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1. Forma é conteúdo
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1/12 (Thinkstock/Marek Uliasz)
São Paulo -
Design, ensinava Steve Jobs, não é aparência de uma coisa; é como ela funciona.
Currículos não são iPhones, mas nem por isso escapam à máxima do gênio da Apple: seu papel diante de um
recrutador depende fortemente de seu visual.
Você é um profissional sóbrio ou irreverente? Moderno ou tradicionalista? A estética do seu CV contribuirá muito para essa resposta. Segundo o designer Gustavo Pizzo, as fontes usadas no texto são uma parte importante da mensagem não-verbal contida no documento.
A escolha deve ser "calibrada" de acordo com o cargo ou a área pretendida pelo candidato. Também há uma questão importante atrelada à legibilidade do texto. "Algumas fontes são fáceis de enxergar na tela do computador, outras ficam melhor no papel impresso", comenta Pizzo.
Da clássica Arial à execrada Comic Sans, reunimos 10 exemplos de fontes populares e suas respectivas peculiaridades para o contexto dos currículos. Clique nas fotos para vê-las.
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2. 1. Arial
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A Arial é uma cópia aproximada da Helvetica, uma fonte idolatrada pelos designers e presente em muitas mídias do dia a dia - até nas placas do metrô de São Paulo. Tradicional, sóbria e fácil de ler, ela tem uma desvantagem importante, segundo Pizzo. "É básica demais, saturada", explica. "É uma fonte adequada, correta, mas não diferencia nenhum candidato". Além disso, em textos longos, a fonte pode se tornar cansativa. Uma saída para isso, diz o designer, é aumentar um pouco o espaçamento entre as linhas.
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3. 2. Calibri
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3/12 (EXAME.com)
Criada para acompanhar a chegada de monitores de computador mais modernos, a fonte tem visibilidade ótima em telas de LED e LCD. "A Calibri é ótima para currículos em formato digital, especialmente para textos corridos", afirma Pizzo. "Também tem a vantagem de ser sóbria, mas não tão saturada e quadrada quanto a Arial, por exemplo".
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4. 3. Times New Roman
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Criada nos anos 1930 para o jornal britânico "The Times", a fonte tem uma estética associada ao mundo dos jornais impressos. "Ela é ótima para currículos impressos, com letra pequena, mas tem uma legibilidade péssima para o meio digital", diz Pizzo. Se a sua intenção é mandar o arquivo para o recrutador pela internet, portanto, é melhor desistir da fonte. Como a Arial, a Times é vítima de sua própria popularidade: ninguém mais aguenta vê-la. Mas há alternativas menos saturadas, como a Cambria, a próxima fonte desta lista.
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5. 4. Cambria
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Da mesma forma como a Calibri é uma boa substituta para a Arial, a Cambria pode ser uma alternativa interessante à Times New Roman. Isso porque, além de funcionar bem no papel impresso, ela também proporciona uma boa leitura em telas de computador. Como é menos usada, ela também conta pontos em originalidade. "Ela tem a sobriedade da Times, sem ser tão cansativa", explica Pizzo.
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6. 5. Comic Sans
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Motivo de ódio e chacota, a Comic Sans foi criada para o mundo dos quadrinhos. Mas seu uso acabou escapando aos gibis: de cardápios de restaurante a comunicados no elevador do prédio, a fonte é usada em todos os possíveis contextos. "Os designers têm pavor dela, e ficou engraçado dizer como ela é horrível pelo uso inadequado que acabou adquirindo ao longo do tempo", explica Gustavo. Para currículos, a negativa do designer é enfática. "A mensagem é brincalhona, infantil", diz. "Até se você fosse um palhaço profissional, existiriam outras fontes mais interessantes para o seu currículo".
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7. 6. Impact
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Criada nos anos 1960, a Impact adquiriu um status cultural imprevisto a partir dos anos 2000: virou a fonte oficial dos memes de internet. A associação com as imagens engraçadinhas das redes sociais é motivo mais que suficiente para ela passar longe dos currículos, diz Pizzo. "Ela traz inevitavelmente um tom cômico, irônico, nada profissional", explica.
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8. 7. Monotype Corsiva
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Inspirada na letra cursiva, a fonte fica bem em materiais impressos - e só. Segundo Gustavo, ela não deve ser usada de forma alguma em currículos digitais. Além de ser difícil de ler em telas, a Monotype Corsiva tem outra particularidade que pode comprometer seu uso: sua aparência elaborada, quase kitsch, tem tudo a ver com convites de casamento e formaturas. "No máximo, pode ser usada por profissionais mais tradicionais em títulos e assinaturas", diz o designer. Mesmo nesses casos, é importante usá-la com parcimônia.
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9. 8. Courier New
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A fonte é outro "patinho feio" entre os designers. Pelo seu ar antiquado, típico dos textos de máquinas de escrever, ela é pesada, grosseira e cansativa para a leitura, na visão de Gustavo. A Courier New também traz uma associação com o mundo da informática, por ser tipicamente usada em código de programação de computadores. "É um visual que pode causar estranhamento no contexto de um currículo", afirma o designer.
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10. 9. Book Antiqua
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O nome da fonte não deixa dúvidas: ela pertence ao universo dos livros. Graças ao seu estilo clássico, ela pode ser uma boa opção para profissionais de áreas tradicionais, como Direito. Apesar disso, a Book Antiqua tem algumas limitações. "Ela fica bem melhor no papel, já que foi projetada para uma mídia impressa", explica Pizzo. Para aumentar a legibilidade na tela, você pode aumentar ligeiramente o tamanho das letras e o espaçamento entre as linhas.
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11. 10. Garamond
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Como a Book Antiqua, a fonte deve suas origens à impressão dos livros. Sua ancestral mais remota, projetada pelo francês Claude Garamond, apareceu numa obra publicada no ano de 1530. A fonte dá um ar sério e tradicionalista a currículos, com a vantagem de ter uma legibilidade melhor em telas de computador do que a Book Antiqua. "A Garamond é sóbria, elegante e muito usada por designers", diz Pizzo. "Ela está saturada no mundo dos livros, mas em outros contextos pode ser uma ótima opção".
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12. Por falar em currículo...
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12/12 (Thinkstock/ mitja2)