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Livro que preciso ou livro de que preciso, qual é o certo?

Vivien Chivalsky, facilitadora do Instituto Passadori de Educação Corporativa, explica se o verbo precisar pede uso de preposição antes de substantivos ou não

Pilha de livros (Getty Images)

Pilha de livros (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2013 às 12h54.

* Respondido por Vivien Chivalsky, facilitador do Instituto Passadori de Educação Corporativa

São Paulo - Essa é uma questão comum e nem sempre muito simples. É por isso que, com certa frequência, faz parte de provas e concursos – pode confundir e levar as pessoas ao erro.

A reposta correta é “o livro de que preciso”. Vou explicar por quê. 

Sim, há polêmicas sobe o assunto, mas vou me limitar ao que costumamos considerar na escrita empresarial, ou seja, na linguagem chamada culta.

Embora, mais uma vez, haja diferenças entre explicações e razões dos gramáticos, de forma geral, sempre que palavras, expressões, verbos pedirem uma preposição, ela não poderá ser excluída se estiver antes de um pronome relativo. 

Em outras palavras, o verbo precisar pede o uso de preposição antes de substantivos – eu preciso de tempo, de dinheiro, de um livro. Naturalmente, nós não omitiríamos a preposição. Quem diria “preciso tempo, dinheiro, livro?” Quando, contudo, há na frase um pronome relativo (que, quem, qual, cujo), costumamos fazer isso. Provavelmente, o erro venha da língua falada, pois nela tendemos a omitir, excluir palavras, preposições, etc. Na escrita não deveríamos fazer isso. Aqui está outro exemplo: nascemos em um lugar. Por isso, devemos usar “a cidade em que nasci” (a construção “a cidade que nasci” é inadequada). Veja mais exemplos:

A rua em que ele mora (moramos em um lugar).

O livro de que falei (falamos de alguma coisa ou de alguém).

Tenho certeza de que vamos conseguir (temos certeza de alguma coisa).

Para terminar, deixo algumas dicas sobre o uso das preposições, já que esse é o tema de hoje. Aqui estão:

1 Mesmo quando não houver pronome relativo, não omita a preposição quando ela for necessária. Temos o costume de retirá-las em casos como “devido mudanças no cronograma”. Há duas formas corretas: devido a mudanças no cronograma, devido às mudanças no cronograma.

2 Evite alguns erros clássicos no uso de preposições: em vez de “a longo prazo” use “em longo prazo”. Em vez de “isso implica em mais trabalho” use “isso implica mais trabalho”.

3 Sempre que houver uma preposição e, em seguida vierem os pronomes “ele, eles, ela, elas” ou os artigos “o, os, a, as”, não faça a contração (dele, deles, dela, delas, do, dos, da, das) se logo depois vier um verbo no infinitivo. Com exemplo fica mais fácil: em vez de escrever “chegou a hora dela falar”, escreva “chegou a hora de ela falar”. Em casos como esse, o verbo precisa de um sujeito e a regra é clara – uma contração não pode ser sujeito. Você diria “do diretor envio o relatório”? 
Aqui estão outros exemplos para facilitar: é o momento de o presidente explicar a situação (não escreva do), apesar de a equipe concordar com isso (não escreva da), depois de ela organizar a sala.

Sucesso a todos.

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