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Qual é o seu limite? Carreira também tem de ser sustentável

Executivos que praticam esportes de alto desempenho têm lições sobre como atingir o máximo num momento em que muitos profissionais trabalham sob alta pressão e precisam reconhecer as próprias fragilidades para suportar o ritmo puxado

Para não ficar esgotado e chegar à prova final com vigor, o corredor jamaicano Usain Bolt não dá seu máximo nas provas de classificação (John Thys/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2013 às 06h26.

São Paulo - Com a economia lenta, metas difíceis de serem atingidas e uma forte pressão por resultados, o ano de 2013 não foi fácil para os executivos. Havia no ar a expectativa de que este seria um ano de recuperação, coisa que não ocorreu. Muita gente fez o máximo para chegar a resultados medianos.

"Lidar com todas essas adaptações foi estressante", afirma Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association (Isma), de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O próximo ano não deve ser muito diferente.

"A necessidade de resultados não vai diminuir, ou seja, a pressão só deve aumentar”, diz Juliano Ballarotti, diretor da empresa de recrutamento Hays, de São Paulo. "As empresas querem profssionais que deem resultados no curto prazo".

A tendência é que a cobrança aumente, mas os investimentos e as contratações, não. Ou seja, as empresas pretendem explorar ao máximo seus recursos humanos , literalmente. "Os resultados medíocres não vão ter espaço", diz Eugênio Mussak, professor do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA) e consultor da Sapiens Sapiens, de São Paulo.

Para dar conta de tudo isso, é preciso saber até onde vai seu limite. Sem isso, sua capacidade de produção diminui, e a possibilidade de crescimento na carreira, também. Assim como as empresas, a capacidade de um profissional é limitada. Uma hora é preciso parar de trabalhar porque o fôlego termina. “

"A única maneira de fazer uma carreira ser sustentável é preservar a capacidade de produção", diz Maria Candida Baumer, sócia da People & Results, especializada em carreira e cultura empresarial, de São Paulo. Para medir até que ponto chegar é necessário conhecer suas competências e habilidades.


"O profissional deve ter uma preocupação contínua em entender  suas motivações, seus bloqueios e  aprender a superar seus próprios  patamares”, diz Daniel Motta, presidente  da BMI Brazilian Management  Institute, de São Paulo. Só assim dá  para colocar na balança os desafios  e saber se é possível encará-los.

Os esportistas fazem bem essa dosagem.  Sabem que não adianta, em uma corrida longa, dar uma largada  muito forte. Caso contrário, chegarão  ao fim da prova cansados. Para não  ficar esgotado e chegar à prova final  com vigor, o corredor jamaicano  Usain Bolt, recordista mundial dos  100 metros rasos, não dá seu máximo  nas provas de classificação, por  exemplo.

"Ele sabe que precisa reservar  energia", diz Mussak. "E o  profissional precisa fazer o mesmo,  senão ultrapassa o limite e não consegue  se desenvolver." Para os esportistas,  essa estratégia vem do conhecimento sobre os limites físicos.  Diferente do intelectual, o físico é  muito mais fácil de entender, porque  a dor e o cansaço são nítidos.

Na carreira,  a solução é saber como corpo  e mente se comportam no trabalho.  "Devemor ter o bom senso de começar  devagarzinho, com metas alcançáveis",  diz Paulo Yazigi Sabbag,  professor da Escola de Administração  de Empresas da Fundação Getulio  Vargas (FGV), de São Paulo, e  autor do livro Resiliência — Competência  para Enfrentar Situações  Extraordinárias na Sua Vida Profssional  (Campus/Elsevier).

"Depois dá para abraçar desafios maiores", diz. Como as empresas não farão isso, quem deve conduzir esse processo é o próprio profissional. "Saber o limite ajuda a fazer melhores escolhas de carreira e aumenta a possibilidade de sucesso", diz Maria Candida, da People & Results.

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"A necessidade de resultados não vai diminuir, ou seja, a pressão só deve aumentar”, diz Juliano Ballarotti, diretor da empresa de recrutamento Hays, de São Paulo. "As empresas querem profssionais que deem resultados no curto prazo".

A tendência é que a cobrança aumente, mas os investimentos e as contratações, não. Ou seja, as empresas pretendem explorar ao máximo seus recursos humanos , literalmente. "Os resultados medíocres não vão ter espaço", diz Eugênio Mussak, professor do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA) e consultor da Sapiens Sapiens, de São Paulo.

Para dar conta de tudo isso, é preciso saber até onde vai seu limite. Sem isso, sua capacidade de produção diminui, e a possibilidade de crescimento na carreira, também. Assim como as empresas, a capacidade de um profissional é limitada. Uma hora é preciso parar de trabalhar porque o fôlego termina. “

"A única maneira de fazer uma carreira ser sustentável é preservar a capacidade de produção", diz Maria Candida Baumer, sócia da People & Results, especializada em carreira e cultura empresarial, de São Paulo. Para medir até que ponto chegar é necessário conhecer suas competências e habilidades.


"O profissional deve ter uma preocupação contínua em entender  suas motivações, seus bloqueios e  aprender a superar seus próprios  patamares”, diz Daniel Motta, presidente  da BMI Brazilian Management  Institute, de São Paulo. Só assim dá  para colocar na balança os desafios  e saber se é possível encará-los.

Os esportistas fazem bem essa dosagem.  Sabem que não adianta, em uma corrida longa, dar uma largada  muito forte. Caso contrário, chegarão  ao fim da prova cansados. Para não  ficar esgotado e chegar à prova final  com vigor, o corredor jamaicano  Usain Bolt, recordista mundial dos  100 metros rasos, não dá seu máximo  nas provas de classificação, por  exemplo.

"Ele sabe que precisa reservar  energia", diz Mussak. "E o  profissional precisa fazer o mesmo,  senão ultrapassa o limite e não consegue  se desenvolver." Para os esportistas,  essa estratégia vem do conhecimento sobre os limites físicos.  Diferente do intelectual, o físico é  muito mais fácil de entender, porque  a dor e o cansaço são nítidos.

Na carreira,  a solução é saber como corpo  e mente se comportam no trabalho.  "Devemor ter o bom senso de começar  devagarzinho, com metas alcançáveis",  diz Paulo Yazigi Sabbag,  professor da Escola de Administração  de Empresas da Fundação Getulio  Vargas (FGV), de São Paulo, e  autor do livro Resiliência — Competência  para Enfrentar Situações  Extraordinárias na Sua Vida Profssional  (Campus/Elsevier).

"Depois dá para abraçar desafios maiores", diz. Como as empresas não farão isso, quem deve conduzir esse processo é o próprio profissional. "Saber o limite ajuda a fazer melhores escolhas de carreira e aumenta a possibilidade de sucesso", diz Maria Candida, da People & Results.

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