Ricardo Rocco, da SpencerStuart, fala de cargos em alta
Headhunter com mais de 15 anos de experiência, ele já trabalhou diversas posições de presidente e diretor no Brasil
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 14h28.
Qual a posição mais demandada nos últimos seis meses?
Ricardo Rocco - Tradicionalmente, são as da área financeira. Tanto o diretor quanto seus assessores e controller. Essa também é a posição que mais demoramos a fechar. Levamos em média de quatro a cinco meses.
Pelo volume da demanda?
Ricardo Rocco - Não só. Esse executivo está bem caro. Quando mostramos o custo desse profissional para os clientes internacionais, eles levam um choque. Isso torna as buscas mais difíceis, pois há um desencontro de expectativas. De um lado, as empresas querendo pagar na média de mercado; de outro, o executivo supervalorizado.
Como está o volume de busca de diretores de recursos humanos?
Ricardo Rocco - É um dos cargos mais procurados. Fica atrás somente das posições financeiras e da busca pelo presidente.
E qual a posição menos demandada nos últimos seis meses?
Ricardo Rocco - São as de operações, especialmente a de diretor de manufatura. Esse é um território sem muita movimentação, pois os cargos são preenchidos internamente. São também as posições que fechamos mais rapidamente, já que estamos falando de funções mais técnicas e menos comportamentais.
Qual o perfil de executivo mais desejado pelas empresas?
Ricardo Rocco - As empresas querem profissionais que saibam influenciar e que façam as pessoas compartilharem sonhos. A habilidade mais procurada é ter capacidade de mobilização, de inovação e de mudança. E, claro, querem líderes capazes de desenvolver pessoas, de ter uma equipe de primeiro nível, formar sucessores, extrair o melhor dos profissionais e identificar lacunas de desenvolvimento.
Ao longo da sua experiência como headhunter, o que deixou de ser requisito na busca de um candidato?
Ricardo Rocco - Vejo uma migração do enfoque nas características técnicas para as habilidades comportamentais. Não quer dizer que o técnico deixou de ser importante, mas o peso dado às qualidades comportamentais é maior hoje.