Carreira

Sua meta para 2011 é...

Aproveite o início do ano para traçar um plano de crescimento profissional

Angelo Colombo, da Allianz Seguros: hábito de planejar a carreira  (Raul Junior/EXAME.com)

Angelo Colombo, da Allianz Seguros: hábito de planejar a carreira (Raul Junior/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Desde o final da faculdade, Angelo Colombo, de 35 anos, diretor executivo de grandes riscos da Allianz Seguros, faz um planejamento estratégico da carreira. Ele traça metas, inclusive financeiras, que são acompanhadas e medidas periodicamente. Após ter conquistado uma boa colocação, ele considera que está entrando num segundo ciclo de carreira.

Até pouco tempo, investia parte importante do salário em desenvolvimento pessoal. "Investi num MBA e também em muitos almoços para ampliar minha rede de contatos", diz Angelo. Nessa nova fase, seu objetivo é economizar pelo menos 30% do salário para formar uma poupança para a aposentadoria ou uma segunda carreira. 

Também pretende ganhar mais visibilidade nos processos internacionais da seguradora. Desde o ano passado, começou a estudar alemão, língua falada na matriz, e tem procurado se apresentar a funcionários estrangeiros da companhia. "Esse foi o primeiro passo, mas meu objetivo é conquistar exposição no exterior ainda maior em 2011", diz o executivo. Todo mundo tem ambições profissionais. Mas, para atingi-las, é preciso planejamento e o início de ano é uma boa ocasião para colocar o plano no papel (ou se preferir numa planilha no iPad). Liste os objetivos de curto, médio e longo prazo. 

"Não esqueça de revisá-los, no mínimo, de dois em dois meses, porque há mudanças no meio do caminho", diz o coach Silvio Celestino, de São Paulo. A boa notícia é que o ano começa com o mercado de trabalho aquecido. As empresas de recrutamento preveem um crescimento de 20% a 40% no volume de vagas em todo o país em 2011. Isso quer dizer, oferta de empregos, movimentações nas empresas, promoções e investimentos na retenção dos bons profissionais. Faça seu planejamento de carreira agora, mantenha o foco nos objetivos e colha os frutos ao longo do ano.

Trocar de emprego

Se você quer mudar de emprego, comece o processo avisando seus conhecidos de que está à procura de um novo trabalho. "Fale com o maior número de pessoas possível, sempre preservando a confidencialidade", ensina o headhunter Marcelo Cuellar, da Michael Page. 

Para quem estiver disposto a arriscar, as áreas de óleo e gás (por causa do pré-sal), infraestrutura, finanças, seguro e varejo são as que mais estão abrindo vagas neste início de ano, segundo as empresas de recrutamento. 

Mas evite inundar o mercado com seu currículo. As chances de você participar de processos que não se encaixem em seu perfil são grandes. "Pode ser perda de tempo", ressalta Rodrigo Vianna, gerente da Hays. Procure ser objetivo: escolha as empresas onde quer trabalhar, fale com bons headhunters. "Essa é uma maneira eficiente de ser lembrado por quem vai recrutar", diz. A melhor hora de mudar de emprego é quando se vive um bom momento na empresa. "Nunca se deve esperar pela pior fase", diz Fernando Marucci, diretor da Asap, empresa de recrutamento, com sede em São Paulo.


O ideal é unir um ciclo profissional completo com bons resultados para tentar fazer a transição. Uma ressalva: antes de procurar um novo emprego, procure entender qual é a origem desse desejo. Você cansou de fazer o que faz ou não vê mais perspectivas de crescer no emprego atual? Esses são pontos essenciais para evitar decisões equivocadas, ou agir por impulso. Procure entender se uma troca de emprego realmente contribuirá para sua carreira. "Vejo pessoas numa boa empresa, construindo um ciclo profissional interessante, jogarem tudo fora porque não gostam do chefe ou porque seus salários estão congelados", afirma Adriano Lima, diretor de recursos humanos do banco Itaú. 

Dar uma virada na carreira

Faça de 2011 o ano da virada em sua carreira. Pense nisso se você já tentou de tudo e continua sem ter a remuneração que esperava ou reconhecimento que julga merecer. Um mercado aquecido facilita as mudanças profissionais mais radicais. Mas esse tipo de coisa requer ainda mais planejamento que uma troca de emprego. "Tente conversar com profissionais da área, saiba como eles traçaram a carreira, quais as dificuldades que encontraram e os benefícios que a profissão trouxe", sugere Marcelo Cuellar, da Michael Page. Num movimento desses, é preciso estar disposto a arriscar. 

Por isso, é preciso fazer um planejamento financeiro também. Principalmente porque o desejo de fazer uma transição mais ampla bate quando o profissional está no meio da carreira, casado e com filhos. Segundo o coach Silvio Celestino, nesse estágio da carreira o profissional já estabeleceu um determinado padrão de vida e sofre para abrir mão disso. De acordo com o coach, é difícil fazer uma transição mantendo o mesmo patamar. "As pessoas precisam dar passos para trás, até na questão remuneração", diz.

Pedir um aumento

Em 2010, a empresa bateu recorde de faturamento e você superou suas metas. Está na hora de um aumento, mas você não sabe como pedir? Comece pela conversa franca com seu chefe.

A coisa mais importante é fazê-lo pensar especificamente no seu caso. "Funcionários com bom desempenho acabam não chamando a atenção do gestor justamente por não criar problemas", diz Jair Pianucci, diretor de recursos humanos da seguradora MetLife. "Não há nada de errado em lembrar seu chefe de que você está há muito tempo em determinado cargo e quer saber quais os planos da companhia para você." 

Na hora de falar com o chefe, conte de suas responsabilidades e realizações e tente medir como elas trazem resultados para a companhia. É o tamanho do resultado que vai determinar o tamanho do aumento. Na conversa, fale o que tem feito para melhorar seu desempenho, dos cursos que vem fazendo. Assegure-se de que seu chefe saia da conversa pensando em você. "Não basta ser competente, é preciso parecer competente", diz o coach Silvio Celestino. 


A dica número dois é: jamais pressione seu chefe. De acordo com Fernando Marucci, da Asap, o primeiro passo é verificar se há espaço para tentar o aumento. Se sentir que a oportunidade existe, mostre que entregou os resultados esperados, apresente suas avaliações de desempenho. Mas sempre mantenha a negociação aberta. "Dar um ultimato pode representar o tiro pela culatra", alerta.

Conquistar uma promoção

Falar de promoção é mostrar o quanto de resultado você pode trazer se assumir mais responsabilidades. Preparar-se para uma conversa dessas é anotar o que você tem de competência e imaginar como elas podem ser exploradas. 

Marcelo Bastos, de 39 anos, gerente de projetos do Banco do Brasil, tenta melhorar sua imagem com o diretor da área em que atua, de olho em uma promoção. "Ele ainda não tem a percepção que sou gerente, mas consultor", diz. O executivo possui um plano de carreira baseado no modelo do Balanced Scorecard. "Tive uma conversa com meu diretor e falei que almejava subir na carreira, tinha capacidade para ser promovido e alcançar um cargo mais alto", diz. 

Para fazer seu trabalho aparecer, Marcelo vem tentado ir além das atribuições de seu cargo. Uma iniciativa que criou foi a jornada de tecnologia, que prepara funcionários do banco para o futuro. Tarefas assim mostram que o profi ssional pode cumprir com desenvoltura atribuições diferentes das que lhe foram dadas.

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