Antes de pensar em viajar para qualquer uma dessas nações, procure se informar em detalhes sobre tudo o que precisa para obter a permissão de entrada ou poderá ser barrado no aeroporto (Pexels/Fotos Públicas)
O ano de 2022 foi marcado pela reabertura das fronteiras entre países e a retomada de viagens, que passaram quase dois anos com medidas de restrições devido à covid-19.
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A adoção do home office impulsionou um movimento crescente de países interessados em atrair "nômades digitais", profissionais que não vão concorrer com a mão de obra local, mas irão impulsionar a economia e o turismo.
Paralelo a isso, alguns países da Europa, sofrendo com a escassez de profissionais qualificados ou o envelhecimento da população, flexibilizaram as regras para a entrada de estrangeiros em busca de emprego.
Todo esse cenário fez disparar o número de cidadãos que deixaram o Brasil. De acordo com dados da Fragomen, consultoria global de mobilidade, entre janeiro e novembro deste ano o número de vistos e pedidos de residências aumentou 200% só para Portugal, um dos países que criaram novos vistos.
Até mesmo para os Estados Unidos, que não criou nenhuma flexibilidade, o número de brasileiros com ensino superior que foram viver no país foi o maior dos últimos 22 anos.
E a tendência é que essa "fuga de cérebros" continue em 2023. "Segundo pesquisas internas, a expectativa é aumentar esse movimento de 30% a 40% no próximo ano. Isso em grande parte baseado no fato que o mundo abriu a fronteira pós covid-19", diz Leonardo Freitas, CEO da Hayman-Woodward, consultoria internacional de mobilidade global.
Olhando para a economia, as perspectivas não são nada animadoras para 2023. Questões como a guerra infindável na Ucrânica e inflação em alta em países da Europa criaram um cenário em que a previsão sombria é de que, em 2023, o mundo todo enfrente uma recessão.
Somado a isso, o setor de tecnologia, principalmente as empresas do Vale do Sílicio, nos Estados Unidos, vivem outras dificuldades.
Com diminuição dos investimentos de venture capital, muitas tiveram de rever e diminuir seus quadros, com a realização de layoffs e o congelamento de novas vagas.
Mesmo assim, na visão de Freitas, isso não deve impactar negativamente quem está querendo se mudar para os Estados Unidos, por exemplo.
"O desemprego, na verdade, está diminuindo nos EUA. Em novembro, foram adicionadas 263 mil vagas, o que representa um declínio de 0,10% no desemprego em relação ao mês anterior", diz.
"O cenário das big techs tem suas particularidades e está passando por uma reorganização. Mas, de maneira geral, os Estados Unidos são carentes de pessoas qualificadas, o que é uma boa oportunidade para novos talentos imigrarem", diz.
"Dentre essas, os profissionais da área da saúde se destacam, já que o país sofre com a escassez de trabalhadores nessa área, além de oferecer melhores condições. Nesse sentido, os principais cargos buscados são enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e personal trainers", diz Freitas.