Fuja do chefe manipulador. Ele pode ser um canalha
Estudo mostra como líderes aparentemente legais podem ser verdadeiros canalhas
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2013 às 13h30.
São Paulo - Há 13 anos, o professor americano James Mohr, da Olympic College, de Washington, nos Estados Unidos, estuda as relações entre chefes e equipes.
Em uma pesquisa em que acompanhou gestores de projetos sociais, Mohr notou que alguns deles agiam de maneira aparentemente positiva e motivadora, mas, no fundo, visavam apenas o próprio sucesso, sem se importar com o time.
"Os bons comportamentos de liderança serviam apenas para conseguir ter legitimidade e fazer a equipe trabalhar mais", afirma Mohr. eram manipuladores vestindo fantasia de bom caráter. Os objetivos de chefes que adotam essas táticas são levar a fama, ganhar mais dinheiro e acumular poder.
Depois de analisar o comportamento de gestores, o professor americano listou algumas das estratégias da liderança do mal. Trata-se de um jogo de sedução, marginalização e ameaças, que, segundo Mohr, pode ocorrer em qualquer empresa. "O mau chefe está concentrado no poder."
1Causas grandiosas
Para envolver as pessoas e se aproximar delas, o mau líder usa o discurso de que há uma causa maior para o trabalho. "Isso tem um efeito positivo rápido, pois todo mundo gosta de um propósito bonito", afirma Mohr.
Quando as pessoas compartilham de uma mesma visão, o comprometimento se fortalece. "O líder sabe que, se tiver uma meta sedutora, conseguirá ter todos na mão", diz Ricardo Barbosa, diretor da consultoria Innovia Training & Consulting, de São Paulo.
No fundo, aquela causa grandiosa é só uma fachada. O chefe canalha usa uma segunda armadilha na sequência: assim que conquista o engajamento de todos, ele cria a sensação de que as pessoas são indispensáveis. A partir desse ponto, fica fácil manipular a equipe.
2Excesso de inspiração
O chefe perigoso é um tipo inteligente, que tem muito conhecimento e experiência. Ele parece ajudar a todos e é inspirador. "A equipe fica motivada porque ele está ali no meio de todos e diz que está no mesmo barco", diz Ricardo. Ao criar um clima de proximidade, o chefe ruim consegue manter as rédeas da equipe.
A boa relação esconde a centralização. "Em algum momento ocorre uma virada e ele deixa de oferecer ajuda, abandona a equipe e começa a cobrar resultado excessivamente", diz Mohr. A essa altura, a equipe tornou- se dependente. "Às vezes, a relação é tão forte que o liderado nem percebe que está sendo abusado", diz. A lição: por mais inspirador que um chefe possa parecer, não acredite cegamente nas palavras dele.
3Respeito à força
Respeito e confiança são dois componentes de uma boa relação entre chefe e subordinado. O líder controlador exige as duas coisas, mas é incapaz de retribuir. "Ele não assume erros, por exemplo", diz o professor James Mohr. Com o tempo, a relação azeda e o chefe começa a se impor à força.
Se o profissional não encontra meios de informar à empresa, pode sofrer abusos, como ter seu trabalho escondido ou desqualificado. A saída é encontrar formas de contar a pessoas de outras áreas sobre seu trabalho e sobre quem, de fato, é o chefe canalha.
4Eu tenho o poder
Os líderes do mal usam o discurso de que são abertos para que todos deem opinião. Mas a atitude é falsa. Ele ouve os outros apenas para legitimar seu poder e despreza a opinião alheia. "Ele fala e todos obedecem", diz Ricardo. Esse é o tipo de líder que não ajuda ninguém a crescer. "Ele dura pouco, porque as pessoas logo desistem de trabalhar com ele", diz Ricardo.
5Gestão pelo medo
Depois de criar uma causa, envolver a equipe e impor o poder, alguns líderes provocam medo em suas equipes para conseguir se legitimar. Um típico chefe que usa isso é aquele que diz que, se as metas não forem alcançadas, demissões podem ocorrer. Ou que, se tal projeto for bem-sucedido, todos serão promovidos — o que nunca acontecerá.
No final, todos são prejudicados e ele ganha os louros. É nesse item que surgem também os casos de assédio moral. Nesse ponto, é preciso cogitar fazer denúncias formais sobre a conduta desse gestor.
6Isolamento total
Com o tempo, o líder ruim se distancia completamente da equipe. "Em uma relação de proximidade, fica difícil manter poder", diz Mohr. A consequência é que o líder acaba perdendo a legitimidade. A partir desse momento, o clima de trabalho vai piorar muito. Os resultados da área vão começar a despencar.
Se o líder tiver muito destaque na empresa, talvez leve tempo até que alguém perceba que ele é o responsável. Se a coisa está nesse ponto, ficar no emprego é uma aposta arriscada. Mais seguro procurar um novo emprego: ainda que o mau chefe seja flagrado rapidamente, todo o departamento já herdou a má reputação dele.
