USP, Unesp e Unicamp perdem posições em ranking de países emergentes
Apenas a USP ficou entre as 30 melhores instituições do ranking da revista britânica Times Higher Education (THE). Veja a lista:
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de janeiro de 2019 às 17h50.
As universidades estaduais paulistas perderam posições no ranking que mede o desempenho de instituições de países emergentes. Divulgado nesta terça-feira, 15, o levantamento da revista britânica Times Higher Education (THE) mostra a Universidade de São Paulo ( USP ), a Estadual de Campinas ( Unicamp ) e a Estadual Paulista ( Unesp ) em colocações inferiores ao que foi registrado no ano passado.
O ranking de economias emergentes da THE analisou quase 450 universidades de 43 países, em quatro continentes. O levantamento feito pela revista britânica é uma das principais referências em reputação acadêmica. Trinta e seis instituições brasileiras aparecem no estudo - mais do que no ano passado, quando o País tinha 32. Mas 17 universidades brasileiras perderam posições no levantamento divulgado nesta terça.
A USP continua na melhor colocação entre as universidades brasileiras, na 15ª posição. No ano passado, estava em 14º e, desde 2017, não alcança o top 10 das universidades com melhores desempenhos. Em seguida, vem a Unicamp, que ficou em 40º lugar, perdendo sete posições em relação a 2018. A Unesp caiu para a 166ª colocação (em 2018, estava em 162º).
Enquanto isso, outras universidades brasileiras ganharam destaque. É o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que saiu da faixa de 201-250 e subiu para a 119ª posição, com melhoras em todos os indicadores, e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que subiu 23 posições, chegando à 127ª colocação.
Veja a classificação das universidades brasileiras:
Universidade | Classificação 2019 | Classificação 2018 |
Universidade de São Paulo | 15 | 14 |
Universidade Estadual de Campinas | (=) 40 | 33 |
Pontifícia Universidade Católica do Rio | 73 | (=) 61 |
Universidade Federal de São Paulo | (=) 97 | (=) 92 |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul | (=) 119 | 201-250 |
Universidade Federal de Minas Gerais | 127 | 150 |
Universidade Federal do Rio de Janeiro | (=) 141 | (=) 131 |
Universidade Estadual Paulista | (=) 166 | (=) 162 |
Universidade Estadual de Santa Catarina | (=) 182 | 201-250 |
Universidade de Brasília | 201-250 | 201-250 |
Universidade Federal de Pelotas | 201-250 | 301-350 |
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul | 201-250 | (=)191 |
Universidade Federal do ABC | 251-300 | (=)153 |
Universidade Federal da Bahia | 251-300 | SC |
Universidade Federal do Ceará | 251-300 | 251-300 |
Universidade Federal de São Carlos | 251-300 | 201-250 |
Universidade Federal de Viçosa | 251-300 | 251-300 |
Universidade Estadual de Londrina | 251-300 | 301-350 |
Universidade Federal de Lavras | 301-350 | 301-350 |
Universidade Federal de Pernambuco | 301-350 | 251-300 |
Universidade Estadual do Rio de Janeiro | 301-350 | 301-350 |
Universidade do Vale dos Sinos | 301-350 | 301-350 |
Universidade Estadual de Ponta Grossa | 301-350 | 251-300 |
Universidade Estadual do Ceará | 351+ | SC |
Universidade Federal de Goiás | 351+ | 301-350 |
Universidade Federal de Itajubá | 351+ | 98 |
Universidade Federal do Pará | 351+ | SC |
Universidade Federal do Paraná | 351+ | 301-350 |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte | 351+ | 301-350 |
Universidade Federal de Santa Maria | 351+ | 301-350 |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná | 351+ | SC |
Universidade Federal de Uberlândia | 351+ | SC |
Universidade Federal Fluminense | 351+ | 301-350 |
Pontifícia Universidade Católica do Paraná | 351+ | 251-300 |
Universidade Estadual de Maringá | 351+ | 351+ |
Universidade Estadual do Oeste do Paraná | 351+ | 351+ |
Para Ellie Bothwell, editora global de rankings da THE, o cenário brasileiro é de estagnação. A publicação britânica indica que o desempenho do País está ligado a cortes financeiros. "Como em muitos países da América Latina, o setor de ensino superior do Brasil está sofrendo sérios efeitos colaterais dos contínuos cortes de financiamento", apontou Ellie.
