Carreira

Mão-de-obra chinesa não atende à demanda por executivos

Na China, sobra mão-de-obra barata, mas faltam profissionais capacitados a preencher postos de alto escalão. Multinacionais são obrigadas a garimpar talentos

Trabalhadores na China (--- [])

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h34.

"Procura-se executivo, de 38 a 55 anos, com experiência internacional de pelo menos dois anos e que tenha crescido na China". Por trás desse tipo de anúncio, que se tornou bastante comum na China, certamente se esconde um ótimo salário. O país, que é conhecido por sua vasta mão-de-obra barata, não consegue atender à demanda por executivos de alto escalão. Que o digam as multinacionais que estão se instalando por lá.

"É um desafio. Se você tem um talento trabalhando para você, também haverá alguém batendo na porta para roubá-lo", disse David Cunningham, diretor da FedEX para Ásia-Pacífico, durante uma conferência sobre recursos humanos, em Hong Kong. Segundo o site de notícias China Daily, Cunningham está lutando para manter o "turn-over" de seus funcionários na China em 10%.

"Com um turn-over de pessoal de 30%, é impossível oferecer um serviço de qualidade", diz o diretor da FedEX. A multinacional americana está contratando, de uma só vez, cerca de 3.000 pessoas na China.

Na busca pelo melhor profissional chinês, a fabricante de papéis finlandesa UPM-Kymmense não perdeu tempo. Ela foi à fonte, ou seja, às escolas. "Nosso objetivo é persuadir os melhores estudantes a desistirem do sonho da universidade em troca de cursos técnicos", disse Sunny Liu, diretor de recursos humanos da empresa finlandesa.

Kitty Zheng, que trabalha como headhunter para a Heidrick and Struggles, em Pequim, diz que ainda vai levar cinco anos para que a China tenha uma mão-de-obra qualificada e em número suficiente para assumir postos de responsabilidade nas empresas. Os habilitados do momento estão recebendo salários altíssimos, mas ela alerta que nem isso é suficiente. "O dinheiro conta, mas no final das contas o funcionário só deixa a empresa se estiver infeliz", diz.

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