Em três palavras, CEO do LinkedIn define o currículo perfeito
Segundo Jeff Weiner, a forma clássica de elaborar (e avaliar) currículos está com os dias contados
Maurício Grego
Publicado em 22 de julho de 2017 às 13h09.
Última atualização em 24 de julho de 2017 às 09h02.
São Paulo –Em um mundo cada vez mais veloz, no qual boa parte do que você aprendeu na faculdade pode se tornar obsoleto da noite para o dia, o funcionário ideal de uma empresa precisa de competências que transcendam aquilo que o diploma universitário lhe oferece.
Essa é, ao menos, a opinião de Jeff Weiner, ninguém menos do que CEO do LinkedIn . Em palestra recente a empreendedores coberta pelo site da revista Inc., o executivo explicou como o modelo de recrutamento de sua companhia mudou nos últimos anos, e revelou um mantra de apenas três palavras que passou a conduzi-lo na procura por talentos: “Competências, não diplomas”.
De acordo com Weiner, a maioria das empresas ainda restringem seu processo seletivo a candidatos formados em um número limitado de instituições. Como exemplo, ele cita um estudo recente de sua equipe que constatou que apenas 5% dos funcionários da área de tecnologia de empresas do Vale do Silício têm no currículo um background não tradicional.
Além de excludente, essa forma clássica de escolha também traz consequências do outro lado da mesa: os aspirantes a vagas passam a “se vender” mais por seus certificados e conhecimentos técnicos do que por suas qualidades—o que, segundo ele, pode ser um tiro no pé.
“Há qualidades que tendem a ser completamente negligenciadas quando pessoas analisam currículos ou perfis no LinkedIn. Mas, cada vez mais, nós percebemos que são justamente essas competências que fazem a maior diferença na nossa organização”.
Weiner enumera alguns desses diferenciais. Entre eles, estão a paixão pelo trabalho, o brilho nos olhos, a perseverança, a lealdade e a mentalidade de crescimento. Daí a importância de seu mantra, dado que a maior parte desses requisitos não são aprendidos na sala de aula.
“Não se trata de [priorizar] competências em detrimento dos diplomas. Trata-se de expandir nossa perspectiva para além deles”, ressalta o CEO. “Sim, diplomas de escolas específicas podem nos levar a talentos incríveis. Mas não é algo obrigatório para encontrá-los”.
Segundo ele, sua gigante de tecnologia já notou resultados expressivos com o novo paradigma de seleção. “Estamos encontrando pessoas incrivelmente talentosas, e que precisam de uma chance”.Um caso de sucesso, lembra ele, é o de um aprendiz da empresa que desenvolveu um aplicativo para que pessoas sem teto encontrem abrigos. Para Weiner, talvez nada disso fosse possível se o próprio jovem não tivesse vivido em situação de rua.
“Há muito talento para se encontrar se as pessoas estiverem abertas a encontrá-los em lugares diferentes”, garante o executivo.