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Sua personalidade tem de sincronizar direito com a empresa

Saber identificar a empresa mais adequada a seus valores É um exercício difícil — mas vale o esforço. a recompensa É a plena satisfação no trabalho

É importante avaliar se a empresa está alinhada com seus valores (MorgueFile)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 13h44.

São Paulo - Não é raro que os candidatos ouçam, principalmente nas etapas finais dos processos seletivos, a seguinte fala do RH : “Se você não for selecionado, não é por causa de sua competência, mas porque seu perfil não se encaixa no perfil da empresa”.

Pode até parecer papo-furado, só que a justificativa é muito mais verdadeira do que você pensa. Estar sincronizado com os valores e com a cultura da empresa é crucial para crescer no início de carreira. Quanto mais próxima sua “personalidade” estiver, mais fácil se dar bem no trabalho e, melhor ainda, se apaixonar pelo o que você faz.

“A adequação entre características dos funcionários e das empresas faz com que os profissionais sejam mais produtivos e se sintam mais felizes”, diz Fernanda Bueno, gerente de inovação da Across, consultoria de São Paulo.

Essa sincronia é tão importante que foi até batizada com um termo em inglês, “job fit”, que significa, basicamente, achar a pessoa certa para o emprego certo. Isso até soa como missão impossível, mas algumas atitudes dos profissionais e das empresas podem aumentar as chances de escolha certeira.

Autoconhecimento

Mesmo durante os anos da faculdade, é importante fazer exercícios de autoconhecimento. “Começar a se autoavaliar cedo ajuda a mapear a personalidade e os pontos fortes e fracos de um profissional”, diz Marcos Soares, professor do Insper, de São Paulo. E isso pode ser feito desde os primeiros anos como universitário.

Nesse período, a falta de experiência no mercado pode ser compensada por atividades como a participação na empresa júnior da faculdade ou uma conversa franca com os professores. Assim, um jovem já conseguirá ter uma ideia de quais são seus valores  pessoais — e de como ele age em determinadas  situações que se repetem dentro das empresas, como ter de lidar com imprevistos ou  trabalhar em equipe.


“Nesse primeiro momento, o profissional ainda não sabe exatamente que características ajuda riam e atrapalhariam seu desempenho dentro das empresas, mas já pode entender quais traços de sua personalidade são mais marcantes”, diz Sigmar Malvezzi, professor de gestão de pessoas da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte.

Primeiros Passos

A autoavaliação se torna ainda mais rica quando começam a surgir as primeiras experiências profissionais. Durante os programas de estágio, os jovens podem perceber melhor como seus traços de personalidade aparecem na prática e, se prestarem atenção como agem no dia a dia de trabalho, vão descobrir se gostam mesmo de um ambiente competitivo, se possuem tendência para a liderança ou se têm dificuldade de se adaptar a novos cenários.

Mas para notar todas essas nuances do modo de agir é preciso estar atento. “Ouvir feedback de colegas e chefes sem ficar com o pé atrás é a chave para se conhecer melhor”, afirma Marcos Soares.

Voz interna

Além de ouvir o que os outros têm a dizer, também é importantíssimo ouvir o que você mesmo sente — sem preconceito e autossabotagem. Em alguns momentos, vale a pena parar e pensar sobre o que faria você mais feliz dentro de uma empresa, deixando de lado quais são as expectativas de seus pais, colegas e professores quando o assunto é sua carreira.

Algumas perguntas ajudam nesse momento. Você pode pensar se ficaria mais confortável em uma empresa altamente competitiva com carreiras aceleradas ou em uma companhia meritocrática, mas com crescimento mais lento; ou se ficaria feliz se especializando em uma área do conhecimento ou tendo uma experiência mais ampla sobre determinado negócio; ou se seus olhos brilhariam mais em um trabalho em que a rotina é não ter rotina ou em um local em que os processos são mais metódicos.


Tudo isso forma um desenho de quem você é e do que você quer para sua carreira. “O melhor é ouvir seus anseios e seguir um caminho profissional que combine com sua personalidade”, diz Fernanda.

E lutar contra isso é tão difícil quanto tentar transformar um extrovertido em tímido.

Empresas na mira

Não custa lembrar mais uma vez: tão importante quanto se conhecer é conhecer as empresas. Hoje, as informações sobre as companhias estão disponíveis em sites e em veículos de imprensa especializados.

“Antes de participar de qualquer processo seletivo, leia muito sobre a organização para não cometer o erro de entrar em um local que vá contra o que você quer e acredita”, diz Marcos.

Para ficar por dentro dos processos internos, vale até conversar com pessoas que passaram por determinada empresa, como colegas da universidade ou professores. Outra estratégia é dar uma olhada nas redes sociais das companhias — que revelam como as empresas tratam seus clientes, colaboradores e candidatos a funcionário.

Aprendizado

Durante as fases de seleção de grandes processos de estágio ou trainee, é comum que os candidatos tenham de fazer testes de personalidade. E algumas empresas disponibilizam os resultados desses testes para todos os participantes — mesmo os que não são selecionados.

“Quando isso acontece, os jovens têm um importante retrato em mãos e devem estudar quais foram os resultados”, diz Fernanda. Além disso, também é importante que os profissionais observem seu comportamento durante todas as etapas do processo: se são mais ou menos proativos na dinâmica de grupo ou se atuam como líderes ou liderados, por exemplo.

