Como funciona o programa da JBS que leva brasileiros para viver no Canadá
No sábado, 16 funcionários da JBS embarcam para trabalhar no Canadá
Camila Pati
Publicado em 13 de setembro de 2019 às 06h00.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 11h51.
São Paulo – No sábado, 14, embarcam para viver e trabalhar no Canadá 16 funcionários selecionados para a turma de 2019 do programa JBS Sem Fronteiras. O jovem Lucas Amâncio Ferreira, de 24 anos, é um dos selecionados desta quinta edição da iniciativa voltada para profissionais das áreas de corte e desossa que se interessem em trabalhar na unidade da empresa em Brooks, localizada na província de Alberta, no Canadá.
“Nosso futuro é criar raiz lá e permanecermos no Canadá”, diz ele utilizando a segunda pessoa do plural já que está indo encontrar sua esposa Aparecida Antonio de Oliveira Santos, uma das selecionadas para o programa na edição do ano passado. No último ano, o casal só se encontrou uma vez, quando ela veio para o Brasil, por duas semanas. Ele até tentou visitá-la, mas teve o visto negado.
Somando-se todas as edições, já são 60 brasileiros trabalhando lá desde 2015, segundo contou Verônica Coelho, diretora de recursos humanos da JBS a EXAME. “Temos sentido que o programa criou um círculo virtuoso. Pessoas estão indo para a função de faqueiro na desossa por conta das oportunidades que a empresa dá”, diz.
O crescente interesse fez com que a empresa ampliasse o programa. Antes restrito a funcionários da Friboi, começou a ser elegível para os profissionais da Seara. “Temos uma média de 100 inscritos pela Friboi e tivemos 175 inscrições de funcionários da Seara”, conta. Da Seara, apenas cinco foram aprovados desta vez porque a decisão foi de implementar o programa de forma mais cautelosa, segundo a executiva.
Inscrições para os funcionários abrem em fevereiro
O programa abre inscrições em fevereiro e tem alguns requisitos impostos aos participantes: é preciso ter dois anos de JBS e um ano na função de faqueiro, posição especializada com uma rotina intensa de movimentos repetitivos de desossa. “Temos a oportunidade de levar profissionais capacitados e que ajudam na transmissão da cultura”, diz Verônica. A empresa emprega 2,6 mil pessoas no Canadá. No Brasil, são 120 mil empregados, distribuídos nos cinco negócios da empresa.
A expatriação exige que os selecionados peçam demissão no Brasil para que possam ser contratados pela unidade da JBS do Canadá. Eles vão com visto temporário e têm um mês de moradia gratuita, custeada pela JBS. “Também oferecemos curso de inglês e em dois ou três anos eles já podem pleitear o visto permanente”, diz Verônica. Um funcionário já conseguiu a residência permanente e, segundo a executiva, outros cinco devem conquistar nesse ano.