Carreira

“Voltem a procurar emprego”, diz CEO do ManpowerGroup no Brasil

Conselho de Nilson Pereira, presidente no Brasil da empresa líder mundial em contratação de pessoas, tem base estatística

Nilson Pereira, presidente do ManpowerGroup no Brasil (ManpowerGroup/Divulgação)

Nilson Pereira, presidente do ManpowerGroup no Brasil (ManpowerGroup/Divulgação)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 14 de junho de 2017 às 10h40.

Última atualização em 14 de junho de 2017 às 12h27.

São Paulo –Voltem à busca de emprego. Esse é o conselho do presidente do ManpowerGroup, empresa líder mundial em contratação de pessoas, aos profissionais brasileiros para o próximo trimestre.

“Muita gente desistiu ou está procurando em atividade em que não tem experiência, tentando uma recolocação puramente por questão financeira. Este pode ser o momento de voltar para suas carreiras e entender o perfil desejado”, diz Nilson Pereira.

A dica tem base estatística. De acordo com os resultados da pesquisa trimestral (ManpowerGroup Employment Outlook Survey) de empregabilidade com 850 empregadores as intenções de contratações melhoraram.

Pela primeira vez em dois anos, mais gente (12%) pretende aumentar o número de funcionários do que reduzir o ritmo de contratações (11%) . A pequena diferença é a notícia mais positiva dos últimos dois anos, mas Pereira chama atenção para o também pequeno percentual dos que pretendem  reduzir contratações.

“Doze por cento ainda é pouco, mas o dado mais positivo é que só 11% vão diminuir o que significa que a fase de redução de custos e demissões está passando”, afirma o presidente do ManpowerGroup.

Ele destaca que, apesar de a maioria sinalizar cautela, oportunidades profissionais de substituição sempre existem e em algum momento novas vagas vão surgir. “Não significa que não estão contratando”, diz.

Profissionais que conseguirem demonstrar que estão conectados com a tecnologia, que são flexíveis e que têm boa capacidade de aprendizado, segundo Pereira, são os mais procurados pelas empresas neste momento. “Porque terão fácil adaptação à cultura da empresa e estão mais preparados para lidar com instabilidade”, afirma.

Os setores e regiões com mais empregabilidade

A cadeia produtiva ligada ao agronegócio lidera o ranking de setores mais promissores para emprego. As perspectivas mais fortes são relatadas no setor de agricultura, pesca & mineração, com projeções de 24%.

Essa estimativa é o valor resultante da diferença entre a porcentagem dos empregadores que vão contratar e a porcentagem que espera uma diminuição na força de trabalho para o próximo trimestre. Variações sazonais são removidas.

“A indústria dá sinais de recuperação”, diz Pereira. Isso porque uma boa notícia, ainda que mais modesta, vem do setor industrial com 5% de índice de contratação, seguido pelos setores de administração pública & educação e comércio atacadista & varejista, com 3%.

Demissões continuam assombrando profissionais construção, com índice negativo de -16% e transporte & serviços, com -5%. “Construção ainda é o pior setor e tem muito a ver com a investigação Lava Jato tudo que está acontecendo na esfera política”, diz Pereira.

Em relação aos estados, Pereira destaca São Paulo e Paraná como os mais positivos, por conta da forte presença do agronegócio. Já o estado do Rio de Janeiro é o pior, com projeção de diminuição dos postos de trabalho para os próximos três meses.

A pesquisa revela também que o otimismo para o próximo trimestre é maior nas grandes empresas, com índice de contratação de 10%. “O grande empresário está otimista e são as grandes que puxam a economia”, diz o presidente do ManpowerGroup.

Já empregadores de micro e pequenas empresas ainda não enxergam o mesmo horizonte das grandes e a pesquisa mostra que haverá demissões nas microempresas, com índice de - 10% e também nas pequenas: - 3%. Nas médias, estabilidade com diferença zero entre quem vai demitir e quem vai contratar.

“Demora mais para o micro e pequeno empresário perceber a retomada porque eles dependem das encomendas das indústrias e também do consumo, por isso não têm ainda esse otimismo”, explica Pereira.

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