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Maternidade moderna preocupa economistas

Durante um tempo, mulheres de todo o mundo realizaram claros avanços econômicos, mas, nas últimas décadas, esse progresso estagnou

Maternidade: “Nós, como país, colhemos excelentes frutos do papel cada vez maior que as mulheres desempenham na economia”, disse a chair do Fed, Janet Yellen (foto/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2017 às 17h19.

Nova York - A maternidade está mudando, assim como a vida profissional das mães . E essas mudanças preocupam os economistas.

Durante um tempo, mulheres de todo o mundo realizaram claros avanços econômicos. Uma quantidade maior delas estava trabalhando, e elas estavam ganhando mais (e, no processo, dando um impulso à economia global).

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Mas nas últimas décadas, esse progresso estagnou. A participação feminina na força de trabalho dos EUA atingiu o pico duas décadas atrás. E hoje as mulheres estão passando por grandes mudanças sobre quando, e se, terão filhos.

Os economistas começaram a prestar atenção. Na semana passada, a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, lançou um alerta em um discurso na Universidade Brown.

“Nós, como país, colhemos excelentes frutos do papel cada vez maior que as mulheres desempenham na economia”, disse ela. “Mas indícios sugerem que os obstáculos para que as mulheres continuem avançando persistem.”

Entre esses obstáculos estão “a falta de oportunidades iguais e as dificuldades para equilibrar o trabalho e a família”.

Como as demandas para cuidar dos filhos são um dos principais fatores que mantêm as mulheres fora da força de trabalho, Yellen e outros economistas estão se concentrando nos obstáculos que os pais, especialmente as mães, enfrentam -- como o alto custo da assistência à infância e a falta de flexibilidade no ambiente de trabalho.

“Para que homens e mulheres sejam produtivos no mercado de trabalho é uma boa ideia contar com instituições de apoio que possam aliviar parte do fardo tanto de pais solteiros quanto de casais com filhos”, disse Torsten Slok, economista-chefe internacional do Deutsche Bank.

Por enquanto, porém, mulheres de todo o mundo têm muito menos probabilidade de estar empregadas do que os homens da idade delas -- e, nos EUA, a chance de que as mulheres trabalhem é menor do que em muitos países europeus.

Essas lacunas têm um custo econômico, tanto para as mulheres quanto para os EUA e as economias mundiais.

Entre 1948 e 1990, o aumento da participação feminina na força de trabalho deu um impulso de 0,5 ponto percentual por ano à taxa de crescimento potencial da economia dos EUA, disse Yellen no discurso.

Outra pesquisa indica que a economia dos EUA cresceria 5 por cento se a quantidade de mulheres empregadas fosse igual à de homens. A economia do Japão aumentaria 9 por cento e a do Egito, 34 por cento.

Este é um crescimento que o mundo não pode se dar ao luxo de perder em um momento em que outros fatores, como o envelhecimento populacional e o aumento da baixa produtividade, impedem o avanço das economias.

Mudanças

“Um novo ciclo de vida da participação das mulheres na força de trabalho surgiu”, concluíram a professora da Universidade de Harvard Claudia Goldin e o pesquisador do Censo dos EUA Joshua Mitchell em um estudo recente.

As mulheres dos EUA têm taxas altas de participação na força de trabalho quando estão na casa dos 20 anos -- mas uma quantidade menor dessas mulheres está trabalhando na faixa etária dos 30 e no começo dos 40, um momento que Goldin e Mitchell denominam de “o declínio do meio”.

Esse período fora da força de trabalho interrompe os anos de maiores resultados para as mulheres, particularmente para as mães; durante o restante da carreira, talvez quando os filhos forem mais velhos, elas terão que recuperar o tempo e o dinheiro perdidos.

O número de mulheres com mais de 60 ou 70 anos que trabalham aumentou nos EUA, porque uma quantidade maior delas tem adiado a aposentadoria.

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