Investir em saúde é nova prioridade para empresas, diz médico Ítalo Rachid
Segundo o médico Ítalo Rachid, investimentos em saúde levariam à uma economia para as próprias empresas.
Carlo Cauti
Publicado em 13 de abril de 2022 às 23h12.
Última atualização em 19 de abril de 2022 às 10h33.
Estatísticas oficiais divulgadas pelo Ministério da Saúde apontam que as duas primeiras causas de morte no Brasil são doenças cardiovasculares. Cerca de 27 dos óbitos ocorrem por causas como infarto ou AVC.
A segunda causa, que vitima 17,4% da população brasileira, é câncer.
Em terceiro lugar estão as doenças do aparelho respiratório. Na sequência, causas externas e outras.
Vários estudos demostraram que 80% das doenças cardiovasculares e 40% dos cânceres podem ser prevenidas com estilo de vida saudável.
O que isso significa? É preciso ampliar os investimentos em prevenção e qualidade de vida, o que também pode e deve acontecer dentro das empresas.
Investimentos em saúde reduzem doenças ocupacionais
Segundo o médico Ítalo Rachid (Cremesp 114612), que atua na área de Ciências da Longevidade Humana há quarenta anos, um investimento em saúde levaria à uma economia para as próprias empresas.
Isso pois nos indicadores de afastamentos previdenciários, por exemplo, os benefícios auxílio-doença são muito superiores aos auxílio-acidentários.
Ou seja, as doenças comuns afastam mais trabalhadores do que as doenças ocupacionais.
“As organizações de sucesso levam muito a sério a saúde física e mental como visão preventiva dos seus colaboradores. Os empreendedores que visam o bem-estar dos seus times, sem dúvidas, estão um passo a frente no mercado. Além de uma equipe mais engajada, também melhorará sobremaneira a produtividade e redução de absenteísmo", explica o médico.
Além disso, para Rachid, é fundamental que as empresas considerem o investimento em prevenção e qualidade de vida dos colaboradores pois, além de terem aumento da produtividade, também conseguirão observar redução considerável no absenteísmo - ou seja, a falta dos funcionários ao trabalho.
Medicina preventiva e preditiva
E esse investimento tem nome: medicina preventiva e preditiva.
Um tipo de medicina que ocorre quando pessoas e empresas começam a analisar os ganhos por trás de um olhar mais atento à prevenção e não apenas ao tratamento de doenças já existentes.
Para Rachid, as principais diretrizes que as empresas deveriam levar adiante são "ações simples, como workshops de conscientização sobre a qualidade de vida, ou parcerias com médicos, nutricionistas, psicólogos e profissionais de educação física, permite uma rápida melhora da saúde, promovendo avaliações periódicas".
O médico salienta que criar parcerias institucionais com redes de academias e um canal de informação sobre saúde podem mudar rapidamente o jogo.