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Executivos encaram um novo desafio: bônus atrelados ao ESG

Pesquisa feita pela consultoria Willis Towers Watson mostra que 65% das empresas planejam relacionar a remuneração de seus executivos à agenda ESG em 2021

Bônus sustentável: empresas começam a relacionar remuneração de executivos à agenda ESG (Agência/Getty Images)

Bônus sustentável: empresas começam a relacionar remuneração de executivos à agenda ESG (Agência/Getty Images)

Com o ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa) se tornando estratégico para as empresas, muitas delas estão atrelando os bônus de seus executivos do alto escalão às metas de sustentabilidade.

O GPA, dono das marcas Pão de Açúcar e Extra, vinculou recentemente as metas de redução de emissões de carbono, que o grupo já monitora desde 2010, na remuneração variável dos executivos. “Esse indicador, que antes avaliava somente a redução do consumo de energia elétrica, passou a fazer parte do Índice de Sustentabilidade e Diversidade (ISD), que o GPA adotou em 2016 e compõe a remuneração variável dos mais de 1.400 gestores elegíveis”, explica Mirella Gomiero, diretora executiva de recursos humanos, serviços e sustentabilidade do GPA.

Ela diz que também faz parte do ISD o indicador de presença feminina na liderança. “A meta do GPA é chegar a 2025 com 38% dos cargos de liderança ocupados por mulheres”, afirma. “Isso reforça o nosso compromisso ao longo prazo e garante aos consumidores e fornecedores o compromisso total de todos da companhia com as políticas mais sustentáveis e inclusivas.”

Outro exemplo

A Arcos Dorados, dona do McDonald’s no Brasil, é mais um exemplo de empresa que atrelou a remuneração variável dos executivos às metas ESG. “Temos muito orgulho em ser a primeira empresa do setor na América Latina a adotar essa iniciativa de incluir os indicadores ESG na remuneração variável”, ressalta Paulo Camargo, presidente da divisão Brasil da Arcos Dorados.

Segundo o executivo, esse tema não é novidade dentro da companhia. Ele explica que a companhia possui uma plataforma chamada Receita do Futuro que conta com diversos compromissos sociais e ambientais dentro de cinco pilares de atuação: emprego juvenil, abastecimento sustentável, embalagens e reciclagem, mudança climática e bem-estar familiar.

Para o primeiro ano do indicador atrelado à remuneração variável dos executivos a empresa escolheu dois temas de sua plataforma. O primeiro é relacionado ao pilar Bom Empregador e Gerador de Primeiro Emprego da companhia. O segundo diz respeito à ética e responsabilidade, já que, segundo Camargo, “no contexto em que vivemos, a credibilidade da marca está diretamente relacionada ao seu processo de governança e aos seus compromissos”.

“Ambos os indicadores serão medidos por meio de pesquisas internas que identificam a saúde da marca perante os diferentes públicos de interesse, sobretudo o consumidor final”, diz.

Uma pesquisa feita pela consultoria Willis Towers Watson nos Estados Unidos, com 168 empresas, mostra que 65% planejam relacionar a remuneração de seus executivos à agenda ESG em 2021.

Net Zero

Ao anunciar seu plano Net Zero, a multinacional brasileira JBS, que pretende zerar suas emissões de gases de efeito estufa até 2040, informou também que a remuneração variável de altos executivos da companhia será atrelada às metas de mudança climática.

Segundo o comunicado, “os líderes globais da empresa vão supervisionar a alocação de capital, fomentar o envolvimento de fornecedores e desenvolver parcerias com outras empresas, governos e universidades, de modo a garantir a sustentação e o atingimento do compromisso Net Zero”.

O compromisso reforça os esforços que a JBS começou há mais de uma década e que já vêm surtindo efeito em toda a sua cadeia de valor, como o sistema de monitoramento socioambiental de 100% dos fornecedores de matéria-prima da companhia no Brasil, que está sendo expandido via blockchain para os fornecedores de seus fornecedores, além dos investimentos em economia circular.

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