(Visual Generation/Getty Images)
Sofia Esteves
Publicado em 13 de julho de 2020 às 12h20.
A pandemia mostrou a importância da transformação tecnológica para a sustentabilidade dos negócios. No entanto, será que as empresas brasileiras estão preparadas para essa transição?
De acordo com a Pesquisa Carreira dos Sonhos 2020, realizada recentemente pelo Grupo Cia de Talentos, a resposta é: ainda, não!
O estudo entrevistou 123 mil profissionais brasileiros e descobriu que apenas 35% dos jovens talentos, 28% dos profissionais da média gestão e 36% da alta liderança acreditam trabalhar em empresas que já possuam uma cultura digital.
Engana-se quem supõe que a construção de uma cultura digital refere-se apenas a implementação de novas tecnologias e softwares de inteligência artificial. Afinal, quem são os responsáveis por escolher, aplicar e gerenciar essas ferramentas?
Pessoas. Elas são a base de qualquer mudança organizacional e devem, sempre, ser o centro da estratégia de qualquer objetivo almejado por uma empresa.
A transformação digital envolve a adoção de tecnologias e processos ágeis que permitem a empresa ser mais estratégica e integrada - oferecendo soluções mais rápidas aos clientes. Para isso, utiliza meios digitais.
No entanto, as organizações devem conquistar a confiança e a adesão dos gestores e colaboradores para que aceitem e sustentem as novas práticas de trabalho – e então, a companhia poderá adquirir maturidade digital.
A maturidade digital refere-se a quão adaptada uma empresa está às tendências tecnológicas e o nível de preparo da companhia em extrair o melhor das ferramentas, trabalhando no seu dia a dia de forma consolidada ao digital.
A transformação digital precisa ser intencional. Isso quer dizer que ela requer investimentos em:
Lifelong Learning: a transformação digital é um movimento e não uma meta. Seu processo nunca terá um ponto final.
Sendo assim, para manterem-se atualizadas, as empresas precisam permanecer atentas e dispostas a evoluir a cultura organizacional e as práticas de trabalho, sempre que necessário.
Entretanto, nada disso será possível sem o aprendizado contínuo. É simples, para garantir que a organização mantenha-se competitiva, seus talentos precisam estar aptos a acompanhar as tendências do mercado.
Logo, o desenvolvimento dos colaboradores precisa receber a devida atenção dos investimentos em da empresa. A boa notícia é que, para suprir os novos desafios da educação corporativa, surgiram os microlearnings.
A ferramenta otimiza conteúdos importantes para que sejam transmitidos de forma dinâmica e ágil, possibilitando que o aprendiz coloque o conhecimento em prática rapidamente.
Por ser 100% digital, a ferramenta possibilita a aprendizagem remota, além de oferecer custos inferiores aos treinamentos presenciais.
A transformação digital só será possível as empresas e profissionais dispostos a investirem no desenvolvimento da adaptabilidade, da coragem para assumir riscos, da curiosidade e na paixão em aprender e viver o novo.
Não preciso nem dizer o quanto o medo, a teimosia e a resistência atrasam esse processo de acontecer, não é mesmo?
Liderança digital: os líderes são espelhos da cultura organizacional e diretamente responsáveis por inspirar e direcionar as equipes. Sendo assim, as lideranças precisam desenvolver um mindset digital, pensando, agindo e inspirando o be digital.
Afinal, é a estratégia por trás da tecnologia que pode impulsionar a inovação na empresa e não as ferramentas em si.
Cultura Digital: a transformação digital só fará parte da cultura da quando a liderança e os colaboradores perceberem sua importância.
Essa importante mobilização pode ser promovida através de ações estratégicas da área de Recursos Humanos e, novamente, através da capacitação das lideranças.
A cultura organizacional é muito particular e não existem duas iguais. Porém, há um conjunto de características que otimizam o desenvolvimento da maturidade digital nas empresas.
As organizações com cultura digital são:
• menos hierárquicas
• mais colaborativas e multifuncionais
• mais abertas à experimentação e a aprendizagem
• mais arrojadas e com maior tolerância ao risco
• mais rápidas em reagir às necessidades do mercado
Viu só como a transformação digital é muito mais sobre pessoas do que sobre novas tecnologias?
Boa reflexão e boa jornada!