Carreira

O perfil dos estrangeiros que buscam carreira no Brasil

Estudo inédito aponta que, mesmo com boa formação, um em cada quatro estrangeiros está sem emprego no Brasil. Europeus são maioria

Os estilos locais de liderança (Stock.XCHNG)

Os estilos locais de liderança (Stock.XCHNG)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 16h09.

São Paulo – Esqueça o pleno emprego no Brasil se você for um estrangeiro tentando seguir carreira por aqui. Pesquisa feita pela equipe da Vagas Tecnologia apontou que um em cada quatro estrangeiros no Brasil está desempregado. O dado parte de uma base de 7,6 mil currículos cadastrados no site vagas.com.br.

Em relação ao continente de origem dos expatriados no Brasil, 45% são da Europa, 32% vêm de países sul-americanos e 7% são da América do Norte. Asiáticos e africanos são 6% e apenas 4% são da América Central.

As áreas de trabalho que estão na mira dos estrangeiros são administração de empresas, vendas, engenharia civil, TI, marketing, comércio exterior e atendimento a clientes.

E sobre níveis hierárquicos, mais da metade dos entrevistados (58%) atuou em cargos básicos e operacionais (estagiários, trainees, técnicos, auxiliares e analistas), e 31% já ocuparam posições de média e alta gestão, como gerência, coordenação, supervisão e diretoria. Não informaram o nível 11% dos participantes, segundo o levantamento.

A maioria dos participantes da pesquisa (59%) está na faixa dos 25 a 40 anos. Entre 18 e 24 anos são 18%, 14% têm entre 41 e 50 anos e 10% já passaram dos 50 anos. A formação acadêmica é o grande diferencial dos estrangeiros, 57% tem curso de pós-graduação: 35% fizeram mestrado, 11% têm também doutorado, 5% têm MBA e 4% citaram outras especializações. 

A fluência em inglês também é outro diferencial para os estrangeiros. Quase todos, 90%, disseram dominar o idioma e 74% são fluentes em espanhol. E outros idiomas foram citados por 43%.

A falta conhecimento do português, no entanto, pode estar atrapalhando estes profissionais na hora de conquistar uma oportunidade. É que menos da metade, 48% disse conhecer a língua portuguesa.

“Já deixei de trabalhar com um profissional estrangeiro porque ele não falava português e nem tinha a documentação pronta”, diz Monah Saleh, gerente de transição de carreira da Thomas Case & Associados.

De acordo com ela, além de flexibilidade de adaptação, o grande diferencial em um currículo de um estrangeiro é o tempo que ele tem de vivência no Brasil. “Ele  também deve destacar no currículo se tem domínio do português e as questões de documentação e visto para trabalho, isso é muito importante”, diz Monah.

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