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Um aula e um texto para entender o uso do advérbio "ainda"

Professor Diogo Arrais, do Damásio Educacional, explica as regras e exemplifica o uso do advérbio ainda

Menino com óculos carregando livros: "ainda tinha oito anos de idade" (ThinkStock)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2015 às 14h06.

* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional

A REGRA SOLTA: Em sua forma adverbial, “ainda” – invariável - tem o poder de prorrogar a ideia, de repeti-la; novamente; de novo; mais uma vez. Tem basicamente função sintática de adjunto adverbial. Circunstância.

***

Muito mais que apenas o modificador da ação, um advérbio tem o poder de prorrogar sentenças, de prorrogar memórias, de trazer ações até o presente.

Na educação fundamental, lembro-me do meu primeiro encontro com o adverbial “ainda”. Não esqueci aquele dia jamais.

Ainda tinha oito anos de idade, ainda tinha medo de me trancarem no supermercado, ainda tinha o vovô, ainda viajávamos para o Guarujá, ainda jogávamos futebol de areia com o Bia, ainda não conhecia os Bee Gees, ainda fazia catequese e, volta e meia, penteava os cabelos das pernas tortas de meu pai.

Ainda assistia ao programa do Serginho Mallandro, ainda ficava de castigo, ainda vestia uniforme na escola, ainda andava na Parati verde da tia Gesa, ainda comia a galinhada da Dona Maria, ainda buscava minha mãe no trabalho, ainda achava o shopping center o maior lugar do mundo, ainda me escalava na Seleção Brasileira de Futebol.

Ainda trocava o sono pelo videogame, ainda ganhava carrinhos do meu padrinho (e nem me atinava para a etimologia do termo), ainda comungava sem tantos pecados, ainda morria de medo de ditados.

Ainda não beijava de língua, ainda tinha o choro fácil, ainda não entendia velórios, ainda não lia romances, poesia às vezes, mas ainda não sentia. Ainda era a vida fim de semana.

Ainda, bendito advérbio, com o poder de trazer ações até o presente; com o poder de trazer pessoas, gestos, objetos. Ainda, por mais que pareça a dura vida, não se finda. É continuidade, é correnteza.

Por crer em sonhos, ainda sou essa criança, não tenho medo ainda do ridículo e abraço as palavras. Rio, rio e rio. Gosto de rios; rios ainda se movem para chegar ao mar.

Ainda.
Um abraço, estou no Instagram e nas outras redes!

Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva

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* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional

A REGRA SOLTA: Em sua forma adverbial, “ainda” – invariável - tem o poder de prorrogar a ideia, de repeti-la; novamente; de novo; mais uma vez. Tem basicamente função sintática de adjunto adverbial. Circunstância.

***

Muito mais que apenas o modificador da ação, um advérbio tem o poder de prorrogar sentenças, de prorrogar memórias, de trazer ações até o presente.

Na educação fundamental, lembro-me do meu primeiro encontro com o adverbial “ainda”. Não esqueci aquele dia jamais.

Ainda tinha oito anos de idade, ainda tinha medo de me trancarem no supermercado, ainda tinha o vovô, ainda viajávamos para o Guarujá, ainda jogávamos futebol de areia com o Bia, ainda não conhecia os Bee Gees, ainda fazia catequese e, volta e meia, penteava os cabelos das pernas tortas de meu pai.

Ainda assistia ao programa do Serginho Mallandro, ainda ficava de castigo, ainda vestia uniforme na escola, ainda andava na Parati verde da tia Gesa, ainda comia a galinhada da Dona Maria, ainda buscava minha mãe no trabalho, ainda achava o shopping center o maior lugar do mundo, ainda me escalava na Seleção Brasileira de Futebol.

Ainda trocava o sono pelo videogame, ainda ganhava carrinhos do meu padrinho (e nem me atinava para a etimologia do termo), ainda comungava sem tantos pecados, ainda morria de medo de ditados.

Ainda não beijava de língua, ainda tinha o choro fácil, ainda não entendia velórios, ainda não lia romances, poesia às vezes, mas ainda não sentia. Ainda era a vida fim de semana.

Ainda, bendito advérbio, com o poder de trazer ações até o presente; com o poder de trazer pessoas, gestos, objetos. Ainda, por mais que pareça a dura vida, não se finda. É continuidade, é correnteza.

Por crer em sonhos, ainda sou essa criança, não tenho medo ainda do ridículo e abraço as palavras. Rio, rio e rio. Gosto de rios; rios ainda se movem para chegar ao mar.

Ainda.
Um abraço, estou no Instagram e nas outras redes!

Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Acompanhe tudo sobre:Dicas de PortuguêsGramática

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