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Salário de executivos em SP é maior que em Nova York

Em São Paulo, CEOs receberam cerca de US$ 620 mil enquanto em Nova York o salário médio foi de US$ 574 mil

Avenida em São Paulo: executivos que atuam na cidade têm os maiores salários do mundo (Silvio Tanaka/Wikimedia Commons)

Avenida em São Paulo: executivos que atuam na cidade têm os maiores salários do mundo (Silvio Tanaka/Wikimedia Commons)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 11 de maio de 2011 às 14h41.

São Paulo – Em 2010, os executivos que trabalham em São Paulo receberam salários maiores do que profissionais que têm o mesmo cargo em Nova York, Londres, Cingapura e Hong Kong. É o que indica pesquisa da consultoria Dasein.

Para se ter uma ideia, de acordo com o estudo, um diretor de uma empresa em São Paulo teve, em 2010, remuneração média de 243 mil dólares. Um profissional com a mesmo cargo em Nova York recebeu salário anual de 213 mil dólares. Em Hong Kong, a remuneração média foi de 97 mil dólares - quase três vezes menos do que o oferecido no Brasil.

A diferença e sobrevalorização salarial persiste nos pacotes oferecidos aos presidentes de empresas no Brasil. Um CEO que trabalha em São Paulo recebeu, no ano passado, salário de 620 mil dólares, enquanto em Nova York, este número foi de 574 mil dólares e em Hong Kong, de 242 mil dólares.

O aquecimento da economia tupiniquim não é, contudo, a única explicação para o fenômeno. “O Brasil ainda precisa sanar algumas questões operacionais enquanto país”, afirma Davi Braga, gerente de negócios da Dasein. “No dia-a-dia, o executivo precisa driblar uma série de questões políticas ou de infraestrutura que impactam o ciclo produtivo, sem contar que o custo Brasil é muito alto”.

Em outras palavras, em solo brasileiro, os salários são maiores que em outras capitais de negócios, mas o tamanho do abacaxi que cada executivo tem que descascar também. Esse cenário exige, segundo ele, profissionais mais experientes e com uma senioridade elevada.

Para colaborar com isso, ele explica, no Brasil, as jornadas de trabalho também são mais altas do que as vivenciadas por executivos nos países pesquisados. “As 8 horas padrão de expediente não são suficientes para o montante de trabalho que os executivos têm aqui. Em média, eles trabalham 12 horas por dia”, diz.

Bônus
O fenômeno, contudo, é recente e está ligado a retomada da economia brasileira no pós-crise. Em pesquisa conduzida pela Association of Executive Search Consultants (AESC), em 2008, revela que 82% dos executivos que trabalhavam nessas cinco metrópoles avaliavam que os salários oferecidos no Brasil eram os piores quando comprados aos outros países. Dos profissionais que trabalhavam aqui, 50% concordavam com essa avaliação.


“A regra mundial no pós-crise foi cortar custos. O Brasil, na via oposta, teve um boom de mercado em 2009”, diz o especialista. E isso não impactou apenas os pacotes salariais. De acordo com o especialista, as empresas com operação no Brasil também tem investido de maneira agressiva na remuneração variável – opção que se tornou praticamente nula nas economias desenvolvidas nos últimos anos.

O resultado é que, segundo ele, a tendência é que mais estrangeiros e expatriados venham para o país nos próximos meses. No entanto, um alerta para as empresas e para o governo: “Muitos profissionais se assustam com as longas jornadas de trabalho no Brasil. Há casos de executivos que estão retornando aos seus países de origem”, afirma.

Os salários médios oferecidos para diretores de empresas em 2010:

Cidades Remuneração anual dos diretores
São Paulo US$ 243 mil
Nova York US$ 213 mil
Londres US$ 179 mil
Cingapura US$ 164 mil
Hong Kong US$ 97 mil

Os salários médios oferecidos para presidentes/CEOs de empresas em 2010:

Cidades Remuneração anual dos CEOs
São Paulo US$ 620 mil
Nova York US$ 574 mil
Londres US$ 550 mil
Cingapura US$ 368 mil
Hong Kong US$ 242 mil
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