Carreira

Oportunidades para locais e forasteiros

O otimismo voltou a imperar entre os empregadores do Norte. Com isso, há mais postos de trabalho sendo abertos. A dificuldade agora é preencher as vagas

Vale: a empresa vai contratar 10 000 pessoas em todo o país. No Norte, deve construir uma siderúrgica para verticalizar a produção (Divulgação)

Vale: a empresa vai contratar 10 000 pessoas em todo o país. No Norte, deve construir uma siderúrgica para verticalizar a produção (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Os executivos da região Norte estão mais otimistas em relação ao ano passado. A pesquisa de empregos da VOCÊ S/A teve resposta de 74 organizações, que afirmam que vão abrir 9 819 vagas nos próximos meses. 

O número corresponde a mais do que o dobro de oportunidades que foram apuradas em 2010. Para os analistas que acompanham o mercado de trabalho local, as economias do Pará e do Amazonas devem continuar liderando a criação de novos postos de trabalho. Os setores que estão contratando são mineração e serviços, no Pará, e indústria e comércio, no Amazonas. Em Rondônia, o destaque continua sendo a construção civil, que no ano passado respondeu por um terço do total de empregos criados. O Acre não aparece no radar da pesquisa.

Este ano, as companhias voltaram a investir e, com isso, mais oportunidades estão surgindo. O setor de serviços, que vem acompanhando o desenvolvimento da indústria e a consequente demanda por tarefas terceirizadas, ilustra bem o otimismo dos empresários da região. A Allis, por exemplo, especializada em serviços de RH, planeja contratar 1 830 profissionais só na região Norte. O foco é recrutar profissionais para o varejo. O Grupo Empreza, que também atua em RH, além de consultoria e educação, prevê a contratação de 1 000 pessoas na região.

Em Rondônia, a demanda pelos profissionais de construção continua alta e tem feito algumas construtoras buscarem colaboradores em outras regiões do país e, para algumas especialidades, até mesmo no exterior. O segundo setor que mais vem contratando é o comércio, que em 2010 empregou 46 000 pessoas. No Pará, o setor de serviços empregou 

93 000 novos funcionários em 2010, o que representa 28% dos empregos preenchidos no estado. Segundo o levantamento da VOCÊ S/A, as redes de varejo Farmácia Pague Menos e Riachuelo têm cada uma 500 vagas abertas para a região neste ano. Os grandes atacadistas também pretendem contratar. O Atacadão tem 292 vagas por lá, e o Makro, 244. Há vagas operacionais, administrativas e gerenciais.

Os especialistas acreditam no potencial da mineração como propulsor do emprego no Pará. “A exploração mineral ganha novos horizontes com a verticalização de sua produção por meio da construção da primeira siderúrgica do Norte do país, de propriedade da Vale”, diz Cármen Célia Vinhas Mateus, presidente da regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos. A Vale pretende contratar 10 000 pessoas para trabalhar nas regiões onde tem atuação. 


“Novos projetos para extração de bauxita, caulim e cobre exigirão a construção de parques de produção dessas matérias-primas, como é o caso da Alcoa, na cidade de Juruti, e a ampliação das unidades já existentes, incluindo a Alunorte, em Barcarena, e a própria Vale, em Paragominas”, diz Cármen. A verticalização, que inclui a extração, o transporte e a venda do minério, deve criar oportunidades até mesmo no porto de Vila do Conde, na cidade de Barcarena. De lá, o minério segue para os principais centros consumidores. 

Mais empregos

A U&M Mineração e Construção, que tem sede em Minas Gerais e atua nos dois setores, está expandido seus negócios e pretende abrir 200 vagas na região Norte. No setor de construção civil, a Odebrecht Infraestrutura tem 390 vagas, e a Gafisa, 273 previstas no Norte. Dentre os técnicos e especialistas que as organizações devem contratar, a maioria é da área de engenharia.

A Construtora Andrade Gutierrez abrirá 1 573 postos de trabalho, sendo 973 deles para a obra do estádio Arena da Amazônia e 600 para o projeto Prosamim, uma obra de reurbanização de áreas ribeirinhas próximas a igarapés. Cerca de 1% das vagas é para postos executivos e 3% para técnicos e especialistas das diversas áreas da engenharia. 

No Amazonas, principal motor econômico da região, o comércio e a indústria devem crescer. Os dois setores são os principais na capital amazonense, Manaus, que responde por praticamente 90% da riqueza produzida no estado. No Norte, atualmente o único obstáculo ao crescimento é a falta de mão de obra. Em Manaus, por exemplo, mais da metade das lojas tem pelo menos uma vaga disponível tanto para vendedor quanto para gerente. Há mais empregos do que gente capacitada para preenchê-los. As oportunidades estão lançadas, agora a bola está com você. 

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