Carreira

"Tem que ser lady e que ser prática na área técnica"

Adriana Pellegrini, da IBM, ganhou prestígio e reconhecimento por resolver problemas de TI que poucos técnicos solucionam

Adriana Pellegrini: única técnica brasileira na equipe global de especialistas de alto desempenho da IBM (Gustavo Lourenção)

Adriana Pellegrini: única técnica brasileira na equipe global de especialistas de alto desempenho da IBM (Gustavo Lourenção)

JE

José Eduardo Costa

Publicado em 2 de julho de 2013 às 15h26.

São Paulo - A analista de sistemas da IBM Adriana Pellegrini Furnielis, de 36 anos, está acostumada a receber ligações durante a madrugada para atender  aos clientes em crise.

Seu feito mais recente, meses atrás, foi encontrar uma solução, inédita até para a IBM, para uma petroleira que precisava aperfeiçoar seu sistema de TI para interpretar a informação que vem do pré-sal. Sem a solução, determinar a viabilidade econômica de um poço ficaria quase impossível.

Por resolver problemas como esse, Adriana ganhou prestígio na IBM. No mês passado, a analista de sistemas foi a Bogotá, na Colômbia, executar a mesma solução para outro cliente. Atualmente, ela é a única técnica da IBM no Brasil a integrar a equipe global de 200 especialistas de alto desempenho da companhia. A seguir, ela fala do que aprendeu em sua trajetória.

"Um bom chefe é fundamental. Eu tive um que foi determinante para eu me destacar na área técnica. Ele reconheceu que eu tinha vocação quando entrei na IBM, aos 18 anos, me colocou em projetos importantes e me ensinou a perseverar para crescer.  

Tem que ser lady e tem que ser prática na área técnica. Outro dia, tive dois compromissos no mesmo condomínio empresarial. No primeiro, trabalhei no centro de processamento de dados, usando gorro, camiseta e calça jeans. À tarde, tinha uma reunião num banco. Fui ao banheiro na hora do almoço e coloquei vestido e sapato de salto.

Tranquilidade e objetividade são essenciais para resolver as questões difíceis. Numa ocasião, um executivo de uma grande empresa de telecomunicação me ligou às 3 da manhã para dizer, aos berros, que havia perdido 200 máquinas devido a uma invasão de vírus. Pedi que ele tivesse calma e me explicasse o que estava acontecendo.

Assim, consigo fazer um pré-diagnóstico e escolher as pessoas certas para o trabalho. No dia seguinte, fomos até o cliente e ficamos três dias trabalhando direto.

Mulher na área técnica tem que ter jogo de cintura. Na IBM, de 2003 a 2008, fiquei numa área com 120 pessoas. Só oito eram mulheres. Hoje, são 40 técnicos e somos duas mulheres na equipe.

Aprendi que tenho que falar do que faço. Parece trivial do ponto de vista técnico, mas é muito relevante para a empresa. Fazer um pouco de marketing pessoal é essencial para ser reconhecida. Não gosto de rotina. Se não tiver desafio, vou para casa triste. "

Acompanhe tudo sobre:ascensao-profissionalEdição 179EmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaIBMMulheresReputação profissionalServiçosTecnologia da informação

Mais de Carreira

Lifelong learning: o segredo para crescer profissionalmente pode estar fora da sua área de atuação

Pedido para cidadania italiana ficará mais caro a partir de janeiro; entenda a nova lei

Brasileiros que se mudaram para Finlândia compartilham uma lição: a vida não é só trabalho

Como usar a técnica de Delphi para tomada de decisões