Realização (e segurança) com carreira no terceiro setor
Peiman Milani conta como superou o difícil dilema de abandonar a bem-sucedida carreira na Deloitte e na Oracle para trabalhar no Terceiro Setor
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2013 às 16h47.
São Paulo - O cientista da computação paulistano Peiman Milani, de 46 anos, orientou sua carreira para ser executivo de uma grande empresa. Era seu sonho desde que ingressou na Universidade de São Paulo.
Formado, ele entrou de imediato no mercado de trabalho e fez carreira nas multinacionais Deloitte e Oracle. Porém, à medida que crescia profissionalmente, Peiman foi ficando cada vez mais insatisfeito com o jogo político, no qual o cargo de gestor de TI o envolvia, e com as demandas do negócio, que exigiam dele longas jornadas e levar trabalho para casa nos fins de semana.
Com o tempo, Peiman deixou de ver sentido na trajetória profissional que havia planejado. “Comecei a questionar: o que eu quero fazer da minha vida além de juntar dinheiro?”
O dilema
O desejo de migrar para o Terceiro Setor surgiu em 2001, quando Peiman se envolveu com a Associação Monte Carmelo, em Porto Feliz, no interior de São Paulo, que auxilia crianças em situação de risco.
“Comecei participando de reuniões do conselho e meu envolvimento foi crescendo. O trabalho me trazia mais satisfação do que o emprego no setor privado. Percebi que queria fazer isso em tempo integral, alinhando valores, talento e paixão”, diz.
A experiência confirmou a vontade de dar uma guinada. Uma questão, porém, o incomodava: a baixa remuneração.
A decisão
“Decidi fazer uma transição segura. Em 2004, entrei no MBA da Universidade Duke, uma escola com foco em empreendedorismo e muitos contatos no Terceiro Setor. Para pagar o MBA e juntar dinheiro, consegui um trabalho, nos Estados Unidos, após a conclusão do curso. No início do ano passado, fiz a mudança.
Entrei na Path, uma organização sem fins lucrativos, sediada em Seattle, que desenvolve projetos de saúde pública. No Brasil, temos programas para alimentar crianças em comunidades carentes. Fui perseverante e tive fé. Hoje, sou uma pessoa realizada.”