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Os 100 primeiros dias de empresa são os mais desafiadores. Saiba como navegar com desenvoltura no ambiente corporativo e aprenda a lidar com as pressões do trabalho com tranquilidade

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 14h06.

São Paulo - A famosa frase do general romano Júlio César, “Veni, vidi, vici” (“Vim, vi e venci”), expressa bem o sentimento do jovem que passou meses em exaustivos e concorridos processos seletivos, enfrentou uma bateria de dinâmicas de grupo e entrevistas e finalmente conquistou a suada vaga no programa de trainee de uma grande empresa. Para o consultor Marcio Vinycius Pereira, da Cia de Talentos, conquistar a vaga é apenas o primeiro de uma série de desafios. “Os 100 primeiros dias de trabalho são os mais difíceis. O jovem tem que mostrar maturidade e jogo de cintura para encarar o novo ambiente e dar conta dos novos projetos”, diz Marcio.

Para o consultor, esse é o momento de integrar-se ao escritório, adaptar-se à cultura da companhia e descobrir qual é a melhor forma de se relacionar com a equipe. Corporações com larga experiência nesse tipo de iniciativa, como Ambev e Unilever, amenizam o impacto da chegada com uma integração descontraída. Os jovens são recepcionados por diretores e vice-presidentes em um encontro informal antes de pegar no batente. Nessa ocasião, os jovens têm contato com pessoas de vários departamentos e conversam com ex-trainees. “Percebemos que outros já se sentiram perdidos como nós e isso nos dá uma sensação de acolhimento”, conta Daniel Wakswaser Cordeiro, de 25 anos, ex-trainee da Ambev.

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Daniel, que entrou no programa de 2008 e hoje é gerente de novas mídias na área de marketing, comenta que o grande pecado de quem acaba de chegar é o estrelismo. “Arrogância não combina com aprendizado. O trainee precisa se integrar às diversas equipes para conseguir desenvolver um bom trabalho”, diz. No setor de produção industrial pesada, ter o ego inflado é ainda mais complicado. O engenheiro mecânico Danilo Mansano, de 24 anos, ex-trainee da Sama, companhia mineradora de amianto, comenta que as atitudes arrogantes de um trainee rapidamente vão parar na “rádio peão”. “A informação circula por todas as unidades”, conta Danilo. E isso pega muito mal para imagem de quem acaba de chegar.

Outro ponto que merece atenção é o ajuste de expectativas. Muitos jovens talentos pecam por  achar que todas as novas oportunidades têm de ser dadas a eles. Na prática, isso não acontece, portanto, evite aborrecer seu chefe a todo instante com esse tipo de demanda. Tenha tranquilidade para encarar o processo de experiência, que em alguns casos pode significar mudar para longe da família e dos amigos.

“O ato de arrumar as malas exige capacidade de adaptação e coragem para deixar os vínculos pessoais para trás”, diz Marcio Vinycius, da Cia de Talentos. Danilo, que hoje é engenheiro da Eternit (que tem a Sama como subsidiária), saiu de São Paulo e foi direto para Minaçu, no interior de Goiás. Em três meses, quando era trainee, percorreu as sete unidades que a Sama tem no país. “Foi uma experiência importante para minha integração. Tive contato com todos os tipos de pessoas, do operário ao presidente”, diz o engenheiro.

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