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Como uma fusão ou aquisição pode mudar a sua vida?

O anúncio de uma fusão ou aquisição costuma ser assustador. O segredo é cavar informações sobre o processo - para então decidir o que fazer

executivo-preocupado (yuriyzhuravov/Thinkstock)

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Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 17 de abril de 2015 às 14h47.

São Paulo - Na cabeça de muitos profissionais, o anúncio de uma fusão ou aquisição costuma dar vazão a elucubrações dignas de filme de terror.

O pesadelo começa assim: ao chegar ao escritório na segunda-feira, você nota que o nome e o logo da empresa mudaram. Ao longo do dia, você descobre que há um novo chefe, os antigos benefícios foram extintos e dezenas de colegas foram demitidos. Será que o próximo a ir para a rua não é você?

De acordo com André Rapoport, diretor geral da Right Management no Brasil, essas ideias assombram muitos processos de fusão ou aquisição, sobretudo os menos transparentes.

O único remédio contra o mal-estar, diz ele, é tentar descobrir o maior número possível de informações sobre o negócio - sobretudo qual é o objetivo por trás dele.

A finalidade é a sinergia entre as empresas? Ou é apenas uma forma de aproveitar uma marca para fortalecer a outra? "Isso é o que permite dizer o que vai acontecer com os profissionais de ambos os lados”, diz Rapoport.

Se o propósito do negócio for ganhar eficiência - aproveitando áreas, equipamentos e, claro, profissionais em comum - é provável que haja enxugamentos e demissões.

No entanto, se não houver sobreposição de atividades e os portfólios das empresas forem complementares, é provável que o impacto seja menor.

De uma forma ou de outra, as mudanças serão substanciais mesmo para quem permanecer empregado. “Em geral a empresa compradora impõe sua cultura, que pode ser mais austera, com menos benefícios e uma política salarial mais dura, por exemplo”, afirma Rapoport.

Para quem fica, o enxugamento das estruturas e a busca por eficiência também trazem um impacto grande para a rotina: o aumento na carga de trabalho. 

E se der certo?
Segundo o especialista, os dois primeiros anos após uma fusão ou aquisição costumam ser os mais turbulentos. O nível de tensão chega ao pico nesse período, mas tende a diminuir gradativamente.

“Existe um tempo de acomodação, que precisa ser respeitado”, explica ele. “É bobagem se assustar e se precipitar, pedindo demissão”.

Isso porque, se bem conduzido, o negócio pode gerar resultados positivos para todas as partes envolvidas.

A recém-anunciada fusão da Heinz com a Kraft Foods, por exemplo, criará uma gigante de alimentos. Combinadas, as duas marcas serão a 5ª maior empresa do segmento no mundo, com faturamento anual de aproximadamente 28 bilhões de dólares.

Se o seu empregador se tornar maior e mais competitivo no mercado, os ganhos para a sua carreira podem ser imensos, diz o diretor da Right Management.

Em longo prazo, podem acontecer movimentações internas, abertura de novos postos e, caso a outra empresa seja uma multinacional, até mesmo oportunidades internacionais.

Sejam as novidades boas ou más, o ideal é estar aberto a elas. “Quanto antes você aceitar a mudança, melhor, porque ela certamente virá”, diz Rapoport.

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