Carreira

Médica deixa serviço público por falta de condições

A médica Cássia Cavaglier deixou a saúde pública, após dez anos, por falta de condições de trabalho e de revisão do salário

A médica Cássia Cavaglier, de São Miguel do Oeste (SC): realizada depois de montar a própria clínica   (Acervo pessoal)

A médica Cássia Cavaglier, de São Miguel do Oeste (SC): realizada depois de montar a própria clínica (Acervo pessoal)

JE

José Eduardo Costa

Publicado em 7 de setembro de 2013 às 10h35.

Questão de carreira

A catarinense Cássia Cavaglier, de São Miguel do Oeste, escolheu fazer medicina para melhorar a saúde das pessoas. Foi trabalhar no setor público para atender os pacientes mais carentes.

Com o tempo, deixou de ver sentido na escolha. Não tinha oportunidades para crescer na carreira. "De uma hora para a outra, o que me trazia satisfação virou fonte de infelicidade."

O dilema

Cássia escolheu fazer medicina ainda no colegial. Estudiosa, sempre gostou da área de biológicas e queria que seu trabalho melhorasse a vida das pessoas. "O exercício da medicina é, muitas vezes, um ato de doação", diz.

Após a faculdade, Cássia decidiu trabalhar no setor público. Depois de seis anos, começou a ficar desmotivada com as condições de trabalho, a falta de perspectiva de carreira e o baixo salário. "As minhas contas não são pagas por um 'muito obrigado'.'

A médica começou a procurar alternativas para sanar seu descontentamento. Das conversas com amigos administradores, foi se interessando pela área de gestão.

Decidiu fazer um curso no Sebrae. No programa, Cássia teve a oportunidade de viajar com um grupo de colegas aos Estados Unidos e visitar empresas de pequeno e grande porte no Vale do Silício, berço de empreendimentos inovadores, na costa oeste dos Estados Unidos.

"Percebi quanto a área médica necessita de mudanças e de inovação. Principalmente na área de gestão", diz. Cássia voltou decidida a fazer a guinada. 

A decisão

"Investi todas as minhas economias em meu consultório particular. Neste mês começo a atender. Vou oferecer tratamentos na área estética. Antes, eu não conseguia dar vazão a meu lado de administradora, mesmo tendo comunicado meu interesse em ter atividades além do atendimento médico aos pacientes.

Tenho uma irmã no primeiro ano de medicina e fiquei muito feliz em saber que a universidade que ela está cursando incluiu a disciplina de empreendedorismo na grade curricular do curso. Precisamos cobrar iniciativas como essa em toda base educacional."

Acompanhe tudo sobre:ComportamentoEdição 182MédicosMudança de emprego

Mais de Carreira

Lifelong learning: o segredo para crescer profissionalmente pode estar fora da sua área de atuação

Pedido para cidadania italiana ficará mais caro a partir de janeiro; entenda a nova lei

Brasileiros que se mudaram para Finlândia compartilham uma lição: a vida não é só trabalho

Como usar a técnica de Delphi para tomada de decisões