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O que realmente importa em um processo seletivo para trainee

Especialista em gente e gestão de negócios, Josué Bressane dá dicas aos jovens profissionais que sonham em passar em um processo de trainee

Jovem: ter uma experiência anterior de estágio é importante, mas não determinante, diz especialista (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2014 às 06h00.

Os programas de trainees tomaram forma e se consolidaram nos anos 90, muito em função da necessidade de as empresas crescerem de forma planejada frente à abertura de mercado e de o Brasil passar a “pensar grande”. Junto com isso, outros movimentos ocorreram, como o Movimento Nacional pela Qualidade, liderado pelo professor Vicente Falconi.

Empresas como Unilever , Ab-InBev (Cia Cervejaria Brahma, até 1999), alguns bancos, entre outros, inovaram na busca de jovens potenciais para assumir rapidamente funções estratégicas nas organizações com o intuito de aumentar drasticamente a produtividade através de uma gestão de pessoas de alta performance.

Mas o que mudou de lá para cá, nestes quase 25 anos? Muita coisa em termos de processo seletivo, pouca coisa na essência dos programas de trainees. O que realmente mudou foi o perfil do jovem, suas necessidades e anseios.

Seguem algumas respostas e dicas do que fazer e do que não fazer nos processos seletivos, que podem lhe ajudar a ter um melhor resultado.

1. Formação acadêmica, curso e universidade são determinantes para ter sucesso em uma carreira de trainee?
São importantes, mas não determinantes. De forma geral, quase todas as empresas buscam jovens que se formaram nas melhores universidades e que tiveram um bom desempenho nos anos de estudo. Porém, um bom curso, uma boa universidade e boas notas são apenas um primeiro passo para ter sucesso na seleção.

2. Ter uma experiência anterior de estágio ou vivência prática internacional são fatores determinantes para seguir em frente a um processo de seleção?
São muito importantes, mas não determinantes. Os jovens que passaram por estágio ou que tiveram alguma experiência pratica de trabalho ou acadêmica internacional, de forma geral se mostram mais preparados para enfrentar a batalha do processo seletivo muito mais porque possuem alguns atributos importantes analisados durante a seleção do que pela descrição no currículo. Eles costumam ter desenvolvido, por exemplo, uma visão sistêmica de negócio e da cadeia produtiva, uma visão de mundo, da macro e da micro economia, um posicionamento político, entre outras coisas. Jovens que estiveram somente dentro da universidade, exceto os que participaram ativamente de empresas juniores, acabam muitas vezes tendo “desvantagem” nas etapas finais do processo, pois lhes falta essa vivência e experiência prática.

3. Quais são as principais coisas que devo fazer para ter sucesso em um processo de trainee?
A primeira coisa é se preparar para o processo: desenvolver raciocínio logico e adquirir conhecimentos de língua estrangeira e de português são determinantes para o sucesso e para a primeira etapa de eliminação dos concorrentes, além da universidade, curso etc.

Nas dinâmicas de grupo ou business games, o segredo é ser você mesmo. Muitos candidatos recebem dicas de como se comportar, como se vestir, como falar, mas muitas vezes elas podem criar “máscaras” que durante o processo caem com facilidade. A principal dica aqui é: estude em profundidade sobre a empresa para a qual está se candidatando: qual sua cultura e valores? Seu business? Seus resultados nos últimos anos? Seus planos de crescimento? Notícias de mercado? É este o lugar em que quero trabalhar? A maior parte dos valores da empresa é compartilhada com os seus?

Nas etapas finais de um processo seletivo, a decisão é feita muito mais com base no “fit” cultural e nos valores daquela organização, do que formação e experiência. Não existem exatamente pessoas boas ou ruins, mas sim pessoas certas para cada tipo de organização.

Em resumo, observe se a empresa em que está participando de um processo trainee tem um business com que você se identifica, se ela compartilha de seus valores, se ao ter contato com a liderança e direção da empresa você olha e diz: poxa, é aqui que quero estar e crescer! Se você de fato sentir tudo isso e conseguir transparecer naturalmente sua motivação, interesse e vontade de estar na empresa durante o processo de seleção, você conseguirá superar os concorrentes e aumentar - e muito - suas chances de passar.

Por mais agressiva e ambiciosa que uma empresa possa ser, sempre vai buscar pessoas que sejam humildes na sua postura, simples no agir e complexo e profundo em analises. Humildade para aprender, ambição moderada, preparação acadêmica e educacional, capacidade de inovar... Historicamente, é uma combinação disso tudo a fórmula de sucesso para os trainees que tiveram uma carreira pós-contratação.