“Quem se autoavalia depois de processos seletivos ganha ferramentas para se conhecer melhor”, afirma Fernanda.

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São Paulo - Não é raro que os candidatos ouçam, principalmente nas etapas finais dos processos seletivos, a seguinte fala do RH : “Se você não for selecionado, não é por causa de sua competência, mas porque seu perfil não se encaixa no perfil da empresa”.

Pode até parecer papo-furado, só que a justificativa é muito mais verdadeira do que você pensa. Estar sincronizado com os valores e com a cultura da empresa é crucial para crescer no início de carreira. Quanto mais próxima sua “personalidade” estiver, mais fácil se dar bem no trabalho e, melhor ainda, se apaixonar pelo o que você faz.

“A adequação entre características dos funcionários e das empresas faz com que os profissionais sejam mais produtivos e se sintam mais felizes”, diz Fernanda Bueno, gerente de inovação da Across, consultoria de São Paulo.

Essa sincronia é tão importante que foi até batizada com um termo em inglês, “job fit”, que significa, basicamente, achar a pessoa certa para o emprego certo. Isso até soa como missão impossível, mas algumas atitudes dos profissionais e das empresas podem aumentar as chances de escolha certeira.

Autoconhecimento

Mesmo durante os anos da faculdade, é importante fazer exercícios de autoconhecimento. “Começar a se autoavaliar cedo ajuda a mapear a personalidade e os pontos fortes e fracos de um profissional”, diz Marcos Soares, professor do Insper, de São Paulo. E isso pode ser feito desde os primeiros anos como universitário.

Nesse período, a falta de experiência no mercado pode ser compensada por atividades como a participação na empresa júnior da faculdade ou uma conversa franca com os professores. Assim, um jovem já conseguirá ter uma ideia de quais são seus valores  pessoais — e de como ele age em determinadas  situações que se repetem dentro das empresas, como ter de lidar com imprevistos ou  trabalhar em equipe.


“Nesse primeiro momento, o profissional ainda não sabe exatamente que características ajuda riam e atrapalhariam seu desempenho dentro das empresas, mas já pode entender quais traços de sua personalidade são mais marcantes”, diz Sigmar Malvezzi, professor de gestão de pessoas da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte.

Primeiros Passos

A autoavaliação se torna ainda mais rica quando começam a surgir as primeiras experiências profissionais. Durante os programas de estágio, os jovens podem perceber melhor como seus traços de personalidade aparecem na prática e, se prestarem atenção como agem no dia a dia de trabalho, vão descobrir se gostam mesmo de um ambiente competitivo, se possuem tendência para a liderança ou se têm dificuldade de se adaptar a novos cenários.

Mas para notar todas essas nuances do modo de agir é preciso estar atento. “Ouvir feedback de colegas e chefes sem ficar com o pé atrás é a chave para se conhecer melhor”, afirma Marcos Soares.

Voz interna

Além de ouvir o que os outros têm a dizer, também é importantíssimo ouvir o que você mesmo sente — sem preconceito e autossabotagem. Em alguns momentos, vale a pena parar e pensar sobre o que faria você mais feliz dentro de uma empresa, deixando de lado quais são as expectativas de seus pais, colegas e professores quando o assunto é sua carreira.

Algumas perguntas ajudam nesse momento. Você pode pensar se ficaria mais confortável em uma empresa altamente competitiva com carreiras aceleradas ou em uma companhia meritocrática, mas com crescimento mais lento; ou se ficaria feliz se especializando em uma área do conhecimento ou tendo uma experiência mais ampla sobre determinado negócio; ou se seus olhos brilhariam mais em um trabalho em que a rotina é não ter rotina ou em um local em que os processos são mais metódicos.


Tudo isso forma um desenho de quem você é e do que você quer para sua carreira. “O melhor é ouvir seus anseios e seguir um caminho profissional que combine com sua personalidade”, diz Fernanda.

E lutar contra isso é tão difícil quanto tentar transformar um extrovertido em tímido.

Empresas na mira

Não custa lembrar mais uma vez: tão importante quanto se conhecer é conhecer as empresas. Hoje, as informações sobre as companhias estão disponíveis em sites e em veículos de imprensa especializados.

“Antes de participar de qualquer processo seletivo, leia muito sobre a organização para não cometer o erro de entrar em um local que vá contra o que você quer e acredita”, diz Marcos.

Para ficar por dentro dos processos internos, vale até conversar com pessoas que passaram por determinada empresa, como colegas da universidade ou professores. Outra estratégia é dar uma olhada nas redes sociais das companhias — que revelam como as empresas tratam seus clientes, colaboradores e candidatos a funcionário.

Aprendizado

Durante as fases de seleção de grandes processos de estágio ou trainee, é comum que os candidatos tenham de fazer testes de personalidade. E algumas empresas disponibilizam os resultados desses testes para todos os participantes — mesmo os que não são selecionados.

“Quando isso acontece, os jovens têm um importante retrato em mãos e devem estudar quais foram os resultados”, diz Fernanda. Além disso, também é importante que os profissionais observem seu comportamento durante todas as etapas do processo: se são mais ou menos proativos na dinâmica de grupo ou se atuam como líderes ou liderados, por exemplo.

“Quem se autoavalia depois de processos seletivos ganha ferramentas para se conhecer melhor”, afirma Fernanda.

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