Também há maior competitividade. "Outras economias emergentes estão avançando em um ritmo mais acelerado, à medida que cada vez mais as vemos posicionando as instituições no centro de suas estratégias nacionais de crescimento econômico", disse Ellie. A China é a nação que conquista as melhores posições na tabela (4 das 5 primeiras) e tem a melhor representação: 72 instituições chinesas aparecem no ranking.
A primeira colocada da lista é a Universidade de Tsinghua, que tomou o lugar ocupado pela Universidade de Pequim no ano passado. Entre as 30 primeiras, também aparecem universidades russas, sul-africanas, turcas, indianas, entre outras.
Universidade | País | Classificação 2019 | Classificação 2018 |
Universidade Tsinghua | China | 1 | 2 |
Universidade de Pequim | China | 2 | 1 |
Universidade de Zhejiang | China | 3 | 6 |
Universidade de Ciência e Tecnologia da China | China | 4 | 5 |
Universidade Estatal de Moscou | Rússia | 5 | 3 |
Universidade de Fudan | China | 6 | 4 |
Universidade de Nanjing | China | 7 | 8 |
Universidade Jiao Tong de Xangai | China | 8 | 7 |
Universidade da Cidade do Cabo | África do Sul | 9 | 9 |
Universidade Nacional de Taiwan | Taiwan | 10 | 10 |
Universidade de Witwatersrand | África do Sul | 11 | 12 |
Instituto de Física e Tecnologia de Moscou | Rússia | 12 | 11 |
Universidade de Khalifa | Emirados Árabes | 13 | 15 |
Instituto Indiano de Ciência | Índia | 14 | 13 |
Universidade de São Paulo | Brasil | 15 | 14 |
Instituto de Física de Engenharia de Moscou | Rússia | (=) 16 | 19 |
Universidade de Wuhan | China | (=) 16 | 17 |
Universidade da Malásia | Malásia | (=) 18 | 27 |
Universidade de Tongji | China | (=) 18 | (=) 22 |
Universidade Sanbanci | Turquia | 20 | 18 |
Universidade Sun Yat-sen | China | 21 | 25 |
Instituto de Tecnologia Harbin | China | (=) 22 | 29 |
Escola Superior de Economia | Rússia | (=) 22 | 32 |
Universidade de Stellenbosch | África do Sul | 24 | 38 |
Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong | China | 25 | (=)45 |
Universidade Koç | Turquia | 26 | 16 |
Instituto Indiano de Tecnologia de Mumbai | Índia | 27 | 26 |
Universidade Nacional Chiao Tung | Taiwan | (=) 28 | 50 |
Universidade dos Emimrados Árabes Unidos | Emirados Árabes | (=) 28 | 50 |
Universidade de Chipre | Chipre | (=) 30 | 30 |
Universidade de Tartu | Estônia | (=) 30 | 28 |
Entenda os indicadores avaliados
O ranking de Economias Emergentes da revista britânica THE usa os mesmos 13 indicadores de desempenho analisados no ranking geral de universidades, que avalia mil instituições ao redor do mundo. Para a análise dos países emergentes, no entanto, esses indicadores são calibrados para refletir o contexto das universidades pesquisadas.
São levadas em consideração áreas como ensino (o ambiente de aprendizagem); pesquisa (volume, rendimento e reputação); citações (influência de pesquisa); perspectiva internacional (equipe, estudantes e pesquisadores); e rendimento da indústria (transferência de conhecimento).
Como as universidades de SP estão reagindo
De olho nos rankings internacionais, as universidades estaduais paulistas estão criando "núcleos de inteligência" para monitorar a própria performance acadêmica. Como o Estado mostrou em setembro do ano passado, esses núcleos são escritórios ou comissões que fazem a ponte com as agências responsáveis pelas principais avaliações e dão dicas práticas a pesquisadores sobre como melhorar a visibilidade das publicações científicas.
De modo geral, USP, Unesp e Unicamp têm boas posições ante as demais universidades da América Latina, mas ainda estão bem longe do topo de rankings mundiais, ocupado pelas elites britânica (como Oxford) e americana (Stanford, por exemplo). Também perdem para nações emergentes, como mostra o levantamento da THE, divulgado nesta terça-feira.