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Charles “Chuck” Feeney: bilionário fundador das lojas Duty Free doou toda a sua fortuna (Atlantic Philanthropies/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 10 de abril de 2023 às 16h28.
Última atualização em 10 de abril de 2023 às 16h41.
375 dólares é o preço do relógio mais caro disponível na loja online da Duty Free Shop do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo ⏤ o equivalente a mais de R$ 1,9 mil, de acordo com a cotação do dólar em 10 de abril.
O que pouco se imagina é que o bilionário dono das lojas “Duty Free” usa um relógio que custou apenas US$ 15. Mas não é apenas o acessório a preço popular que chama a atenção sobre Charles "Chuck" Feeney. O empresário americano doou boa parte de sua fortuna bilionária para causas sociais durante 15 anos de forma anônima.
Feeney revelou, em uma entrevista em 2017, que não divulgava as doações para não ter de explicar o motivo da ação para as pessoas. Mesmo depois de sair do anonimato, o filantropo continuou dando dinheiro à caridade até atingir o seu objetivo principal: doar toda a sua fortuna.
A meta foi alcançada. Em setembro de 2020, Feney doou um total de US$ 8 bilhões para projetos em que acreditava. "Tive uma ideia que nunca me saiu da cabeça: a de que você deve usar sua riqueza para ajudar as pessoas", já afirmou o filantropo.
Acontece que Chuck Feeney não é o único. São cada vez mais comuns as notícias de que bilionários estão doando suas fortunas para projetos sociais e em apoio ao meio ambiente. Essa lista conta com nomes como Bill Gates, Warren Buffeft, Mackenzie Scott e outros (confira a lista completa no final do texto).
Aparentemente, não há limites para as doações. O fundador e proprietário da marca de roupas esportivas Patagonia Yvon Chouinard decidiu doar 100% da companhia, avaliada em US$ 3 bilhões, para fundos e organizações sem fins lucrativos que atuam no combate ao aquecimento global.
Bill e Melinda Gates começaram com o movimento Giving Pledge, iniciativa em que bilionários se comprometem em doar, em algum momento, pelo menos metade de toda a sua fortuna. O objetivo das doações é tornar a sociedade mais igualitária e ajudar na preservação do meio ambiente.
Ambas as motivações são enquadradas no chamado ESG ⏤ sigla em inglês que representa a sustentabilidade ambiental, social e de governança. Trata-se de um conjunto de práticas que têm sido adotadas por empresas, instituições e pessoas de todo o mundo ⏤ e que já movimenta um mercado de US$ 30 trilhões.
O foco é fazer com que o desenvolvimento econômico cause menos impactos negativos sobre o meio ambiente, seja mais positivo para a sociedade e também torne a governança das empresas mais responsável em suas tomadas de decisão.
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Assim como a doação de fortunas, a adoção de práticas ESG tem sido cada vez mais recorrente entre empresas, independentemente do tamanho. A cobrança e a pressão social por instituições mais responsáveis e por um capitalismo mais consciente fez com que as companhias buscassem se adequar aos princípios.
Não por acaso, 95% das empresas brasileiras têm ESG como prioridade, de acordo com uma pesquisa da Aberje.
Outro levantamento realizado pelo Pacto Global da ONU em parceria com o Stilingue e a Falconi revelou que 78,4% das respondentes afirmaram ter inserido o ESG em suas estratégias de negócio, e 59,5% já incluem ações ESG no orçamento, o que mostra o amadurecimento dessa agenda no Brasil.
Consequentemente, as empresas estão em busca de profissionais especializados em ESG para conseguir aplicar as práticas sustentáveis aos negócios. Mas as companhias têm dificuldade em encontrar pessoas qualificadas.
“O profissional preparado para lidar com as questões ESG é cada dia mais procurado e valorizado, mas faltam pessoas especialistas no tema”, afirmou a consultoria Robert Half em seu relatório global.
Olhando para essa demanda do mercado de trabalho, a EXAME decidiu disponibilizar 50 mil vagas gratuitas para o seu minicurso online sobre ESG. As aulas estarão disponíveis apenas até o dia 18 de abril. Clique aqui e saiba como se inscrever.
O ex-casal criou a Fundação Gates, destinada a doações, para a qual já transferiram US$ 40 bilhões.
Considerado um dos maiores investidores do mundo, Warren Buffett já começou a doar sua fortuna e cada um de seus três filhos recebeu US$ 2 bilhões para começarem fundações filantrópicas.
O fundador do Facebook aderiu ao compromisso de doar sua fortuna. O executivo afirmou que, diante das oportunidades que recebeu na vida, sente "responsabilidade profunda de tornar o mundo melhor para as próximas gerações".
O diretor de cinema e produtor de Hollywood tem uma fundação voltada para a educação e cedeu a maior parte do valor da venda da Lucasfilm para a Disney (US$ 4 bilhões) para o setor.
O ex-prefeito de Nova York já doou quase US$ 5 bilhões para diferentes causas e organizações.
O fundador do grupo Virgin é outro bilionário que também se comprometeu a doar mais da metade de sua fortuna para ajudar as próximas gerações.
Cofundador da Microsoft ao lado de Bill Gates, Paul Allen também endossa o movimento "The Giving Pledge".
Ex-mulher do fundador da Amazon, Mackenzie Scott faz doações para organizações que lutam por justiça racial, igualdade de gênero e saúde pública. A bilionária também se comprometeu a doar mais da metade da própria fortuna.
Segundo a "Forbes", o investidor também é um grande filantropo. Soros já doou mais de US$ 18 bilhões até agora. Ele criou a Open Society Foundations, que apoia pessoas e organizações em todo o mundo que lutam pela liberdade de expressão, governos responsáveis e sociedades que promovam a justiça e a igualdade.
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*Este é um conteúdo apresentado por EXAME Academy
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