Executivos conversando (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2013 às 14h27.
São Paulo - Em 1977, o professor da Harvard Business School Abraham Zaleznik (1924-2011) publicou o artigo Leaders and Managers: Are They Diferent? (“Líderes e gerentes: eles são diferentes?”). No texto, o pesquisador expõe as diferentes habilidades para as posições de gerência e liderança.
Aos gerentes caberia apaziguar conflitos e assegurar o cumprimento das atividades diárias. Já os líderes adotariam atitudes pessoais em relação a seus objetivos, buscariam oportunidades e estimulariam o processo criativo. No estudo, o professor da Harvard constatava: as organizações de sucesso necessitam de indivíduos com ambos os atributos.
O artigo foi publicado durante a Era de Ouro do Capitalismo, período de ruptura entre o fim da Segunda Guerra e a crise do petróleo. Naquela época, os processos de produção e regulação do trabalho, fundados na rigidez da lógica taylorista-fordista, estavam em xeque. Desde então, o que se vê é a intensificação da globalização, o aumento da competição entre empresas e a busca por diferenciação e por vantagens competitivas, em particular a flexibilidade.
Quando Zaleznik escreveu o artigo, a concepção de gerência dava ênfase à qualificação, ao controle e a processos produtivos rígidos. Com a busca de um padrão de competitividade centrado na noção de flexibilidade, o que emerge é uma preocupação das empresas em ampliar o escopo de conhecimentos, habilidades e atitudes de seus profissionais, incorporando atributos próprios do imaginário clássico de liderança.
Daí chegamos à atual tônica de liderança. Além dos perfis gerenciais e de liderança analisados por Zaleznik, vislumbra-se a emergência de um novo: o líder de líderes, sobre o qual se depositam expectativas quanto à capacidade de construção de ambientes que atraiam e retenham pessoas adaptadas ao atual padrão de competitividade.
Dos líderes de líderes espera-se capacidade de leitura de contextos e pessoas, de estabelecer conexões, de lidar em contextos multiculturais e com situações contraditórias.
Em especial, o líder de líderes deve criar condições para uma gestão humana, em que os gerentes líderes, os líderes gerentes e suas equipes possam evidenciar a criatividade, a capacidade de inovação, a sensibilidade, as experiências, as emoções, expressando, assim, o máximo de suas potencialidades como pessoas e profissionais.