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"As pessoas se realizam quando olham além de bônus e metas"

George A. Kohlrieser, da escola de negócios IMD na Suíça, diz que o receio de errar aumentou nas empresas e afastou os profissionais de seus líderes

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	"Muitos gestores não desenvolvem as relações pessoais e criam ansiedade e medo na equipe. Um líder precisa estimular um senso de partilha no grupo e na organização e levar em conta a carreira dos funcionários"
 (Stock.Xchange)

"Muitos gestores não desenvolvem as relações pessoais e criam ansiedade e medo na equipe. Um líder precisa estimular um senso de partilha no grupo e na organização e levar em conta a carreira dos funcionários" (Stock.Xchange)

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Amanda Kamanchek

Publicado em 19 de março de 2013 às, 19h14.

São Paulo - Nos países ricos, o mundo do trabalho vive uma espécie de depressão. É o que aponta George A. Kohlrieser, diretor do programa de liderança e comportamento organizacional da escola de negócios IMD, na Suíça.

O principal fator é a crise econômica, que tem efeitos em praticamente todos os negócios do mundo. Há muita ansiedade no ar e os líderes não estão dando conta de controlá-la, o que abre espaço para a insegurança, que leva ao distanciamento entre líderes e suas equipes.

George tem uma experiência inusitada, como negociador de reféns em sequestros, e em abril fala sobre gestão de conflitos num programa da HSM Educação. "É necessário transformar a amargura em benefícios para o futuro", diz.

VOCÊ S/A - Em um artigo recente o senhor diz que o engajamento e o moral dos funcionários atingiu os piores níveis dos últimos 15 anos. Por que isso aconteceu?

George A. Kohlrieser - A crise econômica em países ricos está gerando uma onda de insegurança no trabalho. No meio corporativo, a liderança atual foca demais nas metas e resultados e acaba tratando as pessoas como objetos que geram receita.

Muitos gestores não desenvolvem as relações pessoais e criam ansiedade e medo na equipe. Um líder precisa estimular um senso de partilha no grupo e na organização e levar em conta a carreira dos funcionários.

VOCÊ S/A - Como os profissionais podem reinventar sua carreira e ter mais estímulo para trabalhar?

George A. Kohlrieser - Nosso cérebro é naturalmente curioso. O profissional tem de olhar para novas possibilidades. É importante se perguntar quais são seus interesses e se você está vivendo seus sonhos. Além disso, sentir que você está desenvolvendo habilidades e criando novos capítulos em sua carreira.

As pessoas se sentem realizadas quando vivem motivações intrínsecas, que vão além dos bônus e das metas.


VOCÊ S/A - O senhor já trabalhou em mais de cem países. Há alguma particularidade no comportamento dos profissionais brasileiros?

George A. Kohlrieser - Sim, os brasileiros são interessados em pessoas e se envolvem emocionalmente. Costumam se relacionar bem tanto com família e amigos quanto com colegas de trabalho. E isso se reflete no alto desempenho da equipe. Há ótimos exemplos de boa liderança no Brasil, pessoas que sabem lidar com as diferenças.

Mas a cultura corporativa ainda é muito individualista no país e persiste um modelo “mandão” de chefia, por isso há também muitos gestores que não ouvem seus funcionários e não sabem dar feedback e coaching.

VOCÊ S/A - Como os líderes devem se comportar para motivar seu time? 

George A. Kohlrieser - Mostrando inteligência emocional e verdadeiro interesse pelas pessoas. Isso se demonstra perguntando coisas para os funcionários, como o que eles precisam e almejam, além de mostrar interesse pela forma como eles se comportam, observando como discutem um problema e se está na hora de mudar de cargo. Neste processo, é essencial dar feedback honestos e manter o diálogo.

VOCÊ S/A - Quais são os maiores erros cometidos pela liderança? 

George A. Kohlrieser - Ela tem cobrado elevadas metas sem prestar atenção suficiente nas pessoas, nem inspirá-las. Os funcionários não podem se sentir usados. Em vez de se preocupar demais com cobrar e impor limite, a liderança deve se interessar por gerar energia e unir o grupo. 

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