Board de empresas (Divulgação: VioletaStoimenova/Getty Images)
Vice President of Corporate Education da Exame
Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 11h53.
Tenho observado recentemente que muitos líderes, c-levels e executivos em geral com muita experiência têm direcionado suas carreiras para assumirem posições nos conselhos de empresas. Esse movimento vem acompanhado pelo crescimento de cursos específicos para formação de conselheiros, refletindo a demanda das startups e empresas por perfis que ofereçam suporte estratégico.
No entanto, as cadeiras nos boards corporativos estão cada vez mais exigentes. Afinal, o nível de prontidão para lidar com novos desafios também é cada vez maior.
Além disso, as habilidades que fazem bons líderes não são necessariamente as mesmas que criam membros indispensáveis ou até mesmo desejáveis em um conselho. Essa é uma condição que torna tanto líderes quanto não líderes, possíveis e potenciais conselheiros, a depender só de uma coisa: capacitação.
Como, então, os profissionais que têm como objetivo de carreira alcançar uma cadeira no board de grandes empresas podem se posicionar cada vez mais nessa direção? Em entrevistas feitas com mais de 50 membros do conselho de algumas das principais empresas do mundo, a Harvard Business Review publicou um estudo que sugere cinco diferentes inteligências para você desenvolver se quiser fazer parte do conselho, são elas: financeira, estratégica, relacional, funcional e cultural.
Separei, abaixo, os principais insights de cada uma das habilidades e também compartilhei dicas de como começar, sugeridas pelo estudo. Confira!
Ser conselheiro exige mais do que familiaridade com números; é necessário compreender a estrutura de capital da empresa, a sustentabilidade dos fluxos de caixa e demosntrativos financeiros. Se ainda não o fez, a Harvard Business Review sugere assumir a responsabilidade por seus próprios lucros e perdas como uma boa maneira de começar.
O pensamento estratégico deve considerar tendências externas, concorrentes e garantir uma ligação confiável entre planejamento e finanças projetadas. Ou seja, implica em conectar os números à estratégia. Para começar, aumente sua exposição ao modelo de negócios de sua empresa e entenda como ele se relaciona com a estratégia.
Habilidade fundamental para qualquer profissional, eu diria. Mas para subir ao conselho, é necessário construir relações eficazes com outros diretores, executivos e stakeholders. Demanda escuta ativa e adaptação às sugestões, mesmo quando vêm de perspectivas diversas. Afinal, a comunicação clara é vital em ambientes de alta pressão.
A dica da HBR é: procure oportunidades para conversar e se apresentar à sua diretoria e buscar possíveis oportunidades de tomada de decisão.
Os membros do conselho devem entender sua contribuição única para as discussões. Saber quando e como intervir é crucial. Não se trata apenas de fazer a primeira pergunta, mas também de discernir quando repeti-la. Cada intervenção deve ser material e agregar valor.
Esteja ciente do seu papel, da sua responsabilidade, de por que foi escolhido e em quais áreas pode contribuir mais significativamente.
Essa é fácil, você pode praticar isso em todas as suas reuniões e projetos, e certamente será um profissional diferenciado.
Criar um ambiente de transparência e confiança é responsabilidade do presidente do conselho e demais membros. Compreender a cultura organizacional, orquestrar mudanças quando necessário e guiar o grupo em direção à transparência são aspectos críticos.
Comece sendo embaixador da cultura da sua empresa.
Ao ampliar suas habilidades com essas dicas, você ganha sim um forte diferencial para se posicionar cada vez mais em direção ao conselho corporativo, mas não é só isso. Até lá, elas também te tornam um profissional insubstituível em uma empresa, pois você contribuirá, além de tudo, para a vitalidade e crescimento sustentável da sua organização. Nada mais importante do que isso hoje.