Professor de português alerta para erro comum em conversas online
Segundo o professor Diogo Arrais, é preciso ter cuidado com a concordância para não dificultar a compreensão de um texto
Luísa Granato
Publicado em 26 de maio de 2020 às 13h16.
"É PRECISO! SÃO NECESSÁRIAS!" Em tempos de intensas discussões políticas, para compreendermos devidamente um texto , é fundamental estar atento à escrita.
Na semana passada, vi o seguinte enunciado, como conclusão de um argumento:
"É preciso mudanças na legislação. É preciso ações neste país!"
Com as expressões do tipo "é necessário, é bom, é preciso, significando 'é necessário'", o adjetivo pode ficar invariável, qualquer que seja o gênero e o número do termo determinado, quando se deseja fazer uma referência de modo vago, genérico, de acordo com o estudo do mestre Evanildo Bechara. Vejamos as expressões abaixo:
"É necessário paciência."
"É necessária muita paciência."
Costumo sempre enfatizar que a ausência do determinante é o sinal para que a expressão fique invariável:
"É proibido manifestação neste país."
"É proibido manifestações neste país."
No entanto, se houver determinante (acompanhamento de artigo ou pronome), a concordância é obrigatória:
"É proibida a manifestação neste país."
"São proibidas as manifestações neste país."
Em outras palavras, nos enunciados destacados no início deste texto, o escritor fez excelente uso da norma gramatical, ao não flexionar o verbo.
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DIOGO ARRAIS
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Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS