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Uma revolta sem líderes

Uma fagulha de 140 caracteres pode iniciar um incêndio

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Ilustração - Revolta sem líder (Paulo Brabo/EXAME.com)

Ilustração - Revolta sem líder (Paulo Brabo/EXAME.com)

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Eugênio Mussak

Publicado em 4 de abril de 2013, 17h12.

São Paulo - Um dos acontecimentos mais extraordinários dos últimos tempos foi a derrubada do ditador Hosni Mubarak, que há 30 anos mandava e desmandava no Egito, levando em conta seus próprios interesses, e de seus aliados, mais do que o do povo que ele governava.

A principal característica dessa mudança radical no comando daquele país é o fato de que se tratou de uma revolução sem líderes. Foi algo que surgiu do povo, da massa descontente que, para surpresa de muitos, demonstrou uma incrível capacidade de reação e de organização nunca antes vista, especialmente em um país árabe. Uma revolta sem líderes. Mas... será isso possível?

Se isso é verdade — e parece que é —, esse fato desmonta todas as teorias que dizem que as massas só podem ser mobilizadas a partir de um representante de suas angústias e de seus sonhos. É o que os livros comprovam, pois não se conta a história do mundo sem se referir aos movimentos de mudança, e não é possível falar deles sem se referir àqueles que as promoveram. Esses seriam os líderes.

Mesmo a Revolução Francesa, considerada uma reação popular, teve os seus. Como será, então, contada essa parte da história do Egito para as futuras gerações? O que dirão os livros sem Robespiérres e Dantons a quem se referir?

Trata-se de uma nova realidade com a qual a humanidade terá de lidar de agora em diante nos governos, nas empresas, nas organizações de todos os tipos. A possibilidade de uma liderança coletiva inconsciente, capaz de se organizar a partir das novas ferramentas disponíveis — as redes sociais. Um grupo de pessoas não precisa mais de uma voz grandiloquente para lhe representar. Basta uma fagulha de 140 caracteres para iniciar um incêndio de descontentamento, reação e mudança. 

Liderar deixou de ser conduzir pessoas em direção a um destino comum. Liderar passou a ser pertencer visceralmente a um grupo de pessoas e, com elas, atingir um objetivo com o qual todos concordam. O líder é parte do grupo, não seu dono. Aquele que ainda pensa que é já está na mira do Twitter. É apenas uma questão de tempo.

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