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Ser demitido é pior do que se divorciar, mostra pesquisa

“Simplesmente não está funcionando” talvez seja uma das frases mais dolorosas de escutar - e é ainda pior quando vem do seu chefe

Demissão: “Nesta sociedade, ter um objetivo na vida significa estar trabalhando, contribuindo e ter esse status”, disse uma pesquisadora (foto/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2017 às 21h07.

Londres - “Simplesmente não está funcionando” talvez seja uma das frases mais dolorosas de escutar, porque leva a meses de angústia, auto questionamento e noites em claro. Mas é ainda pior quando essa frase vem do seu chefe.

Funcionários demitidos nunca conseguem recuperar completamente o nível de bem-estar , um indicador que inclui saúde mental, autoestima e satisfação com a vida, de acordo com dados fornecidos à Bloomberg nesta semana de uma análise de mais de 4.000 relatórios de pesquisa.

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Perder um emprego pode ser um golpe duro, capaz de causar uma queda maior na satisfação com a vida do que enviuvar ou se divorciar, de acordo com a análise, realizada pela Universidade de East Anglia e do What Works Center for Wellbeing, um órgão independente montado pelo governo do Reino Unido.

Pessoas desempregadas vão ficando cada mais infelizes à medida que passam os anos. Sua maior esperança é encontrar um novo trabalho permanente -- de preferência, com salário alto e muito prestígio -- que consiga aliviar parte do choque.

Pessoas que perdem um parceiro, por outro lado, podem se recuperar.

“Depois que alguém perde um parceiro, [o bem-estar] cai profundamente e depois, em geral, volta aos níveis anteriores”, disse Tricia Curmi, do What Works Center for Wellbeing. “No entanto, não observamos isso em relação ao desemprego.”

O bem-estar dos homens britânicos volta aos níveis normais dois anos após a perda de um cônjuge e quatro anos após o fim de um relacionamento.

Mas e com a perda do emprego? Esse bem-estar continua declinando durante mais de quatro anos. Os homens têm maior probabilidade de sofrer mais com esse abalo do que as mulheres.

As pessoas podem superar lutos e divórcios. A empolgação de conhecer uma pessoa nova após uma separação pode fazer o coração disparar, mas as pessoas continuam sofrendo com o desemprego, de acordo com uma meta-análise de pesquisas realizada em 2011 por acadêmicos da Universidade Livre de Berlim.

Não há provas suficientes para afirmar irrefutavelmente por que ser despedido é tão devastador, mas pesquisadores vinculam isso à importância que damos a ter um emprego significativo.

“Nesta sociedade, ter um objetivo na vida significa estar trabalhando, contribuindo e ter esse status”, disse Curmi.

Apesar de resmungarem, as pessoas realmente dão importância para o trabalho que têm e ao apoio social que recebem dos colegas de trabalho.

Quase metade dos trabalhadores do Reino Unido está satisfeita com seu emprego e apenas 25 por cento estão insatisfeitos, de acordo com um relatório publicado no mês passado pelo Chartered Institute of Personnel and Development, uma associação de recursos humanos.

O impacto de ser demitido é particularmente acentuado entre trabalhadores mais jovens, mostra a pesquisa.

Ajuda da família e dos amigos pode aliviar os impactos piores. Pessoas extrovertidas se recuperam mais rapidamente, e até completamente, segundo a pesquisa.

A inspiração divina pode ajudar a aliviar a dor, disse Curmi. “Pessoas que frequentam igrejas regularmente sentiram um efeito de proteção em relação ao impacto do desemprego”, disse ela.

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