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De olho no dólar durante viagens, para não perder dinheiro

Seis em cada dez brasileiros que viajam ao exterior vão a trabalho. Se você é um deles, saiba como não perder dinheiro com a variação cambial

Fernanda Bernstein, do Bradesco: ela usa cartão pré-pago em suas três viagens internacionais que faz anualmente  (Omar Paixão/EXAME.com)

Fernanda Bernstein, do Bradesco: ela usa cartão pré-pago em suas três viagens internacionais que faz anualmente (Omar Paixão/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2013 às 18h33.

São Paulo - A dúvida sempre surge antes de uma viagem internacional. Qual é a melhor forma de gastar dinheiro no exterior se a sua rotina profissional inclui muitas idas para fora do país o ano todo. A situação fica ainda mais confusa com o atual cenário de sobe e desce da cotação de moedas estrangeiras em relação ao real.

O dólar, por exemplo, depois de passar por forte valorização em 2012, inverteu o sinal em novembro e começou a cair, saindo de 2,1307 reais por dólar para 1,993 real no dia 18 de fevereiro deste ano.

Ou seja, quem saiu do país no período, com o dólar caro, foi surpreendido positivamente quando a conta do cartão chegou, com a cotação bem menor. Mas poderia ter sido diferente se o período da viagem fosse no mês anterior, com a moeda ainda subindo. 

A questão é o que fazer para se proteger das oscilações da moeda se as viagens internacionais são inevitáveis e sempre surge um gasto ou outro que a empresa não cobre. Cada vez mais brasileiros estão sujeitos a essa situação. De acordo com dados da Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas (Abracorp), 60% das viagens feitas por brasileiros são a trabalho.

Em 2012, foram gastos 22 bilhões de reais no exterior, conforme levantamento do Banco Central com todas as modalidades de viagem. Nunca se gastou tanto — a pesquisa é realizada desde 1947. 

A publicitária Isabel Amaral, de 33 anos, gerente de atendimento da Byside Eventos e Comunicação, viaja no mínimo quatro vezes por ano para fora do Brasil. Nova York é a cidade que visita com mais frequência. Como está sempre com clientes ou com pessoas de sua equipe, ela se cerca de todas as maneiras para não ficar dependendo da oscilação do dólar.

“Levo sempre dois cartões. Mas tento fugir do de crédito por causa dos impostos (6,38% a cada operação). Pago quase sempre os gastos com cartão pré-pago de débito, que compro especialmente para essa finalidade”, diz Isabel. 

Uma boa estratégia para quem está acostumado a sair do país é comprar dólar (ou a moeda estrangeira do país que irá visitar) aos poucos e o ano inteiro. “Só assim é possível chegar à cotação média da moeda sem perder com as constantes oscilações”, diz o consultor financeiro Luiz Jurandir Simões. O segundo passo é determinar o que vai comprar.

Nessa lista é importante incluir tudo, como presentes, lembrancinhas e mimos tecnológicos. É claro que a lista é feita na base do “por volta de”. Por isso, é sempre bom colocar uma margem de erro de pelo menos 20% a mais do que o planejado.


Feito isso, é hora de escolher como pagar a conta. Além do dinheiro em espécie para os gastos miúdos, muitos executivos optam pelo cartão pré-pago para os gastos pessoais, deixando o cartão de crédito corporativo para os grandes gastos, como hotel, aluguel de carro, jantares, que ficam na conta da empresa. 

Quem não gosta de acumular moeda estrangeira em casa pode optar por aplicar a grana em fundos cambiais. “Eles variam conforme o dólar ou o euro”, diz Marcia Belluzo Dessen, da BMI Brazilian Management Institute. Esses fundos aplicam em títulos emitidos por bancos em moedas estrangeiras e seguem a oscilação dessas moedas. Se a moeda valoriza, a rentabilidade do fundo aumenta. Se o preço cai, o lucro diminui.

Elimine custos

Quanto levar para pagar os pequenos gastos? Para Marcelo Prata, presidente do site de comparação de produtos financeiros Canal do Crédito, o ideal é separar no mínimo o equivalente a 70 dólares por dia, para o pagamento de táxi, gorjetas, cafés. “Essa é uma boa maneira para eliminar custos, mesmo que pequenos, e depender ainda menos da variação cambial”, afirma Marcelo.

Se a opção for o cartão de débito pré-pago, procure a menor taxa entre os bancos, que pode variar de 2,50 reais por saque a 20 reais (veja a tabela acima com alguns exemplos). Em caso de furto ou extravio, o cartão pode ser bloqueado. E, se perder o cartão, o cliente pode cancelá-lo.

A cotação que vale é a feita no ato do carregamento. Além de driblar a variação da moeda, o pré-pago traz outra vantagem. “Com o cartão de crédito tradicional, você não faz muita conta e é mais difícil controlar os gastos.

No pré-pago, o controle é necessário, senão o dinheiro acaba antes do tempo”, afirma Fernanda Bernstein, de 36 anos, superintendente de comunicação e logística do Bradesco, que viaja pelo menos três vezes por ano para Inglaterra, Estados Unidos e Ásia.

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