Carreira

Internet dos Sentidos e 5G vão permitir escritório “desmaterializado”

Pesquisa da Ericsson mostra que até 2030 o trabalho remoto deve ser enriquecido com experiências da realidade virtual

Ralidade Virtual: Internet dos sentidos, 100% imersiva, será possível graças a junção da automação, do 5G e da realidade virtual (Kilito Chan/Getty Images)

Ralidade Virtual: Internet dos sentidos, 100% imersiva, será possível graças a junção da automação, do 5G e da realidade virtual (Kilito Chan/Getty Images)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 22 de novembro de 2020 às 08h00.

Imagine que ao ter uma reunião à distância com os colegas de trabalho você e a equipe possam “visitar” um local, com os cinco sentidos, e tomar uma decisão melhor sobre o que está acontecendo ali. Em 2030, graças ao avanço de tecnologias como o 5G, esse trabalho remoto enriquecido pode ser possível.

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Além da Internet das Coisas, que já faz presença em casas e escritórios, a Internet dos Sentidos é uma fronteira que ficava antes apenas na ficção científica.

Com o desenvolvimento da automação, realidade virtual e de conexões móveis de altíssima velocidade, outros sentidos como tato, paladar e olfato entram no jogo. E isso pode ter efeitos para o mercado de trabalho. 

Devido à pandemia do coronavírus, milhões de pessoas foram colocadas para trabalhar de casa. O Brasil, em outubro, ainda tinha 7,9 milhões de trabalhadores em home office, cerca de 10% da massa trabalhadora, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ao trabalhar de casa, as limitações da tecnologia atual ganham força. Nem sempre a conexão é estável, a imersão é quase nula e a tomada de decisão e os brainstorming perdem eficácia. O trabalho remoto apresentou tantos desafios às empresas que, no Vale do Silício, gigantes de tecnologia já começam a pensar em gestores específicos para coordenar e tornar o trabalho mais remoto eficaz.

Com essas limitações escancaradas, o desejo por uma experiência de trabalho remoto disruptiva acelerou. Uma pesquisa da Ericsson, feita em diversos país com 7 mil profissionais, mostra os desejos dos trabalhadores para esse escritório “desmaterializado”. 

Entre eles estão, compartilhar o cheiro e a temperatura de um ambiente com os colegas. Há alguns anos, apresentadores de programas de culinário brincavam que a televisão um dia poderia transmitir cheiros. Com a Internet dos Sentidos, isso seria possível.

De acordo com a pesquisa, esse escritório desmaterializado tem efeitos sobre três principais pontos da dinâmica de trabalho.

Ambientes de venda

Com os cinco sentidos ativados em uma experiência de imersão real com a realidade virtual, a apresentações de produtos a clientes será transformado. 

Os produtos seriam apresentados em um shopping virtual, onde os clientes lidam

como se fossem reais. Isso inclui sentir texturas de superfície e cheirar itens.

Suprimentos

Assim como na venda direta ao consumidor, a dinâmica Business to Business também é afetada. Os fornecedores poderão exibir suas ofertas e será possível testar interativamente todas as funções, de forma digital. Desde julgar qualidade dos materiais, sentir o peso e sentir as texturas da superfície.

Equipes

Poder “viajar” junto de colegas e ter experiências imersivas com os colegas foi outro ponto destacado pela pesquisa. 

O que os trabalhadores esperam

A pesquisa da Ericsson fez um recorte na população de trabalhadores “white-collars”. Ou seja: os executivos e que estão em posições de destaque. Os dados também consideram as respostas das pessoas que pretendem usar a realidade virtual no trabalho. 

Cerca de 54% deles querem uma estação de trabalho em home office em um “palácio completo com efeitos sensoriais”. Antes da pandemia, 44% tinham esse interesse. 

A pesquisa mostrou quais são as prioridades desse público no que se refere à realidade virtual.

O interesse mais valorizado é por um dispositivo que permita sentir a mudança do clima, com um interesse de quase 80%. Logo depois, vêm óculos de realidade aumentada que permitiriam ver através de paredes. Algum aparelho que transmita sons direto para o cérebro e a capacidade de compartilhar odores também está lista de preferência dos funcionários.

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