EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2011 às 11h45.
São Paulo - Como em qualquer outro ambiente, o espaço profissional possui algumas regras de etiqueta e convivência que mantém o status quo e a eficiência dos trabalhos a serem executados.
Um chefe que passa do limite profissional e “dá em cima” do funcionário com abordagem de caráter sexual está sujeito a consequências que podem ser desde provocar o constrangimento do subordinado a, nos casos graves, ser alvo de processo judicial.
“Se o profissional se sente ameaçado pelo superior, que abusa da autoridade e confiança inerentes ao cargo para ter vantagens sexuais, o caso se configura em assédio sexual”, diz Rosania de Lima, consultora trabalhista do Cenofisco.
Para os casos em que a abordagem é menos agressiva e pode ser contornada, Exame.com perguntou aos especialistas qual a melhor forma de lidar com a situação.
1 Enfrentar a situação
Para Renata Mello, especialista em etiqueta profissional, a tentativa de evitar a saia-justa dependerá da forma de abordagem do chefe e da personalidade do subordinado. “Esse tipo de situação exige jogo de cintura e, quem consegue, pode driblar ao deixar claro que não tem interesse”, diz a consultora.
Enfrentar a situação com sutileza, reafirmando o posicionamento de que está na empresa apenas para fins profissionais pode afastar o galanteio do superior.
2 Esclarecer mal-entendidos
Quando, apesar dos esclarecimentos sutis, o superior “dá em cima” do profissional, conversar é a solução. “Mesmo quem é tímido e, ao mesmo tempo, não acha que seja o caso de sair do emprego, vale a pena conversar com o chefe e esclarecer o ‘mal-entendido’”, aponta Renata.
Conversar em privado e diretamente sobre a situação é o conselho dado pelos consultores. “Caso isso não seja suficiente, o profissional deve levar a reclamação à área de recursos humanos ou outros responsáveis dentro da empresa”, aconselha Rosania.
3 Sair da empresa
Se o profissional se sentir profissionalmente prejudicado pela investida do chefe ou ameaçado e com medo de retaliações, ele pode recorrer à justiça após sair da empresa. “É possível pedir ação de rescisão indireta e alegar demissão por justa causa pelo empregador”, explica Rosania.
A consultora explica que casos de assédio sexual podem ainda gerar ações por danos morais e até penal, com possibilidade de pagamento de indenização e prisão de um a dois anos do chefe que abusar sexualmente do subordinado.