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Está frustrado? Isso pode ser ótimo para sua carreira

Especialistas afirmam que momentos difíceis na carreira nem sempre são sinal de fracasso profissional

Executivo frustrado (grinvalds/Thinkstock)

Executivo frustrado (grinvalds/Thinkstock)

Fernando Pivetti

Fernando Pivetti

Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2017 às 06h00.

Ao longo da vida profissional, não são todos os momentos em que a nossa carreira vai de vento em popa. Entre promoções, projetos e demissões, os altos e baixos vão acontecer e é melhor estar preparado para aproveitar as oportunidades e aprender com os momentos de crise.

Segundo a orientadora de carreira Adriana Gomes, é incorreto pensar que um momento ruim no trabalho necessariamente signifique um sinal de fracasso. Para ela, a frustração é um sentimento natural e faz parte do amadurecimento de qualquer profissional.

“Muitas pessoas que hoje são experientes e bem-sucedidas tiveram fracassos na carreira. Nessa hora, não se frustrar não vai ajudar a solucionar os problemas. É necessário compreender de alguns projetos podem não ter sucesso, mas isso é algo natural e faz parte do processo de crescimento”.

Adriana afirma que a melhor maneira de lidar com momentos difíceis da carreira é buscar aprender com os erros. “Quando recebemos um “não” do chefe é importante aproveitar essa oportunidade para fazer uma autoavaliação e sempre tentar melhorar, buscando o crescimento na carreira”, completa.

 Chefes também são importantes nesses momentos. Segundo ela, o gestor deve buscar sempre o melhor desempenho dos seus colaboradores sem esquecer de ajudá-los a corrigir seus erros. “Todo mundo erra e o gestor tem o papel de condicionar para onde seus funcionários estão caminhando, dando feedbacks constantes. Para o trabalhador, o pior é nunca receber um não e depois ser demitido sem saber o porquê”, ressalta.

O mestre em neuropsicologia Eduardo Shinyashiki afirma que escutar críticas é um ótimo exercício para melhorar o desempenho no trabalho. Ele afirma que pedir sugestões e dicas de amigos e colegas de profissão é um importante caminho para evoluir.

“Às vezes estamos tão envolvidos com o seu trabalho que não percebemos nossas falhas. É muito positivo quando a pessoa tem a força e o desapego para se autoavaliar, criar e transformar alguma coisa dentro da carreira”, completa Shinyashiki.

Hora de se renovar?

Eduardo Shinyashiki afirma que o momento ideal para investir na nossa carreira é quando as coisa vão bem. “O profissional que busca se aperfeiçoar constantemente num momento de crise vai estar preparado e qualificado para enfrentar as dificuldades”.

Para os desesperados que pulam de uma profissão a outra com facilidade, a orientadora Adriana Gomes lembra que nas horas difíceis a última coisa que se deve fazer é buscar mudanças radicais. “Não se muda de carreira como quem muda de camisa. Nossa carreira é um reflexo de um esforço muito grande que fizemos ao longo da nossa história e às vezes não se trata de estarmos na carreira errada, mas no lugar de trabalho errado”, alerta.

Autoavaliação

Mesmo quando a carreira vai bem, é essencial que o profissional esteja em constante processo de autoavaliação. “Todos os dias devemos nos perguntar como podemos ir além. É necessário assumir esse compromisso de se tornar melhor do que fomos ontem”, completa Shinyashiki.

O neuropsicólogo afirma que existem duas posturas quando se fala em futuro na carreira. “Uma delas é determinada e focada e a outra é passiva”. O risco da apatia, diz, é que pessoas que não estabelecem um objetivo na carreira recebem notícias negativas como uma condenação profissional. “Nossa postura deve ser de constante aprendizado. Devemos sempre pensar: onde quero estar daqui a cinco anos?”.

Segundo ele, as nossas conquistas e falhas sempre partem de nós e não dependem de terceiros. Transformar pontos fracos em pontos fortes e estar constantemente em processo de evolução é a chave para construir uma carreira sólida.

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