Direito: (seb_ra/Thinkstock)
O mundo do trabalho vive um cabo de guerra. De um lado, empresas tentam a todo custo trazer os funcionários de volta ao escritório. Do outro, profissionais acostumados com a flexibilidade conquistada chegam a pedir demissão para não abandonar o home office.
E se engana quem acredita que o movimento está restrito apenas aos profissionais de tecnologia — mesmo em setores tradicionais como o direito o retorno ao presencial tem gerado um aumento na rotatividade.
De acordo com um estudo realizado pela a Bold HRO, consultoria especializada na área jurídica, 60% das vagas juniores têm apresentado turnover acima da média.
O levantamento, que ouviu diretores e sócios de 31 escritórios de advocacia do país entre os meses de agosto e setembro de 2022, também apontou que 30% dos respondentes estão com dificuldade em atrair profissionais que queiram trabalhar presencialmente.
Os maiores motivos para o turnover, na visão dos executivos, são:
Para Maria Eduarda Silveira, sócia-fundadora da Bold HRO, os escritórios de direito já estão percebendo o desafio e profissionalizando a área de gestão de pessoas, mas ainda falta inovação.
"Crescer como negócio significa ter times completos, de alta performance e comprometidos com o todo. Para isso, precisamos olhar para o pilar de pessoas com muita responsabilidade e uma bela pitada de criatividade para inovar, mesmo dentro de ambientes tradicionais”, diz a especialista.
A pesquisa identificou que 97% dos respondentes afirmaram que o modelo de trabalho prioritário nos escritórios jurídicos tem sido o híbrido.
Apenas 3% dos escritórios jurídicos têm trabalhado no formato 100% remoto. Porém, o setor administrativo permanece, em sua maioria (54%), no formato presencial.
Mesmo com a baixa adesão ao home-office, os escritórios que adotaram o modelo remoto estão contratando profissionais de outras cidades e querem continuar se beneficiando da descentralização da mão de obra: 45% afirmaram que pretendem continuar contratando pessoas de outros estados.
O movimento é especialmente importante porque pode representar um diferencial competitivo para essas empresas. A pesquisa também mostrou que 60% de todos os respondentes afirmam que encontrar profissionais com os requisitos necessários e na velocidade que o mercado pede tem sido bastante desafiador.
Do total de entrevistados, 64% afirmaram que, antes da pandemia, nunca tinham vivido a experiência de trabalhar remotamente.
Quando questionados sobre os principais desafios do trabalho remoto, 77% dos entrevistados indicaram a falta de contato social. Na lista desses desafios também se destacaram a falta de engajamento dos colaboradores (citado por 41% dos respondentes); e a dificuldade de uma comunicação alinhada entre os times (36%).
Apesar dos desafios enfrentados no trabalho remoto, 87% dos entrevistados perceberam que há diversos aspectos positivos no modelo de trabalho remoto, incluindo o notável e considerável avanço tecnológico entre os anos de 2020 e 2022.