Carreira

Homem que faz tarefa doméstica é mal visto no trabalho

Quem não se encaixa no papel tradicional esperado para homens e mulheres dentro de casa é mal tratado por colegas no trabalho, revela pesquisa feita no Canadá

Forma como homens e mulheres agem na sua vida familiar tem mais influência no tratamento recebido no trabalho do que a própria execução das atividades profissionais (Getty Images)

Forma como homens e mulheres agem na sua vida familiar tem mais influência no tratamento recebido no trabalho do que a própria execução das atividades profissionais (Getty Images)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 23 de julho de 2013 às 14h46.

São Paulo – Atenção homens, passar mais tempo em casa cuidando das crianças ou lavando louça e cozinhando pode levá-los a sofrer "bullying" no trabalho. Isso porque quem sai do papel tradicional de gênero no ambiente familiar enfrenta olhares de soslaio e desrespeito durante o expediente. E isso vale tanto para os homens quanto para as mulheres. É o que revela recente pesquisa publicada pela Rotman School of Management, da Universidade de Toronto, no Canadá.

O mais impressionante é que a pesquisa indica que a forma como homens e mulheres agem na sua vida familiar tem mais influência no tratamento recebido no trabalho do que a própria execução das atividades profissionais.

Cuidar dos filhos e das tarefas domésticas - tradicionalmente encaradas como responsabilidades femininas - pode resultar em problemas de relacionamento para os homens no mundo corporativo. Da mesma forma, mulheres que decidem não ter filhos ou que não assumem para si o cuidado da casa são mais vítimas de desrespeito dentro do escritório, do que as colegas mães e donas de casa.

Isso porque, quem se adequa ao perfil, via de regra, é mais bem tratado, segundo descobriram os pesquisados da Rotman. Ou seja sofrem menos os homens e mulheres que seguem à risca papéis tradicionais em casa e há uma pressão para que assim seja. "Eles podem optar por não ter filhos, se esses papéis tradicionais não são viáveis para eles, ou ficar no caminho das metas de família ou carreira", conclue a professora Jennifer Berdahl, uma das pesquisadoras que assina o estudo.

A pesquisa envolveu dois estudos de campo. O primeiro em ambientes profissionais dominados por homens e o segundo em locais de trabalho em que mulheres eram maioria. Nos dois, quem não se encaixava no estereotipo comportamental doméstico era provocado e excluído por colegas de trabalho.

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