, terá uma boa desculpa para conhecer o variado restaurante Portoferreiro, outro favorito da redação.
De barriga cheia e as sinapses formadas com tanta história e cultura, agora sim é hora de relaxar em Porto.