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Há mais empregos, mas a exigência é maior

Os grandes empregadores do país ficam no Sudeste. Eles estão expandindo suas operações e afirmam que há mais empregos que gente capacitada para ocupá-los

Azul Linhas Aéreas: empresa vai contratar 1 500 pessoas para continuar crescendo (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - As maiores empresas do país estão no Sudeste. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% de toda a riqueza produzida no Brasil vem dessa região. É natural, portanto, que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo ofereçam a maior quantidade de oportunidades de trabalho .

Este ano, a reportagem da VOCÊ S/A apurou 103 745 vagas no Sudeste. A oferta de empregos é 52,5% maior do que no ano passado. O setor de serviços é o que mais vai contratar, seguindo a tendência nacional. Segmentos como construção civil, tecnologia da informação e siderurgia e mineração vêm em seguida. Há novas áreas no levantamento deste ano. É o caso das empresas de educação e saúde, que antes não apareciam no radar da pesquisa.

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O setor de serviços pode ser considerado um termômetro da economia. À medida que as companhias crescem e se profissionalizam, elas tendem a se concentrar na sua atividade principal e passam a terceirizar as atividades que não são primordiais. O caso da Allis, consultoria de gestão de pessoas, ilustra bem este momento do mercado. A empresa espera para este ano um crescimento de 40% no número de contratações, e pretende abrir 28 150 vagas, sendo 14 280 delas só no Sudeste .

Há 1 600 posições para profissionais com formação superior e mais 120 cargos para executivos. O setor de serviços também se beneficia das melhores condições de renda da população, que passa a gastar mais em itens que antes não cabiam no orçamento. Segmentos como aviação civil e saúde ilustram bem essa situação — ambos estão crescendo e recrutando em razão da maior demanda do consumidor.

A Azul Linhas Aéreas, com sede em Campinas, no interior de São Paulo, foi a empresa que mais cresceu entre as companhias aéreas no último ano, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Para continuar crescendo, pretende abrir 1 500 novas posições em 2011. As vagas são para profissionais das áreas de administração, economia, engenharia, marketing e comunicação. “A Azul é uma empresa em formação, portanto quem quiser trabalhar aqui tem de ter vontade de construí-la e fazer parte da nossa história”, diz Pedro Janot, presidente da organização.

Já o mercado de saúde tem passado por um processo de profissionalização nos últimos anos. Isso se deve à consolidação que está em curso, que faz com que as pequenas e médias empresas do segmento sejam adquiridas pelas grandes. O movimento seguinte à aquisição é a melhora no quadro de gestão, o que acaba criando oportunidades para os bons profissionais do setor.


A classe C, por exemplo, passou a utilizar serviços de saúde pagos com maior frequência do que antes, e as classes A e B estão mais exigentes — procuram melhor qualidade de serviços médicos. Além de profissionais com formação na área médica, as empresas do setor precisam de administradores. Só no Sudeste são 1 229 oportunidades na área, 500 delas vindas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Vagas no exterior

As capitais do Sudeste, em especial São Paulo e Rio de Janeiro, também estão se tornando metrópoles globais. O nível de globalização é visível quando olhamos a oferta de serviços, as oportunidades de lazer e programas culturais e o vai e vem de profissionais de todas as partes do mundo. Isso se deve às grandes multinacionais brasileiras que seguem tocando seus projetos de internacionalização.

“O Brasil tem grandes projetos de expansão na área de mineração”, diz Gisleine Camargo, gerente de consultoria em gestão da KPMG, em São Paulo. Um exemplo é a mineradora Vale, com forte atuação no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. A empresa pretende contratar 14 000 profissionais, sendo 4 000 deles para atuar no exterior, em um dos 38 países onde opera.

A indústria digital será outro setor que deve abrir muitas vagas em todo o Brasil, especialmente no Sudeste. O país já é o sexto maior mercado em vendas de computadores pessoais do mundo, com quase 14 milhões de aparelhos, e espera-se que em dois anos ele desponte no ranking dos três maiores mercados.

Por causa desse cenário, as multinacionais estão de olho no mercado brasileiro de TI. A CPM Braxis no ano passado se associou ao grupo francês Capgemini e se tornou a CPM Braxis Capgemini. Com o objetivo de expandir a atuação também para a América Latina, pretende contratar 2 000 pessoas neste ano — 1 560 no Sudeste.

Disputa acirrada

O profissional que quer fazer carreira no Sudeste tem de ter em mente que a disputa por uma vaga é mais acirrada do que no restante do país. Isso porque, ao mesmo tempo que a região concentra o maior número de oportunidades, também concentra um número elevado de pessoas qualificadas brigando pelos melhores empregos. Os programas de trainee, porta de entrada para os jovens, têm concorrência altíssima. Os mais tradicionais têm entre 1 000 e 1 350 concorrentes por vaga.

Para os cargos que exigem maior experiência, o nível de exigência também é alto. “Quase sempre se requer o diploma de uma boa faculdade e uma segunda língua, no mínimo”, diz Vicente Picarelli Filho, líder da área de recursos humanos da consultoria Deloitte, de São Paulo. Por isso, vale a pena considerar as oportunidades em outras regiões do país. Na maioria das vezes, trabalhar fora do Sudeste pode significar conciliar crescimento profissional, custo de vida mais baixo e maior qualidade de vida.

Colaboração: Lucas Rossi

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