A Braskem economiza melhorando a saúde do time
Ao usar os resultados dos exames periódicos a seu favor, a Braskem criou um forte programa de qualidade de vida e economizou 1,2 milhão de reais em três anos
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2013 às 15h00.
São Paulo - Exame periódico, qualquer empresa faz. É lei. E a planta da Braskem no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, realizava exames periódicos duas vezes por ano com todos os 1 200 funcionários. A questão mesmo não está no cumprimento dos exames, mas em como tratar os sinais de alerta que aparecem nos resultados: risco cardíaco, sobrepeso, colesterol alto, sedentarismo, maus hábitos alimentares, consumo de bebidas alcoólicas em excesso e estresse.
Na petroquímica, eles foram os indutores do programa Sempre Saúde, que não só melhorou a qualidade de vida dos funcionários como também gerou economia total de 1,2 milhão de reais de 2007 a 2010, sendo adotado pelas demais unidades da Braskem espalhadas pelo país.
O Desafio
O ano era 2006 e a gerente de saúde, segurança e meio ambiente de petroquímicos básicos da Braskem em Camaçari, Silvia Reis, não se conformava com o percentual de funcionários com risco cardíaco na empresa. “Tínhamos 2,5% do nosso quadro com risco cardíaco entre alto e muito alto, ante a média de 5% a 7% das demais empresas do polo”, afirma. “Mas, isso não nos deixava nada satisfeitos, pois nossos funcionários exercem atividades de risco, em altura e ambientes confinados.”, lembra. “Se nada fosse feito, teríamos em alguns anos uma população cardíaca de fato.”
A Solução
O primeiro passo foi a realização de um estudo epidemiológico para traçar o perfil dos funcionários da Braskem em Camaçari a partir das informações fornecidas pelos exames periódicos.
Os resultados não foram nada animadores: 68% eram sedentários, 48% tinham níveis de LDL (o colesterol ruim) acima dos valores de referência, 37% estavam com os triglicérides altos, 14% viviam às voltas com o estresse e 4,8% eram fumantes. Para lidar com o problema, o programa Sempre Saúde abriu várias frentes. A primeira, de estímulo à alimentação saudável e à prática de atividades físicas.
Em 2007, a empresa construiu duas academias — uma na área administrativa e outra na área industrial —, com oferta de aulas aeróbicas e de musculação no horário de trabalho, acompanhadas por preparador físico. “Os líderes foram conscientizados da necessidade de liberar os funcionários duas ou três vezes por semana para as atividades”, afirma Silvia.
Ao mesmo tempo, a companhia começou a fazer palestras em prol de uma alimentação mais saudável e reformulou o cardápio do restaurante com auxílio de nutricionista. “O Nordeste do país tem uma cultura de alimentação pesada, os funcionários gostam de feijoada, cozido, vatapá e caruru”, diz a gerente.
“Não deixamos de oferecê-los, mas alteramos a elaboração dos pratos e introduzimos um cardápio light, de saladas, grelhados e frutas para a sobremesa”, conta. Cortada mesmo foi a chamada “tentação do dia”, que logo na entrada do restaurante apresentava cachorro-quente ou batata recheada com cheddar, entre outras opções pouco nutritivas.
Outra ação foi um acompanhamento mais próximo dos funcionários em casos crônicos. Para eles, as metas de saúde foram estabelecidas individualmente, com medicamentos de uso contínuo pagos pela Braskem e avaliação do médico do trabalho e da nutricionista a cada três meses. Os tabagistas também receberam medicação para ajudar a largar o vício e ganharam sessões de acupuntura. E, contra o estresse, foram organizados grupos que participavam de sessões com psicoterapeuta, com o objetivo de buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O Resultado
Todos os 1 200 colaboradores da planta de Camaçari participaram de alguma atividade do Sempre Saúde. Ao fim de três anos, a redução do absenteísmo, da sinistralidade médica no convênio de saúde, da necessidade de treinamento de profissional em caso de substituição por doença e o aumento de produtividade justificaram a economia apurada pela empresa, que investiu cerca de 700 000 reais no programa de 2007 a 2010.
“Só as ações de desenvolvimento comportamental, com os grupos de psicoterapia, tiveram retorno de 5,22 reais para cada real investido”, diz a gerente, acrescentando que dois novos grupos são abertos a cada ano.
O número de sedentários caiu para 56%, e o de funcionários com colesterol LDL elevado, para 28%. Os casos de triglicérides altos baixaram para 34%, os de estresse, para 4,9%, os tabagistas, para 3%, e os colaboradores com risco cardíaco, os que mais preocupavam a gerente, para 1,2%. Só não houve redução nos casos de Índice de Massa Corporal elevado.
“Na crise de 2008, as pessoas descontaram na comida e, na fase de crescimento econômico, passaram a frequentar mais restaurantes e consumir mais supérfluos”, diz Silvia.
Os bons resultados não significaram o fim das ações. A Braskem está construindo uma terceira academia e lançando uma ação em que a nutricionista visitará a área industrial. “O Sempre Saúde não para. Agora vamos fazer um piloto da gestão de casos crônicos com nossos terceirizados, que sãocerca de 3 000 pessoas”, afirma a gerente.