São Paulo - Há 13 anos, o professor americano James Mohr, da Olympic College, de Washington, nos Estados Unidos, estuda as relações entre chefes e equipes.
Em uma pesquisa em que acompanhou gestores de projetos sociais, Mohr notou que alguns deles agiam de maneira aparentemente positiva e motivadora, mas, no fundo, visavam apenas o próprio sucesso, sem se importar com o time.
"Os bons comportamentos de liderança serviam apenas para conseguir ter legitimidade e fazer a equipe trabalhar mais", afirma Mohr. eram manipuladores vestindo fantasia de bom caráter. Os objetivos de chefes que adotam essas táticas são levar a fama, ganhar mais dinheiro e acumular poder.
Depois de analisar o comportamento de gestores, o professor americano listou algumas das estratégias da liderança do mal. Trata-se de um jogo de sedução, marginalização e ameaças, que, segundo Mohr, pode ocorrer em qualquer empresa. "O mau chefe está concentrado no poder."
1Causas grandiosas
Para envolver as pessoas e se aproximar delas, o mau líder usa o discurso de que há uma causa maior para o trabalho. "Isso tem um efeito positivo rápido, pois todo mundo gosta de um propósito bonito", afirma Mohr.
Quando as pessoas compartilham de uma mesma visão, o comprometimento se fortalece. "O líder sabe que, se tiver uma meta sedutora, conseguirá ter todos na mão", diz Ricardo Barbosa, diretor da consultoria Innovia Training & Consulting, de São Paulo.
No fundo, aquela causa grandiosa é só uma fachada. O chefe canalha usa uma segunda armadilha na sequência: assim que conquista o engajamento de todos, ele cria a sensação de que as pessoas são indispensáveis. A partir desse ponto, fica fácil manipular a equipe.
2Excesso de inspiração
O chefe perigoso é um tipo inteligente, que tem muito conhecimento e experiência. Ele parece ajudar a todos e é inspirador. "A equipe fica motivada porque ele está ali no meio de todos e diz que está no mesmo barco", diz Ricardo. Ao criar um clima de proximidade, o chefe ruim consegue manter as rédeas da equipe.
A boa relação esconde a centralização. "Em algum momento ocorre uma virada e ele deixa de oferecer ajuda, abandona a equipe e começa a cobrar resultado excessivamente", diz Mohr. A essa altura, a equipe tornou- se dependente. "Às vezes, a relação é tão forte que o liderado nem percebe que está sendo abusado", diz. A lição: por mais inspirador que um chefe possa parecer, não acredite cegamente nas palavras dele.
3Respeito à força
Respeito e confiança são dois componentes de uma boa relação entre chefe e subordinado. O líder controlador exige as duas coisas, mas é incapaz de retribuir. "Ele não assume erros, por exemplo", diz o professor James Mohr. Com o tempo, a relação azeda e o chefe começa a se impor à força.
Se o profissional não encontra meios de informar à empresa, pode sofrer abusos, como ter seu trabalho escondido ou desqualificado. A saída é encontrar formas de contar a pessoas de outras áreas sobre seu trabalho e sobre quem, de fato, é o chefe canalha.
4Eu tenho o poder
Os líderes do mal usam o discurso de que são abertos para que todos deem opinião. Mas a atitude é falsa. Ele ouve os outros apenas para legitimar seu poder e despreza a opinião alheia. "Ele fala e todos obedecem", diz Ricardo. Esse é o tipo de líder que não ajuda ninguém a crescer. "Ele dura pouco, porque as pessoas logo desistem de trabalhar com ele", diz Ricardo.
5Gestão pelo medo
Depois de criar uma causa, envolver a equipe e impor o poder, alguns líderes provocam medo em suas equipes para conseguir se legitimar. Um típico chefe que usa isso é aquele que diz que, se as metas não forem alcançadas, demissões podem ocorrer. Ou que, se tal projeto for bem-sucedido, todos serão promovidos — o que nunca acontecerá.
No final, todos são prejudicados e ele ganha os louros. É nesse item que surgem também os casos de assédio moral. Nesse ponto, é preciso cogitar fazer denúncias formais sobre a conduta desse gestor.
6Isolamento total
Com o tempo, o líder ruim se distancia completamente da equipe. "Em uma relação de proximidade, fica difícil manter poder", diz Mohr. A consequência é que o líder acaba perdendo a legitimidade. A partir desse momento, o clima de trabalho vai piorar muito. Os resultados da área vão começar a despencar.
Se o líder tiver muito destaque na empresa, talvez leve tempo até que alguém perceba que ele é o responsável. Se a coisa está nesse ponto, ficar no emprego é uma aposta arriscada. Mais seguro procurar um novo emprego: ainda que o mau chefe seja flagrado rapidamente, todo o departamento já herdou a má reputação dele.