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Não navegue na superficie

O maior defeito dos executivos e empresários, segundo Meirelles, é tomar decisões baseadas em informações superficiais. Ele diz ter descoberto isso durante um curso de quatro meses que fez na Harvard Business School. Era a época dos sucessivos pacotes na economia e dos boatos de sexta-feira. Toda semana o mercado financeiro se agitava na perspectiva […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h34.

O maior defeito dos executivos e empresários, segundo Meirelles, é tomar decisões baseadas em informações superficiais. Ele diz ter descoberto isso durante um curso de quatro meses que fez na Harvard Business School. Era a época dos sucessivos pacotes na economia e dos boatos de sexta-feira. Toda semana o mercado financeiro se agitava na perspectiva de alguma medida do governo durante o fim de semana. Na primeira sexta-feira em Harvard, Meirelles ficou alucinado para tentar saber qual era o boato do dia. Ligou às 5h da manhã para o Brasil. À medida que as semanas iam passando, ele foi se desligando. Quando voltou, descobriu que nada (ou quase nada) havia mudado naqueles quatro meses. "No Brasil as pessoas tomam muitas decisões baseadas na agitação de superfície. Eu decidi seguir as correntes submarinas, mais profundas e seguras", diz.

Meirelles tomou uma decisão dramática: não atendia o telefone às sextas-feiras. Não queria saber do boato da vez. Ao mesmo tempo, para as decisões de médio prazo, passou a se municiar de informações que ninguém mais tinha. Para acompanhar a tendência da inflação, o Boston montou um sistema de coleta de preços nos supermercados paralelo ao do governo. Assim, conseguia antever os movimentos da economia. Por três vezes, no final dos anos 80, Meirelles fechou as linhas de crédito para as empresas, justamente antes de períodos de recessão. Sua visão de longo prazo mostrou-se imbatível. Em todos os anos de Boston, o banco perdeu apenas um empréstimo aprovado por Meirelles. Valor: 30 000 dólares.

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