Josué Bressane Junior, autor desta coluna, é CEO da Gemte Consulting, especialista em gente e gestão de negócios. Colunista do Na Prática, ele tem um espaço mensal para dar dicas de carreira e contar um pouco da história e dos bastidores dos processos de seleção de trainees e estágios.

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Os programas de trainees tomaram forma e se consolidaram nos anos 90, muito em função da necessidade de as empresas crescerem de forma planejada frente à abertura de mercado e de o Brasil passar a “pensar grande”. Junto com isso, outros movimentos ocorreram, como o Movimento Nacional pela Qualidade, liderado pelo professor Vicente Falconi.

Empresas como Unilever , Ab-InBev (Cia Cervejaria Brahma, até 1999), alguns bancos, entre outros, inovaram na busca de jovens potenciais para assumir rapidamente funções estratégicas nas organizações com o intuito de aumentar drasticamente a produtividade através de uma gestão de pessoas de alta performance.

Mas o que mudou de lá para cá, nestes quase 25 anos? Muita coisa em termos de processo seletivo, pouca coisa na essência dos programas de trainees. O que realmente mudou foi o perfil do jovem, suas necessidades e anseios.

Seguem algumas respostas e dicas do que fazer e do que não fazer nos processos seletivos, que podem lhe ajudar a ter um melhor resultado.

1. Formação acadêmica, curso e universidade são determinantes para ter sucesso em uma carreira de trainee?
São importantes, mas não determinantes. De forma geral, quase todas as empresas buscam jovens que se formaram nas melhores universidades e que tiveram um bom desempenho nos anos de estudo. Porém, um bom curso, uma boa universidade e boas notas são apenas um primeiro passo para ter sucesso na seleção.

2. Ter uma experiência anterior de estágio ou vivência prática internacional são fatores determinantes para seguir em frente a um processo de seleção?
São muito importantes, mas não determinantes. Os jovens que passaram por estágio ou que tiveram alguma experiência pratica de trabalho ou acadêmica internacional, de forma geral se mostram mais preparados para enfrentar a batalha do processo seletivo muito mais porque possuem alguns atributos importantes analisados durante a seleção do que pela descrição no currículo. Eles costumam ter desenvolvido, por exemplo, uma visão sistêmica de negócio e da cadeia produtiva, uma visão de mundo, da macro e da micro economia, um posicionamento político, entre outras coisas. Jovens que estiveram somente dentro da universidade, exceto os que participaram ativamente de empresas juniores, acabam muitas vezes tendo “desvantagem” nas etapas finais do processo, pois lhes falta essa vivência e experiência prática.

3. Quais são as principais coisas que devo fazer para ter sucesso em um processo de trainee?
A primeira coisa é se preparar para o processo: desenvolver raciocínio logico e adquirir conhecimentos de língua estrangeira e de português são determinantes para o sucesso e para a primeira etapa de eliminação dos concorrentes, além da universidade, curso etc.

Nas dinâmicas de grupo ou business games, o segredo é ser você mesmo. Muitos candidatos recebem dicas de como se comportar, como se vestir, como falar, mas muitas vezes elas podem criar “máscaras” que durante o processo caem com facilidade. A principal dica aqui é: estude em profundidade sobre a empresa para a qual está se candidatando: qual sua cultura e valores? Seu business? Seus resultados nos últimos anos? Seus planos de crescimento? Notícias de mercado? É este o lugar em que quero trabalhar? A maior parte dos valores da empresa é compartilhada com os seus?

Nas etapas finais de um processo seletivo, a decisão é feita muito mais com base no “fit” cultural e nos valores daquela organização, do que formação e experiência. Não existem exatamente pessoas boas ou ruins, mas sim pessoas certas para cada tipo de organização.

Em resumo, observe se a empresa em que está participando de um processo trainee tem um business com que você se identifica, se ela compartilha de seus valores, se ao ter contato com a liderança e direção da empresa você olha e diz: poxa, é aqui que quero estar e crescer! Se você de fato sentir tudo isso e conseguir transparecer naturalmente sua motivação, interesse e vontade de estar na empresa durante o processo de seleção, você conseguirá superar os concorrentes e aumentar - e muito - suas chances de passar.

Por mais agressiva e ambiciosa que uma empresa possa ser, sempre vai buscar pessoas que sejam humildes na sua postura, simples no agir e complexo e profundo em analises. Humildade para aprender, ambição moderada, preparação acadêmica e educacional, capacidade de inovar... Historicamente, é uma combinação disso tudo a fórmula de sucesso para os trainees que tiveram uma carreira pós-contratação.

Josué Bressane Junior, autor desta coluna, é CEO da Gemte Consulting, especialista em gente e gestão de negócios. Colunista do Na Prática, ele tem um espaço mensal para dar dicas de carreira e contar um pouco da história e dos bastidores dos processos de seleção de trainees e estágios.

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