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Jovens europeus bem formados são nosso imigrante 4.0

Profissionais estrangeiros estão chegando para competir no mercado de trabalho brasileiro. Preparado para enfrentá-los?

Ilustração - Homem colhe fruto em árvore (Pedro Handam/EXAME.com)

Ilustração - Homem colhe fruto em árvore (Pedro Handam/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 16h12.

São Paulo - A abolição da escravatura, em maio de 1888, abriu as portas do Brasil a imigrantes italianos e espanhóis, que se somaram aos portugueses, que, mesmo depois da volta de Dom João VI para Portugal, continuavam a tentar a vida no Brasil.

Em comum, esses grupos não viam oportunidade em seus países. Também recebemos alemães, judeus, japoneses, sírios e libaneses, mas deixemos essas importantes colônias de lado neste artigo. 

O trabalho árduo, a vocação industrial, a ânsia de aprender e estudar foram as contribuições desses imigrantes à sociedade brasileira. Olhemos para a Europa hoje, especialmente para os países mediterrâneos, e vamos ver que essa falta de oportunidade para as gerações jovens é tão ou mais grave, porque sobejamente conhecida, do que aquela que assolava a Europa do final do século 19.

Com uma assustadora taxa de 50% de desemprego juvenil, não há oportunidade para jovens italianos, portugueses e espanhóis. A resposta parece ser a mesma de 120 anos atrás: emigrar. Brasil, Peru, Colômbia e Chile estão crescendo. Esses países são uma opção real para os profissionais do sul da Europa.

Neles existe um grande investimento de empresas espanholas, italianas e portuguesas. A alternativa é a África, onde há sinais de evolução econômica em Moçambique, Nigéria e Angola. Mas, cá entre nós, tentar a vida na África requer muito mais coragem do que na América do Sul.

E quem é esse imigrante do século 21? É um jovem com ótima formação acadêmica que, por estar na Europa, fala pelo menos dois idiomas além de sua língua-mãe. Como qualquer jovem do planeta, o europeu é altamente conectado.

Esse imigrante 4.0 está chegando para competir no mercado brasileiro. Ele pode suprir as deficiências na capacidade de formar em escala engenheiros e outros profissionais. Diferentemente do século 19, desta vez não é a mão de obra escrava que está sendo substituída. 

Quem precisa estar preparado para a competição é o jovem profissional brasileiro, que por ora se delicia com este raro momento de pleno emprego.

Competir com o imigrante 4.0 vai exigir muito esforço, muita dedicação, muita garra. Isso porque o imigrante 4.0, além de ser mais culto e mais bem preparado social e tecnicamente que seus ancestrais, traz uma herança de determinação para vencer, de fazer a diferença. Ele vai obrigar o brasileiro a ficar esperto para não ficar para trás. Novos tempos, velhas diferenças e história que se repetem.

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