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Uma em cada 6 vítimas de assédio sexual pede demissão do trabalho

Quase metade das brasileiras já sofreu assédio sexual no trabalho, mostra pesquisa do Think Eva com o LinkedIn

#TrabalhoSemAssédio: o LinkedIn se posiciona e cria campanha contra assédio (FG Trade/Getty Images)

Luísa Granato

Publicado em 6 de outubro de 2020 às 17h02.

Assédio sexual é um exercício de poder”, pontua Maíra Liguori, diretora de impacto da Think Eva, durante coletiva nesta terça-feira, 6, para apresentação da pesquisa inédita que mostra o cenário do assédio sexual em ambientes profissionais, sejam eles presenciais ou não.

O levantamento, feito em parceria com o LinkedIn , constatou que quase metade das brasileiras já sofreu assédio sexual no trabalho. A pesquisa teve amostragem científica, com 414 respondentes de todas as regiões do Brasil e 381 entrevistas completas. O índice de confiança é de 99% e a margem de erro é de 7%.

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Embora essa violência se mostre comum nas empresas, a luta contra ela é solitária e as vítimas são responsabilizadas. Segundo a pesquisa, apenas 5% dos casos são levados ao RH. Uma em cada seis vítimas pediu demissão, mas 35,5% dizem viver sob constante medo.

Além de grave, o problema afeta o avanço profissional das mulheres, as afastando do mercado de trabalho, minando sua autoconfiança e prejudicando sua saúde mental.

Segundo as entrevistadas, a maior parte não denuncia o assédio por sentir que o agressor ficará impune (78%), pelo descaso ao tratar seu relato (64%), medo de exposição (64%), descrença (60%), medo de ser demitida (60%) e colocarem a culpa nela (41%).

No recorte étnico e socioeconômico da pesquisa, o sentimento de insegurança e vulnerabilidade é mais marcante para mulheres negras e de baixa renda: 51% das mulheres de baixa renda (até dois salários mínimos) se sentem inseguras e 54% das participantes pretas e pardas sentem vergonha por serem vítimas de assédio.

O que a diretora do Think Eva observa pelos resultados é que o assunto não é tratado de maneira eficiente dentro das empresas.

Junto a ela, Ana Plihal, executiva de soluções de talentos e líder do Comitê de Mulheres do LinkedIn Brasil, disse que o tema foi identificado como uma tendência de debate para 2020 pela rede.

“O ciclo do assédio está impactando o crescimento de produtividade e de expressão profissional dentro da empresa. Isso motivou o LinkedIn a estar junto dessa pesquisa”, explica.

Até mesmo no contexto online, o assédio ainda ocorre: 13,4% das mulheres afirmaram que já passaram por isso no LinkedIn, 61% dos casos foi pela mensagem privada, o InMail. A maioria só ignorou as abordagens, que chegaram a acontecer até por telefone, mas 18% pararam de usar a plataforma.

A rede social criou um canal de denúncia mais claro para sinalizar esses comentários e vai continuar o debate com a campanha #TrabalhoSemAssédio na rede.

Para mudar o ciclo de impunidade do assediador e proteger as vítimas, as próprias mulheres apontaram soluções pela pesquisa:

 

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