São Paulo - Exame periódico, qualquer empresa faz. É lei. E a planta da Braskem no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, realizava exames periódicos duas vezes por ano com todos os 1 200 funcionários. A questão mesmo não está no cumprimento dos exames, mas em como tratar os sinais de alerta que aparecem nos resultados: risco cardíaco, sobrepeso, colesterol alto, sedentarismo, maus hábitos alimentares, consumo de bebidas alcoólicas em excesso e estresse.
Na petroquímica, eles foram os indutores do programa Sempre Saúde, que não só melhorou a qualidade de vida dos funcionários como também gerou economia total de 1,2 milhão de reais de 2007 a 2010, sendo adotado pelas demais unidades da Braskem espalhadas pelo país.
O Desafio
O ano era 2006 e a gerente de saúde, segurança e meio ambiente de petroquímicos básicos da Braskem em Camaçari, Silvia Reis, não se conformava com o percentual de funcionários com risco cardíaco na empresa. “Tínhamos 2,5% do nosso quadro com risco cardíaco entre alto e muito alto, ante a média de 5% a 7% das demais empresas do polo”, afirma. “Mas, isso não nos deixava nada satisfeitos, pois nossos funcionários exercem atividades de risco, em altura e ambientes confinados.”, lembra. “Se nada fosse feito, teríamos em alguns anos uma população cardíaca de fato.”
A Solução
O primeiro passo foi a realização de um estudo epidemiológico para traçar o perfil dos funcionários da Braskem em Camaçari a partir das informações fornecidas pelos exames periódicos.
Os resultados não foram nada animadores: 68% eram sedentários, 48% tinham níveis de LDL (o colesterol ruim) acima dos valores de referência, 37% estavam com os triglicérides altos, 14% viviam às voltas com o estresse e 4,8% eram fumantes. Para lidar com o problema, o programa Sempre Saúde abriu várias frentes. A primeira, de estímulo à alimentação saudável e à prática de atividades físicas.
Em 2007, a empresa construiu duas academias — uma na área administrativa e outra na área industrial —, com oferta de aulas aeróbicas e de musculação no horário de trabalho, acompanhadas por preparador físico. “Os líderes foram conscientizados da necessidade de liberar os funcionários duas ou três vezes por semana para as atividades”, afirma Silvia.
Ao mesmo tempo, a companhia começou a fazer palestras em prol de uma alimentação mais saudável e reformulou o cardápio do restaurante com auxílio de nutricionista. “O Nordeste do país tem uma cultura de alimentação pesada, os funcionários gostam de feijoada, cozido, vatapá e caruru”, diz a gerente.
“Não deixamos de oferecê-los, mas alteramos a elaboração dos pratos e introduzimos um cardápio light, de saladas, grelhados e frutas para a sobremesa”, conta. Cortada mesmo foi a chamada “tentação do dia”, que logo na entrada do restaurante apresentava cachorro-quente ou batata recheada com cheddar, entre outras opções pouco nutritivas.
Outra ação foi um acompanhamento mais próximo dos funcionários em casos crônicos. Para eles, as metas de saúde foram estabelecidas individualmente, com medicamentos de uso contínuo pagos pela Braskem e avaliação do médico do trabalho e da nutricionista a cada três meses. Os tabagistas também receberam medicação para ajudar a largar o vício e ganharam sessões de acupuntura. E, contra o estresse, foram organizados grupos que participavam de sessões com psicoterapeuta, com o objetivo de buscar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O Resultado
Todos os 1 200 colaboradores da planta de Camaçari participaram de alguma atividade do Sempre Saúde. Ao fim de três anos, a redução do absenteísmo, da sinistralidade médica no convênio de saúde, da necessidade de treinamento de profissional em caso de substituição por doença e o aumento de produtividade justificaram a economia apurada pela empresa, que investiu cerca de 700 000 reais no programa de 2007 a 2010.
“Só as ações de desenvolvimento comportamental, com os grupos de psicoterapia, tiveram retorno de 5,22 reais para cada real investido”, diz a gerente, acrescentando que dois novos grupos são abertos a cada ano.
O número de sedentários caiu para 56%, e o de funcionários com colesterol LDL elevado, para 28%. Os casos de triglicérides altos baixaram para 34%, os de estresse, para 4,9%, os tabagistas, para 3%, e os colaboradores com risco cardíaco, os que mais preocupavam a gerente, para 1,2%. Só não houve redução nos casos de Índice de Massa Corporal elevado.
“Na crise de 2008, as pessoas descontaram na comida e, na fase de crescimento econômico, passaram a frequentar mais restaurantes e consumir mais supérfluos”, diz Silvia.
Os bons resultados não significaram o fim das ações. A Braskem está construindo uma terceira academia e lançando uma ação em que a nutricionista visitará a área industrial. “O Sempre Saúde não para. Agora vamos fazer um piloto da gestão de casos crônicos com nossos terceirizados, que sãocerca de 3 000 pessoas”, afirma a gerente.