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Método de estudo autodidata promete aprovação rápida em concurso público

Entre os concurseiros, um a cada quatro conseguiu passar na seleção após pouco mais de dois anos de estudo

homem feliz (DjelicS/Thinkstock)

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Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 1 de julho de 2018 às 06h00.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h02.

São Paulo – “Em média, a aprovação no concurso da Polícia Federal, que está com inscrições abertas, ocorre em 4 anos e 5 meses. Nós reduzimos o tempo médio de preparação para 2 anos e 2 meses”, garante Victor Maia, CEO da EduQC, responsável por uma plataforma que utiliza inteligência artificial e metodologia para estudo autoditada.

Disponível desde 2013, a Máquina de Aprovação já foi utilizada por 4 mil alunos, para provas relacionadas a 10 áreas, incluindo fiscal, jurídica e policial, e também para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Entre os concurseiros, um a cada quatro conseguiu passar na seleção após pouco mais de dois anos de estudo. “A média geral de outros cursos, para o mesmo período de 2 anos e 2 meses é de um a cada dez”, diz Maia.

A aprovação duas vezes mais rápida não vem pelas mãos de professores e, sim, pelos algoritmos de um robô. Com a inteligência artificial é possível identificar padrões de aprendizado que funcionam

“Conseguimos saber o que o aluno bem-sucedido faz e orientamos os demais alunos a seguirem o mesmo caminho”, diz Maia. O que atrapalha o rendimento também é mapeado. “Dizemos aos nossos alunos o que não fazer”, diz o CEO da EduQC, que já foi concurseiro.

Formado em engenharia civil aeronáutica pelo ITA, Maia também já passou na seleção da Previc e para auditor de Finanças e Controle da CGU (Controladoria Geral da União). Em concursos da Polícia Federal, Maia coleciona aprovações para agente em 2009 e para perito engenheiro civil em 2013.

Seguir carreira policial é justamente o que quer a concurseira Carolina Liberato, de Minas Gerais, de 33 anos. Ela contratou a Máquina de Aprovação e os serviços de orientação de Maia em abril deste ano. Vai prestar para agente da PF e, se não passar, mira o concurso da Polícia Civil do Distrito Federal.

“Faço simulados de um em um mês e, de acordo com a minha nota, o sistema disponibiliza um plano de estudos”, diz. A inteligência artificial da EduQC indica, a partir do seu desempenho e da sua disponibilidade para estudo, o que, quanto e como Carolina deve estudar. “O que as pessoas, em geral mais sentem falta, é essa organização do estudo. Eles oferecem o método, a técnica e o controle de estudo”, diz.

Um dos métodos que Carolina utiliza para estudar é um velho conhecido dos estudantes: a técnica Pomodoro, criada pelo italiano Francesco Cirillo na década de 1980. “Estudo durante 25 minutos e paro 5 minutos. Ao final de quatro períodos de 25 minutos, descanso 15 minutos. Não cansa e fico em contato com a matéria o tempo todo”, explica a concurseira.

Ela diz que se dá bem estudando sozinha por meio de leitura e prática de exercícios e revisão. “ Eu aproveito mais do que escutando o professor falando. O pessoal da EduQC até fala mesmo que a videoaula não é tão proveitosa”, diz.

Carolina vai muito pouco à internet buscar aulas. “Se tenho dúvida na leitura, sobretudo com o vocabulário de direito com que não estou muito acostumada, busco videoaula porque tem vocabulário mais comum, mas é raro”, diz.

Quando contratou o serviço em abril deste ano, Carolina diz que estava acertando 40% a 50% dos simulados. “Agora estou chegando a 80%”, diz.

Como estudar sozinho de maneira mais efetiva?

Fazer uma revisão usando suas próprias anotações é 45% mais eficiente do que ler teoria. “Entretanto, 68% do tempo os alunos estudam teoria e revisam em apenas 14%. Mesmo para estudar teoria, o modo escrito é 25% mais eficiente que as aulas presenciais, mas o aluno, via de regra, não se atenta a isso”, diz Maia.

De acordo com o CEO da EduQC, a preparação ideal se dá sob três condições:

1.Você precisa saber onde está e aonde vai.
2. Procure saber se está no caminho certo a todo momento.
3. Ter metas de estudo adaptadas ao seu conhecimento e a sua disponibilidade.

Victor Maia divide o planejamento de estudos em cinco etapas. “O primeiro passo é se avaliar em todas as disciplinas. Como dito, você precisa saber onde está para saber se está no caminho certo, ao longo da preparação”, diz Maia.

Em seguida, ele recomenda que o concurseiro escolha o cargo. Sua recomendação é avaliar as chances de aprovação. “Eu recomendo fazer aquele que você tem mais chance. Essa condição é personalíssima. Depende muito das suas proficiências nas diferentes disciplinas. Muita gente acredita, erroneamente, que a dificuldade de passar é ditada pela remuneração e o número de vagas”, diz o CEO da EduQC.

O terceiro passo é analisar a rotina e garantir que haja o tempo adequado de preparação. “A boa notícia é que você não precisa se matar de estudar! Estatisticamente, a carga com maior aprendizado semanal é em torno de 36h líquidas, ou seja, horas efetivas de estudo, descontadas as pausas)”, diz Maia.

“Eu estou fazendo 36 horas de estudo por semana. Estudo diariamente de cinco horas e meia a seis”, conta Carolina que também destina mais de uma hora por dia à prática de esportes, para dar conta do difícil teste físico exigido pela Polícia Federal.

Estudar mais do que 36 horas segundo Maia, é desperdício de energia. “Também é mais eficiente quem descansa um dia na semana”, diz.

O quarto passo, segundo ele, é criar um ciclo de estudos , com disciplinas intercaladas. A divisão de tempo entre as disciplinas deve levar em conta três fatores:

1) quanto maior o peso no edital;
2) quanto menor o seu conhecimento;
3) quanto mais fácil a disciplina.

“Só o último passo é o estudo em si. A maioria das pessoas acredita que só precisa de um bom material’ e ‘só estudar’. Isso não é verdade”, afirma

Segundo ele, a forma de estudar é mais importante do que a fonte. “O processo como um todo também é cíclico. Após estudar, você deve se reavaliar com frequência”. Ele indica que a reavaliação seja feita uma vez por mês antes do edital sair e duas vezes ao mês quando ele já estiver publicado. “ São suficientes”, diz.

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